Mais de mil religiosos de oito terreiros de Belo Horizonte vão se unir no Cemitério do Bonfim neste Dia de Finados. Eles farão uma caminhada pelos túmulos abandonados do local, em respeito aos ancestrais, e vão distribuir três mil rosas brancas aos visitantes. A iniciativa acontece há seis anos e tem o objetivo de oferecer acolhimento àqueles que perderam seus entes queridos.
Além disso, na entrada do cemitério haverá uma barraca com psicólogos e filhos das casas de Umbanda e Jurema Sagrada, para conversar, oferecer apoio e explicar sua visão sobre o pós-morte às pessoas que tiverem interesse. Eles também entregarão água e flores, tudo gratuitamente e custeado pelos terreiros.
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“A ideia da barraca não é converter as pessoas, e sim oferecer acolhimento e direcionamento”, afirma Willian Rogério, um dos líderes espirituais do terreiro Casa de Pai Ogum & Seara do Mestre Sibamba. Ele conta que todos estarão vestidos de branco e que a ação também tem o objetivo de quebrar o estigma negativo que muitas pessoas ainda têm em relação às religiões de matriz africana.
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Ele diz que, apesar de antiga, somente neste ano resolveram institucionalizar essa ação junto ao cemitério e à prefeitura. “Os filhos irão aos túmulos que não estão sendo cuidados, colocando uma rosa e fazendo uma reza”, declara o pai de santo. Segundo ele, a ação existe, principalmente, para reverenciar os ancestrais.
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Depois da silenciosa caminhada, que começa por volta das 7h30, os integrantes dos terreiros também farão uma ritualística próxima à capela.
*Estagiária sob a supervisão da subeditora Jociane Morais
