O professor de música suspeito de estuprar alunos de 4 e 5 anos em uma escola da rede municipal de ensino de Patos de Minas (MG), no Alto Paranaíba, foi preso pela segunda vez nesta quarta-feira (27/8) em Arniqueiras, na região administrativa do Distrito Federal.

Na quinta-feira (21/8), o profissional de 49 anos já havia sido conduzido à delegacia na cidade mineira, quando foi ouvido e liberado por falta de provas. O professor, conforme a polícia, é natural do DF e negou os crimes sexuais.

Agora, nesta quarta, equipes do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal, além de policiais civis de Patos de Minas, cumpriram o mandado de prisão temporária. Ele foi localizado e preso em um condomínio em Arniqueiras e passará por audiência de custódia para, depois, ser colocado à disposição da Polícia Civil de Minas Gerais.

Em coletiva à imprensa na segunda-feira (25/8), a Polícia Civil de Patos de Minas disse que identificou cinco crianças como possíveis vítimas, depois de ouvir as mães. Os abusos, a princípio, aconteciam dentro da sala de aula. Na ocasião, a instituição declarou que precisava de provas para requerer um pedido de prisão. Questionada pela reportagem, a assessoria da polícia não explicou o que sustentou o pedido de prisão remetido à Justiça.

Conforme a delegada do caso, Tatiana Paiva, todas as vítimas serão ouvidas por meio de "depoimento especial" — ou seja, com acompanhamento de psicólogos e assistentes sociais do Fórum de Patos de Minas.

"Envolve crianças muito pequenas, com 4 e 5 anos, que não podem ser expostas, sequer devem ser ouvidas numa delegacia de polícia. E, por isso, a gente precisa de paciência, de muita cautela", explicou a delegada, acrescentando, na ocasião, que duas vítimas foram avaliadas por médico legista da instituição policial.

"O investigado começou a dar aulas [na escola em Patos de Minas] em fevereiro e não havia, até então, queixas contra ele. As crianças, inclusive, disseram que gostavam muito das aulas. Já fomos a outras escolas onde ele trabalha e não há reclamações sobre a conduta dele. Esse professor não tem passagens pela polícia", contou.

Na noite de sábado (23/8), o carro do suspeito foi alvo de cerca de 10 tiros no Bairro Jardim Centro. Um homem de 40 anos, embriagado, foi preso suspeito de atirar de um prédio vizinho. No apartamento dele, a polícia apreendeu uma pistola, carregadores e cápsulas deflagradas.

Denúncia de criança à mãe foi ponto de partida da investigação

O caso chegou ao conhecimento das autoridades após a mãe de uma das vítimas registrar boletim de ocorrência ao notar mudanças no comportamento da filha, de 4 anos, em relação à escola, situada no Bairro Jardim Esperança. Segundo afirmou, a criança tinha uma vermelhidão na região íntima.

A mulher levou a menina ao hospital, e a equipe médica constatou lesões na vagina. Ela iniciou um tratamento profilático com medicamentos. A garota relatou, segundo a mãe, que os abusos aconteciam por meio da introdução de objetos, como lápis, na região íntima. Além disso, ela estaria sendo ameaçada pelo professor a fim de evitar a denúncia.

A criança também afirmou para a mãe que o professor havia cometido abusos contra outras crianças, citando mais duas vítimas.

Por isso, a Polícia Militar foi até a casa da mãe de outra menina. A mulher relatou que, há alguns dias, a filha reclamou de dores, e uma infecção urinária foi diagnosticada. A menina não relatou abusos, mas uma avaliação posterior mostrou inchaço na região vaginal, o que pode ser indício de estupro.

Na casa de outra criança mencionada pela vítima que deu origem às apurações, a mãe informou que não percebeu nada de errado no corpo do filho. No entanto, o menino tem apresentado resistência em ir à escola.

As cinco possíveis vítimas foram identificadas em diligências a cargo de seis investigadores na cidade, informou a Polícia Civil. As investigações prosseguem.

Em nota, a Prefeitura de Patos de Minas repudiou os possíveis crimes. "Ressaltamos que serão adotadas todas as medidas administrativas cabíveis em relação ao servidor denunciado, assegurado o devido processo legal", declarou o Executivo. O servidor foi afastado do cargo.

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