BRB — Banco de Brasilia
Em reunião nessa segunda-feira (6/11), o Colégio de Líderes da Câmara Legislativa aprovou um convite para que o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, participe de uma reunião fechada com os 24 deputados distritais. Ele será chamado a comparecer na Casa na próxima segunda-feira, às 10h. Paulo Henrique não é obrigado a responder aos questionamentos dos parlamentares, mas uma recusa pode dar margem para a abertura de uma CPI sobre o BRB.
Gabriel Magno e sua equipe têm estudado o assunto com profundidade. Ele analisou com lupa a manifestação de voto da Associação dos Empregados do Banco de Brasília (AEBRB) e da Associação Atlética Banco de Brasília (AABR), acionistas do banco, em assembleias. Em 2021, as entidades recomendaram a rejeição das contas.
Na última assembleia, realizada em abril, as associações apontaram, por exemplo, um prejuízo na parceria do BRB com o Flamengo e falta de transparência nas contas do projeto. Segundo as minoritárias, todo o prejuízo tem sido comportado pelo BRB, mesmo quando há previsão no contrato de que cada parte tenha responsabilidade por metade do negócio. "É patente a ausência de economicidade, uma vez que o banco deixa de dividir os custos com o sócio. A equação está desbalanceada para o lado da agremiação futebolística, que só participa quando houver lucro", apontam os acionistas minoritários.
O deputado Gabriel Magno pediu ao Tribunal de Contas do DF que lhe encaminhe cópias de oito processos em tramitação relacionados à parceria do BRB com o Flamengo. Na condição de parlamentar, ele tem competência para fiscalizar e exercer o controle externo dos contratos públicos.
O líder do PT na Câmara Legislativa, Chico Vigilante, está acompanhando todas as informações sobre a deterioração dos indicadores do BRB. Ele defende que o presidente do banco apresente esclarecimentos sobre todas as dúvidas dos distritais. "Ele irá à Câmara Legislativa", garante o petista.
A deputada distrital Dayse Amarilio (PSB) também está se inteirando da situação para organizar os questionamentos ao presidente do BRB. Da mesma forma, o deputado Max Maciel, integrante da Comissão de Fiscalização e Transparência da Câmara Legislativa, tem buscado dados sobre a situação do banco controlado pelo Governo do Distrito Federal.
Em viagem a Portugal, a deputada Paula Belmonte (Cidadania), presidente da Comissão de Fiscalização e Transparência da Câmara Legislativa, chega amanhã a Brasília e na quinta-feira promove uma discussão sobre a situação do banco. Um dos temas que despertam sua atenção é a questão dos servidores e aposentados superendividados que têm sofrido com a cobrança de débitos diretamente na conta do BRB, por onde recebem seus salários e proventos.
O BRB vendeu carteiras de empréstimos consignados para instituições financeiras privadas e não pode mais tomar providências para que uma lei distrital que trata do endividamento responsável seja cumprida. A lei, de autoria do deputado Roosevelt Vilella (PL), prevê que os bancos sejam proibidos de descontar da conta corrente do devedor um percentual superior a 40% de sua remuneração ou subsídio.
Deterioração
Série de reportagens do Correio, com base em relatórios do próprio banco, manifestações do Banco Central, análise de risco da agência independente de classificação Moody's e no voto de acionistas minoritários em assembleia, indica que os números do BRB são preocupantes e há uma perspectiva negativa, apesar de a instituição apresentar uma imagem de cenário lucrativo. As acionistas minoritárias dizem que a parceria com o Flamengo só é lucrativa para o time carioca e o prejuízo, apontado em relatório, fica apenas com o BRB. Veja os documentos abaixo:
Documento BRB
Documento BRB
Documento BRB