Polícia Civil de Minas Gerais prendeu líder religioso em abril do ano passado e investiga outras 15 denuncias -  (crédito: Polícia Civil/Divulgação)

Polícia Civil de Minas Gerais prendeu líder religioso em abril do ano passado e investiga outras 15 denuncias

crédito: Polícia Civil/Divulgação

O pai de santo Carlos Valério Barbosa de Souza, que atuava em um terreiro de Candomblé, no bairro Jaqueline, na Região Norte de Belo Horizonte, foi condenado a 26 anos e 10 meses de prisão por estuprar a enteada, hoje com 15 anos. O processo está em segredo de Justiça.

 

A condenação contra o líder religioso, preso desde abril do ano passado no presídio Inspetor José Martinho Drumond, na Grande BH, foi anunciada na última sexta-feira (12/4), um ano depois do caso vir à tona. Ele também foi condenado a pagar R$ 2 mil por danos morais à vítima, abusada desde os oito anos.

 

Outras 15 vítimas, entre elas duas enteadas de Carlos, denunciaram o pai de santo pelo mesmo crime. Conforme apurado pelo Estado de Minas, duas denúncias, de 2019 e 2020, já estão em processo avançado na Justiça, e as demais estão paradas na delegacia da Polícia Civil. A reportagem pediu posicionamento da corporação e aguarda retorno.

 

 

O Estado de Minas também procurou a defesa de Carlos Valério para saber se vão recorrer da decisão. 

 

Pai de santo usava religião para ‘caçar’ suas vítimas

 

Carlos Valério Barbosa de Souza, de 59 anos, se valia do posto religioso e de intimidações para cometer os crimes. Ele foi preso em abril do ano passado. As primeiras denúncias partiram das três enteadas do homem, e as investigações tiveram início em março de 2023.

 

Em 2019, uma das filhas da mulher do pai de santo, à época com 18, contou que havia sido estuprada pelo homem. Ela, no entanto, não acreditou. Quatro anos depois, a filha de 15 anos também contou à mãe que, assim como a irmã, foi abusada pelo homem. Outra enteada resolveu expor a situação depois que descobriu os abusos contra a irmã mais nova.

 

Os abusos faziam parte de um ritual religioso. “O investigado admitiu a prática das relações sexuais, mas alegou que elas foram consensuais. Essas pessoas iam até ele (no terreiro) para procurar uma cura para alguma enfermidade física ou aconselhamento espiritual. Durante as sessões, ele as molestou”, afirmou a delegada Larissa Mayerhofer, responsável pela investigação.