A feira acontece há 21 anos na área externa do Mineirinho. Os feirantes foram surpreendidos com a notificação na última sexta-feira (15/12).  -  (crédito:  Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A feira acontece há 21 anos na área externa do Mineirinho. Os feirantes foram surpreendidos com a notificação na última sexta-feira (15/12).

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

O fim da feira do Mineirinho foi pauta para uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (19/12). Os feirantes foram surpreendidos na última sexta (15/12) após a Mineirinho SPE S/A, que administra o local, solicitar o encerramento das atividades no ginásio até o próximo dia 24.

A reunião foi solicitada pelo deputado Carlos Henrique (Republicanos) e contou com a participação do presidente da Fenacouro, organizadora da feira, além de três feirantes. Participaram também representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade.

Leia também: Capivara se esconde em bar e é capturada por bombeiros no interior de MG

Na audiência, a principal preocupação trazida pelos feirantes foi a proximidade da data para encerramento das atividades. Os comerciantes reivindicam um aumento no prazo para que o lugar seja desocupado, já que há necessidade de procurar outro local para a feira e tempo para divulgação do novo espaço.

Como solução, William Martins, presidente da Fenacouro, afirmou na reunião que foi iniciada conversa com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) sobre um novo local. De acordo com ele, foi sugerido um terreno na Avenida Clóvis Salgado, na Região da Pampulha. Foi no mesmo espaço, inclusive, onde foi organizada a feira durante a Copa do Mundo de 2014, quando o estádio foi utilizado pela Fifa. “Queremos um espaço pelo menos provisório, para amparar as pessoas que ficaram sem lugar para expor”, afirmou.

Com a surpresa da notificação solicitando o encerramento das atividades no prazo de uma hora, a principal preocupação dos feirantes é com as festas de fim de ano, momento em que as vendas costumam aumentar. "Dezembro, janeiro e fevereiro são importantes, tem muitos visitantes e turistas que chegam à cidade. São nossos melhores meses de venda. Temos alguns expositores que o único meio de sobrevivência é a feira, eles não têm outra atividade para sobreviver”, conta William. O presidente da Fenacouro ainda esclarece que, no contrato original, o prazo para utilização do espaço era até 5 de março.

Os expositores que acompanharam a reunião com placas de protesto saíram com a promessa do deputado que o caso seria levado às autoridades competentes e às entidades que podem oferecer ajuda.

Entenda o caso

A Feira do Mineirinho está estabelecida há 21 anos na parte externa do Ginásio Jornalista Felipe Drummond. Anteriormente, os contratos da exposição eram realizados com o governo de Minas Gerais. No entanto, desde 2022, o ginásio foi concedido à iniciativa privada. À época, a concessionária e a administração da Feira firmaram Termo de Permissão de Uso, rompido unilateralmente, pela Mineirinho SPE S/A, segundo a Fenacouro Promoções e Eventos Ltda, que administra a Feira.

Na última sexta-feira (15/12) os expositores foram surpreendidos com uma notificação da Mineirinho SPE S/A, que administra o local solicitando o encerramento das atividades até o próximo dia 24.

“Nós temos um contrato assinado com a concessionária que administra o Mineirinho que tem vigência até cinco de março do ano que vem. Porém, fomos surpreendidos com a notificação para desocupar o imóvel”, afirmou Willian Martins.

Ele ainda contou que a administração da Feira fez um pedido à concessionária para que estendesse o prazo, com a justificativa de que teria pouco tempo hábil para realocar os mais de 100 expositores da Feira. Martins acrescentou que são gerados mais de 1 mil empregos diretos e indiretos por conta do evento, que ocorre às quintas e domingos.

A reportagem procurou a Mineirinho SPE S/A mas, até a publicação dessa matéria não obteve retorno.