INQUÉRITO

Caso Alice: Polícia Civil aponta comandante das agressões

O garçom de 27 anos é apontado como responsável pelo atendimento de Alice e teria pedido apoio do colega para impedir que a vítima fugisse

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O garçom do bar Rei do Pastel, de 27 anos, suspeito de perseguir e espancar Alice Martins Alves, em outubro deste ano, foi apontado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) como o comandante da perseguição e do ataque. A informação foi dada em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (4/12), para apresentar os resultados das investigações do caso.

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Os dois suspeitos, de 20 e 27 anos, trabalhavam no bar no dia dos fatos. As investigações constataram que o mais velho foi quem atendeu a vítima e comandou as agressões. O homem possui passagem por tentativa de roubo e consumo de drogas e foi demitido pelo estabelecimento, mas ainda fazia trabalhos como freelancer. 

“Especialmente o autor mais velho teve uma atuação mais ativa. Ele comandou a ação perpetrada contra a Alice e comandava as agressões de forma mais ativa [...] Em vários momentos ele se referiu à Alice pelo pronome masculino, proferindo injúrias masculinas como safado e ladrão. Isso já dava a entender essa motivação transfóbica”, afirmou a delegada Iara França, responsável pelo caso.

Ela ainda informou que a dupla trabalhava atendendo o público, mas não tinha uma relação de amizade prévia. "Porém, o de 27 anos chama o colega para que ele o acompanhe e corrobore impedindo que Alice fugisse do local", disse Iara. Os dois foram indiciados pela PC nessa quarta (3). 

A delegada ainda ressaltou que não existe participação de nenhum funcionário, gerente ou proprietário do bar Rei do Pastel, mas disse que "cabe ao Ministério Público investigar mais a fundo a questão envolvendo a empresa".

Motivação

Alice foi perseguida e atacada por dois homens na madrugada de 23 de outubro. Durante o registro de ocorrência, em 5 de novembro, ela relatou que não conhecia os suspeitos e identificou um deles apenas como homem, branco, cabelos escuros, usando calça jeans e camisa preta. No entanto, em áudios divulgados à imprensa, uma pessoa afirmava que os envolvidos trabalham no estabelecimento que a vítima estava horas antes.

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De acordo com a delegada Iara França, do Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios, do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a motivação do crime foi mascarada por uma dívida da vítima de R$ 22. No entanto, áudios de uma câmera de segurança e a intensidade das agressões comprovaram que Alice foi espancada por transfobia. A delegada explica que, apesar disso, os homens foram indiciados por feminicídio, pela condição de gênero da vítima.

Auto mutilação

Os suspeitos prestaram depoimento e confessaram que perseguiram a vítima para cobrar a fatura não paga. No entanto, eles negaram que agrediram a mulher. Segundo França, os suspeitos, acompanhados de uma advogada, afirmam que ao abordarem a cliente, ela teria se jogado no chão e começado a se bater. Além disso, ela teria batido a própria cabeça no meio fio, quebrado o nariz e tentado chutá-los. 

A versão foi desmentida pelas investigações já que nenhum dos dois tinha algum tipo de lesão e os ferimentos seriam difíceis de ser auto infringidos. "Pelos exames que foram feitos, pelo nariz e costelas quebrados ela nunca teria conseguido provocar essas lesões", concluiu a delegada.

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