EM INVESTIGAÇÃO

Prefeitura pede regulamentação de balões após morte de mineira

Acidente aconteceu em Capela do Alto, a 24km de onde acontecia o Campeonato Brasileiro de Balonismo, em Boituva. Mineira de Pouso Alegre morreu durante a queda

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A Prefeitura de Boituva, no interior de São Paulo, quer regulamentar o aeroturismo com balões na cidade. A proposta foi apresentada pelo Executivo durante reunião com a Confederação Brasileira de Balonismo e a Associação de Balonismo de Boituva, na manhã desta segunda-feira (16/6), após a queda de um balão que matou a mineira Juliana Alves Prado, de 27 anos, natural de Pouso Alegre, no Sul de Minas. 

O acidente aconteceu na área rural de Capela do Alto, a 24 quilômetros da cidade, onde acontecia o 38º Campeonato Brasileiro de Balonismo. Trinta e três pessoas estavam no balão, além do condutor e de um ajudante. 

De acordo com o Executivo municipal de Boituva, o encontrou estabelece que um texto prévio de um Projeto de Lei para regulamentação do serviço deverá ser apresentado em, até, 30 dias. “A proposta será apresentada, posteriormente, ao Governo do Estado, para também adoção em âmbito regional”, apontou a prefeitura. 

Além disso, as nove empresas que possuem registro para operar no município também terão o mesmo prazo, de um mês, para apresentar à administração “toda a documentação” necessária para sua operação. Entre os documentos necessários está o brevê dos pilotos do balão. 

“Após a publicação da nova legislação para atividades que disciplinam o aeroturismo, será realizada reunião com representantes de todas as empresas de balonismo de Boituva para detalhamento das normas, exigências operacionais e cronograma de adequação”, apontou a administração pública. 

Falta de licença 

A empresa responsável pelo voo de balão não tinha licença para realizar a operação. A informação foi repassada pela Prefeitura de Boituva que ainda esclareceu que o voo particular não tinha relação com o campeonato nacional que acontecia na cidade. Além disso, o executivo afirmou que a empresa não possui sede no município e teve sua inscrição desativada após 2021. 

Conforme nota da administração, o empreendimento foi notificado e recebeu quatro autuações ao longo de 2021. Entre as notificações estão uma advertência, uma multa, uma multa por reincidência e uma lacração. Todas as ocorrências estiveram relacionadas ao descumprimento das normas sanitárias vigentes na época da pandemia da COVID-19. “Atualmente a empresa está estabelecida em São Paulo, opera de forma independente, sem vínculo com Boituva”. 

O acidente 

O piloto do balão foi preso em flagrante por homicídio culposo com agravante do exercício irregular de atividade de risco e por operar equipamento aéreo sem certificação adequada. Na manhã desta segunda-feira (16/6), o homem passou por uma audiência de custódia. O magistrado responsável pelo caso decidiu pela manutenção da prisão preventiva. 

Durante o voo, o piloto realizou tentativas mal-sucedidas de pouso em áreas inadequadas, o que resultou no acidente na Estrada Municipal Vereador Geraldo Portela, em Capela do Alto. Em depoimento ao delegado Edenilson Meira, plantonista da Delegacia Seccional de Itapetininga, o piloto disse que houve uma mudança brusca de condições climáticas, o que levou à perda de controle do balão. Ele, que está preso preventivamente, não apresentou os documentos de habilitação para os voos.

No fim de semana, a cidade de Boituva, de onde o balão saiu, sediou a 38ª edição do Campeonato Brasileiro de Balonismo, mas os voos tiveram que ser cancelados na manhã de domingo (15/6) devido à velocidade dos ventos, que chegou a 70 quilômetros por hora, sendo que o máximo recomendado para a prática é de 10 km/h.

De acordo com o presidente da Confederação Brasileira de Balonismo, Johnny Silva, os documentos do piloto estavam vencidos. Ele também afirmou que o piloto tinha permissão para realizar apenas voos individuais e que a capacidade máxima do balão era de 24 pessoas. "Era um balão clandestino." 

Em nota, a prefeitura de Boituva lamentou o acidente e informou que o balão foi operado por piloto sem licença e de uma empresa irregular. “É importante esclarecer que a empresa responsável já havia sido lacrada anteriormente por irregularidades e, em seguida, retornou às atividades sob outro CNPJ, em completo desrespeito às normas de segurança.”

Quem era a mineira 

Juliana Alves Prado, de 27 anos, foi a única pessoa que morreu no acidente. Natural de Pouso Alegre, ela estava no passeio com o marido Leandro Pereira, que ficou ferido no acidente. O casal foi até o interior de São Paulo para comemorar o Dia dos Namorados. Juliana e Leandro se casaram em setembro de 2024. Ela foi velada no início da tarde desta segunda-feira (16/6) na funerária Santa Edwiges, em Pouso Alegre, no Sul de Minas.

Juliana é natural do município e estava no passeio com o marido Leandro Pereira, que ficou ferido no acidente. O casal foi até o interior de São Paulo para comemorar o Dia dos Namorados. Juliana e Leandro se casaram em setembro de 2024. A mulher era psicóloga e funcionária da Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí. O órgão publicou uma nota de pesar lamentando a morte da psicóloga nas redes sociais. Juliana também trabalhava como psicóloga online. Por causa das suspeitas de que Juliana estava grávida, a polícia solicitou exames para confirmar a gestação.

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Além de Juliana, outras 34 pessoas estavam dentro do balão na hora do acidente, incluindo o piloto e um auxiliar. O grupo que fazia o passeio de balão integrava uma excursão de Pouso Alegre e incluía parentes de um homem que pretendia pedir a namorada em casamento.

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