O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), prevê prejuízos na sequência de novas obras para contenção de enchentes, caso a Câmara do município siga reprovando projetos de autoria do executivo municipal, que garantiriam recursos para as intervenções. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa, realizada na manhã desta quarta-feira (24/01).



Questionado pela imprensa, Fuad disse que não queria comentar o assunto em um momento de tragédia, porém aproveitou a menção para criticar a postura do Legislativo e ressaltar a perda de milhões em empréstimos, que, segundo ele, seriam necessários para a continuidade de importantes obras na capital.

 

”As obras atuais não pararam, porque nós só começamos depois que o empréstimo estava contratado. Agora, tem mais coisa para fazer nessa cidade, nós estamos vendo aí hoje e, de fato, se a Câmara não não der sequência a esses projetos nós vamos ter isso prejudicado”, declarou nesta manhã.

 

Em nota, a presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte questionou a fala do prefeito apontando que não havia empréstimos que previam obras para as regiões mais afetadas pelas chuvas de terça-feira.

 

“O prefeito, obcecado com a reeleição e esquecendo de governar, só sabe pedir dinheiro e, evidentemente, nem lembra pra que serve cada empréstimo, o que demonstra claramente que a intenção é liberar recursos públicos, sem controle. O Santa Lúcia, por exemplo, onde vimos imagens de carros sendo levados, já tem uma barragem de contenção. Custaria à prefeitura apenas o esforço de fazer o seu trabalho e esvaziá-la previamente para receber a água das chuvas, como foi feito em anos anteriores. A incapacidade da prefeitura de fazer o mínimo na estrutura que já existe diz muito sobre os riscos de endividar a cidade para fazer algo novo”, diz o texto.

 

Volume de chuvas atípico

 

Depois da chuva deixar um rastro de caos em Belo Horizonte, a Defesa Civil apresentou um balanço de ocorrências na manhã desta quarta-feira (24/01). Nas contas do órgão foram sete pontos de alagamentos. Os mais graves concentrados nas regionais Oeste, Pampulha e Venda Nova, onde foram instalados postos de comando para mapeamento dos atingidos.

 

 

O volume de chuvas pegou a Defesa Civil de surpresa. “Nós prevemos chuvas que poderiam chegar até 40mm. O que nós percebemos é que os fenômenos climáticos se desenvolvem de uma maneira muito abrupta, muito rápida”, afirmou. Em algumas regionais, como a Oeste, o volume ultrapassou 90mm, chegando a 27,7% do esperado para todo o mês de janeiro, entre as 19h de terça-feira e as 7h desta quarta.

 

Na avaliação do prefeito da cidade, esse será "o novo normal", diante das mudanças climáticas no mundo. “Depois de uma chuva extremamente violenta, a gente costumava dizer que era fora do normal, mas agora a gente tem que dizer que essa chuva é o novo normal”, disse.

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