Begoleã Mendes Fernandes, de 26 anos, natural de Matipó, na Zona da Mata, foi condenado nesta quinta-feira (8/2) pela Justiça da Holanda  -  (crédito: Reprodução)

Begoleã Mendes Fernandes, de 26 anos, natural de Matipó, na Zona da Mata, foi condenado nesta quinta-feira (8/2) pela Justiça da Holanda

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O mineiro Begoleã Mendes Fernandes, de 26 anos, natural de Matipó, na Zona da Mata, foi condenado nesta quinta-feira (8/2) pela Justiça da Holanda, na Europa, à internação compulsória, por tempo indeterminado, para tratamento psiquiátrico pelo assassinato de Alan Lopes, de 21. O crime aconteceu em 26 de fevereiro do ano passado, em Amsterdã.

Begoleã havia afirmado que a vítima, que trabalhava em um açougue, praticava canibalismo. Tentando voltar ao Brasil no dia seguinte ao crime usando um documento italiano falso, ele acabou preso no aeroporto de Lisboa, em Portugal.

O jovem estava com carne dentro da mala, que, segundo relatou na ocasião, seria do tipo humana, tendo sido retirada da geladeira de Lopes. Logo, o transporte do material serviria para provar que o homem assassinado seria um canibal. No entanto, a perícia revelou que se tratava de carne animal

Além disso, o Ministério Público apontou que Begoleã é esquizofrênico e desenvolveu uma paranoia em relação ao amigo. Logo, a decisão judicial ocorreu dentro do esperado pela família, conta a irmã de Alan, Kamila Lopes, ao Estado de Minas. “Já imaginávamos que seria assim (a sentença). Estamos confiantes que esse ‘tempo indeterminado’ seja uma longa caminhada, já que ele representa um grande risco à sociedade”, avalia.

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Kamila diz ainda que ela e o restante da família têm se esforçado para que a dor dê, cada vez mais, lugar somente as boas lembranças do irmão. “No dia a dia tentamos ser fortes e conviver apenas com a saudade, apesar de, às vezes, ser muito difícil”, completa.

Begoleã confessou assassinato em mensagem de voz

Em mensagem de voz enviada a amigos pouco após o crime, Begoleã confessou o assassinato, mas alegou legítima defesa. Sem apresentar provas, o jovem afirmou que Lopes havia tentado atacá-lo após convidá-lo para comer carne de uma pessoa que ele teria matado.

Begoleã Fernandes havia abandonado a faculdade de Odontologia para tentar uma carreira como lutador na Holanda. Em situação migratória irregular e sem trabalho fixo, ele fazia alguns trabalhos esporádicos como entregador em um aplicativo.

A vítima, Alan — que nasceu no Distrito Federal, mas vivia há sete anos na Holanda junto com Kamila, a mãe e outra irmã — costumava ajudar Begoleã, emprestando dinheiro e permitindo que ele pernoitasse em seu apartamento, o mesmo onde ocorreu o crime.