O passado múltiplo do Espaço Luiz Estrela
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Hoje espaço livre de formação educacional e artística, um casarão tombado na Região Centro-Sul de Belo Horizonte carrega as marcas de um passado múltiplo: foi hospital militar, manicômio e escola, antes de assumir o novo destino. Localizado no Bairro Santa Efigênia, o Espaço Comum Luiz Estrela comemora 10 anos de existência. Mas a história começa bem antes, há mais de um século, em 1912, quando se iniciam as obras na Rua Manaus, 348, para a construção de um Hospital Militar da Força Pública Mineira, inaugurado dois anos depois, com instalações modernas para a época e capacidade para 60 leitos.
Em 1945, o edifício recebeu uma reforma para que pudesse abrigar um hospital psiquiátrico infantil depois que a instituição original se mudou para seu endereço atual, na Avenida do Contorno. Assim, começaram as atividades de atendimento psiquiátrico e psicopedagógico no imóvel da Rua Manaus, que continuaram por décadas até o hospital ser fechado, nos anos 1990, para dar espaço à Escola Estadual Yolanda Martins.
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O valor histórico do imóvel foi oficialmente reconhecido, em 1994, pelo tombamento pela Diretoria de Patrimônio Histórico de Belo Horizonte. Mas, no mesmo ano, a escola foi fechada e o casarão ficou abandonado por quase duas décadas, até que em 26 de outubro de 2013, artistas, ativistas, educadores, produtores culturais, entre outras tantas pessoas, romperam as portas do casarão abandonado e ocuparam seu interior escuro e desconhecido para salvar o imóvel tombado da total deterioração.
O casarão foi convertido em espaço livre de formação educacional e artística, aberto e autogestionado. E passou a ser chamado de Espaço Comum Luiz Estrela, homenagem ao poeta, performer, intelectual, morador de rua e homossexual Luiz Otávio da Silva, conhecido como Estrela, que morreu naquele ano, depois de uma vida de luta pela arte e direito à cidade.
Atualmente, o espaço é palco de diversas atividades realizadas de forma colaborativa, incluindo manifestações políticas, eventos culturais, performances artísticas, blocos de carnaval, peças de teatro, encontros comunitários, oficinas formativas, debates públicos e festivais. O espaço fica aberto ao público de terça a sábado, três horas por dia, em horários diferentes.
*Estagiário sob supervisão da subeditora Rachel Botelho