As 5 cobras mais venenosas de Minas Gerais e o que fazer se achar uma
Nos meses mais quentes do ano, muitas pessoas buscam se refrescar com um banho de cachoeira. Porém, também é o período que as serpentes estão mais ativas
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Com o aumento das temperaturas e a aproximação do verão, cresce a procura por cachoeiras ou atividades ao ar livre. Além das belas quedas d’água, Minas Gerais é um estado com uma das maiores biodiversidades do país. A junção dessas duas situações, calor e biodiversidade, exige um cuidado específico com um problema comum nesta época do ano: o aumento no aparecimento de cobras.
As temperaturas mais altas e as chuvas fazem com que as cobras fiquem mais ativas entre os meses de outubro a abril. Nessa época, os répteis saem mais em busca de alimento e abrigo. O período também registra um maior número de vitimas de picadas de serpentes, segundo o Corpo de Bombeiros (CBMMG).
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Por isso, conhecer as espécies mais comuns na região é o primeiro passo para a prevenção de acidentes. Saber como identificar os animais e, principalmente, como agir corretamente pode fazer a diferença e salvar vidas. A maioria das picadas acontece quando a cobra se sente ameaçada, geralmente ao ser pisada ou manuseada.
As 5 cobras mais venenosas de Minas Gerais
Embora existam dezenas de espécies, cinco grupos de serpentes peçonhentas são responsáveis pela quase totalidade dos acidentes no estado. Cada uma possui características distintas que ajudam na sua identificação à distância.
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Jararaca-Cruzeira: Possui um corpo marrom e cinza com desenhos em formato de "V" invertido ou de um telefone no gancho. Sua cabeça é triangular e bem destacada do corpo. Seu veneno causa dor aguda, vômitos e desmaios.
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Cascavel: Facilmente reconhecida pelo guizo ou chocalho na ponta da cauda, que vibra e emite um som característico quando se sente ameaçada. Seu veneno atinge o sistema circulatório. Prefere áreas abertas e secas, como o cerrado.
Cobra Cascavel Marcos Michelin/EM/D.A Press -
Surucucu-pico-de-jaca: É a maior serpente peçonhenta da América Latina. Seu corpo tem um fundo amarelado com manchas pretas em formato de losango. As escamas são eriçadas, lembrando a casca da jaca. Seu veneno causa hemorragia.
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Coral-verdadeira: Considerada a mais venenosa do Brasil, ela possui anéis coloridos em vermelho, preto e branco (ou amarelo) que circundam todo o corpo. Seu veneno se espalha rapidamente pelo corpo e ataca o sistema nervoso da vítima. O perigo está em confundi-la com a coral-falsa, que não é peçonhenta. Na dúvida, trate sempre como perigosa.
Cobra coral - verdadeira Reproducao/Roberto Murtal -
Urutu-cruzeiro: É uma parente próxima da jararaca, conhecida pelos desenhos em formato de cruz ou ferradura ao longo do corpo. É bastante agressiva quando acuada. Seu veneno causa necrose no local da picada.
Cobra Urutu Marcos Michelin/EM/D.A Press
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Como evitar acidentes
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Nunca andar descalço em lugares de mata fechada. O uso dos sapatos, botinas, botas ou perneiras deve ser obrigatório;
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Olhar sempre com atenção os caminhos a percorrer;
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Nunca colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros ou entre pedras. Esses são os melhores esconderijos para animais peçonhentos;
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Não montar acampamentos junto a plantações, pastos ou matos em regiões aonde normalmente há roedores e serpentes;
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Nas matas ou nas beiradas das entradas, em acampamentos e piqueniques, nunca deixar as portas do carro abertas, principalmente ao anoitecer. Mesmo durante a troca de pneu, ter essa precaução;
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O que fazer ao encontrar uma cobra
O mais importante é manter a calma e seguir um protocolo simples de segurança para evitar um acidente:
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Não se aproxime: Mantenha uma distância segura de, no mínimo, dois metros. Afaste-se lentamente, sem movimentos bruscos.
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Isole a área: Afaste crianças e animais domésticos do local para evitar que cheguem perto da serpente.
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Não tente capturar ou matar: Além de ser crime ambiental, a tentativa de captura é o momento de maior risco de acidentes.
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Ligue para as autoridades: Acione o Corpo de Bombeiros (193) ou a Polícia Militar Ambiental. Eles possuem equipes treinadas para realizar o resgate seguro do animal.
Em caso de picada, aja rápido
Se o acidente acontecer, os primeiros socorros são cruciais enquanto a ajuda médica não chega. O tempo é um fator determinante para a recuperação da vítima.
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Lave o local da picada apenas com água e sabão.
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Mantenha a vítima deitada e calma para retardar a circulação do veneno.
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Leve a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para receber o soro antiofídico. Se possível, leve animal agressor (mesmo morto) ou tire uma foto da cobra para ajudar na identificação. Em Belo Horizonte, o hospital referência para casos de picadas por animais peçonhentos é o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.
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NÃO faça torniquete ou garrote.
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NÃO corte ou perfure o local da picada.
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NÃO tente sugar o veneno.
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NÃO aplique nenhuma substância como álcool, borra de café ou folhas sobre a ferida.
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Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.