Consumidores vão ao Mercado Central para garantir a ceia de Ano Novo -  (crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Consumidores vão ao Mercado Central para garantir a ceia de Ano Novo

crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press

Com a passagem do Natal, os preparativos para a ceia do Ano Novo começam a esquentar, e muitas culturas têm tradições gastronômicas específicas associadas ao Réveillon para atrair boas energias para o ano que começa. Em Belo Horizonte, o Mercado Central cheio na manhã de sábado (30/12) mostra que muita gente ainda está em busca de produtos para rechear a ceia de comidas típicas da época.

"Tradicionalmente, acredita-se que comer determinados alimentos no último dia do ano pode atrair prosperidade, dinheiro, fertilidade, sorte e saúde para o ano que se inicia", destaca a nutricionista Adriana Stavro.

Desde a entrada até a sobremesa, ficam os destaques de sempre: castanhas, carnes e frutas da temporada.

“Castanha sempre tem muita venda, principalmente em final de ano. Por aqui, vende mais caju, pará, nozes, damasco, e este ano em particular saiu muito pistache. Essas são mais de fim de ano, mas podem ser consumidas o no inteiro”, relata Ana Cristina Rodrigues, proprietária da Castanharia Central.

Mirella Guimarães foi ao Mercado Central para procurar frutas típicas de ano novo: “pêssego, uva, lichia, ameixa, e hoje ainda vou levar uma pitaya”. Ela veio pelas frutas, mas ainda diz que vai providenciar o restante da ceia. “Vou fazer uma carne, um filé e uma massa para os meus amigos. Este ano, estou com uma visita em casa e ela não gosta de peixe”, afirma.

“Hoje, estou procurando castanhas, nozes, passas. Essas coisas de Natal mesmo, além de patês e torradinhas para a entrada. Na ceia, mesmo, vai ter lombo com abacaxi, frutas, arroz à grega”, comenta Teófilo Oliveira de Andrade, que também aproveitou para dar uma olhada no bacalhau do Ananda Empório.

“Está saindo bastante bacalhau para o Ano Novo e hoje mesmo deve acabar tudo. Nosso forte é a castanha. O bacalhau é um quebra-galho”, explica o proprietário do empório, Geraldo Henrique Campos, que está há 72 anos no Mercado Central.

O peixe costuma ser bastante consumido no final do ano, principalmente para quem não é muito fã de carnes vermelhas. Wesley e Ana Paula Maia contam que “para o Ano Novo, compramos bacalhau, mesmo sendo caro demais. Nós compramos aqui no Mercado Central, onde achamos produtos melhores, apesar dos preços mais altos, mas damos preferência por conta da qualidade.”

Antônio Dirceu Costa, proprietário do Rei da Carne, no entanto, reforça que ainda há muita saída das carnes de boi, porco e carneiro, mas que houve a tendência de trocar a carne suína do Natal pela bovina no Ano Novo. “O que saiu mais na semana passada foi pernil, mas agora, para esta semana, está saindo mais carne bovina, carneiro. Hoje, já saiu muita picanha, alcatra, contra-filé para churrasco mesmo”, explica ele.

Para começar o ano renovado, frutas caem bem, ainda mais no clima brasileiro.

“Todas as frutas vendem bem, mas o que está em alta agora, no final do ano, é pêssego, ameixa, uva, cereja, figo, lichia. As frutas natalinas para comemorar a passagem do ano mesmo”, comenta Antônio Julião, proprietário da Barraca do Patureba.

A nutricionista Adriana Stavro explica que algumas frutas, como uvas e romã, têm significados específicos: desejo e fortuna, e abundância e fertilidade, respectivamente.

"Em muitos países de língua espanhola, como Espanha e alguns países da América Latina, é tradição consumir 12 uvas à meia-noite, representando os 12 meses do ano. Cada uva simboliza um desejo para o próximo ano, proporcionando um ritual significativo para dar as boas-vindas ao novo ciclo”, afirma.

“Já a romã, com sua abundância de sementes, é uma fruta que simboliza prosperidade e riqueza. Em algumas culturas do Mediterrâneo e do Oriente Médio, acredita-se que a romã também represente a fertilidade. Muitas pessoas consomem as sementes ou preparam suco de romã como parte de rituais e tradições, buscando atrair prosperidade financeira, fertilidade e abundância em diversos aspectos da vida”, completa.