Um aparelho de ar-condicionado de quase R$ 4 mil, pertencente ao município de Delta, cidade do Triângulo Mineiro, foi apreendido durante um mandado de busca e apreensão na casa do ex-prefeito Marcos Roberto Estevam (PNM), mais conhecido como Markim. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentou denúncia contra o político, que já estava em posse do aparelho havia nove meses.
De acordo com o inquérito policial, o aparelho — um modelo TCL de 24 mil BTUs — estava lacrado, na caixa original, e guardado em uma edícula nos fundos da residência. O mandado foi cumprido pela Polícia Civil em dezembro de 2024, no âmbito da Operação Limpidus.
Segundo o MPMG, a investigação apura suspeitas de corrupção envolvendo a prefeitura e o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Grande (Cisvalegran), que reúne municípios do Triângulo Mineiro. O então prefeito era um dos alvos da operação.
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Versão do ex-prefeito não convence investigadores
Inicialmente, Marcos Estevam afirmou aos policiais que o equipamento pertencia ao município e teria sido guardado temporariamente para posterior instalação em um prédio público. No depoimento formal, ele alegou que o ar-condicionado estava atrapalhando a circulação na sede da prefeitura e, por isso, decidiu levá-lo até a Academia de Saúde, prédio próximo à sua casa. Ao encontrar o local com a porta quebrada, teria optado por guardar o aparelho em sua residência por cerca de 20 dias.
A justificativa, porém, não foi confirmada por documentos nem por outros servidores municipais. A servidora Poliani Aparecida dos Santos relatou que não havia qualquer solicitação de instalação de novos aparelhos nos prédios da prefeitura e que todos os equipamentos em uso funcionavam normalmente.
Além disso, a nota de empenho obtida pelo Ministério Público indica que o ar-condicionado havia sido adquirido pela prefeitura em janeiro de 2024 e tinha como destino o Centro de Cultura Casarão, utilizado para cursos realizados em parceria com o município, e não a Academia de Saúde mencionada pelo ex-prefeito.
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Segundo a prefeitura de Delta, apesar de reformas recentes na Academia Popular, não existe registro de ordem de instalação de novos aparelhos no local, tampouco autorização para a retirada do equipamento da sede do Executivo municipal.
Para o Ministério Público, o fato de o aparelho ter sido encontrado na casa do ex-prefeito, poucos dias antes do fim do mandato, reforça a intenção de tomá-lo para si. Marcos Roberto pode ser condenado por crime de responsabilidade.
