Viatura da Polícia Civil parada em frente ao prédio onde a delegada mora, na Pampulha -  (crédito: Pedro Faria/EM/DA Press)

Viatura da Polícia Civil parada em frente ao prédio onde a delegada mora, na Pampulha

crédito: Pedro Faria/EM/DA Press

Ja chega a quase 24 horas a situação envolvendo a delegada Monah Zein, que trocou tiros com policiais nessa terça-feira (21), dentro do apartamento em que mora no bairro Ouro Preto, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. A confusão assustou moradores vizinhos

Durante a madrugada a mãe da delegada esteve no local e tentou conversar com ela. Após algumas horas, a mulher foi embora sem falar com a imprensa.

No inicio desta manhã, a movimentação no local foi de troca de turno entre policiais e o SAMU. Ainda não há um desfecho para a situação.

Ainda na noite de ontem, a delegada postou várias mensagens no perfil do instagram reclamando da atuação dos agentes. Na mensagem, Monah questiona a chegada dos policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) em sua residência. “Acordei após bandidos sem mandado judicial, sem determinação da PC […] criminosos que me deram até tiro de choque. Só cego não enxerga o que acontece aqui”, diz ela.

“Nem traficante pode passar por essa humilhação às 23h, retirem essas pessoas da minha porta”, completou.

Em outra mensagem publicada, a delegada diz que vai dormir em casa e procurar o Exército quando acordar. “Amanhã cedo eu tô saindo para procurar ajuda no exército porque não é possível passar por isso”, disse.

O prédio da servidora foi cercado depois que ela teria publicado mensagens em um grupo de delegados sobre o suicídio de um investigador do CORE. Segundo uma fonte ligada à PCMG, um dos responsáveis pela ocorrência envolvendo Monah afirmou que os policiais "ficaram preocupados" com o teor das postagens e, por isso, decidiram ir até a residência buscar sua arma.

No entanto, em live divulgada em suas redes sociais, Monah afirma que tem sido perseguida por pessoas de dentro da corporação, em decorrência de denúncias de assédio que registrou. "Não volto mais para aquele purgatório", disse. Na transmissão, ela conta que, nessa segunda-feira (20/11), um dia antes de sua volta das férias, os "atos humilhantes, assediadores, bizarros, adoecedores" cometidos por pessoas de dentro da corporação voltaram a acontecer. Aos mais de 700 espectadores, a delegada relata que apresentou diversas denúncias sobre o que estava passando aos órgãos competentes, mas que nenhuma delas foi investigada.

Em nenhum momento dei a entender que iria tirar minha vida. Dei a entender que não ia voltar para aquele purgatório. Meus pedidos para a corregedoria são simplesmente ignorados. Eu apresentei na ouvidoria do Estado, na ouvidoria da Polícia, na corregedoria, no fiscal do MPMG”, diz.

As denúncias de assédio, segundo aponta uma fonte ouvida pelo Estado de Minas, culminaram em uma sindicância da corregedoria da corporação contra a delegada. A investigação gerou um pedido de remoção da polícial de Conceição do Mato Dentro, delegacia onde estava lotada, para a regional de Pirapora. Porém, nessa segunda-feira, a Justiça de Minas Gerais acatou o pedido da delegada para a não mudança e mantê-la na delegacia de origem.