Homenagear o ídolo Dorival Caymmi foi a intenção do cantor, pesquisador e pianista Adriano Grineberg quando lançou os álbuns "Eufótico" (2024) e “Uma ode a Dorival Caymmi” (2025), ambos disponíveis nas plataformas digitais. O segundo disco traz sete faixas e encerra o ciclo do projeto inteiramente dedicado às canções praieiras do compositor e cantor baiano.


Os dois discos são a base do show de Adriano, que já está na estrada há dois anos. “Acho que o show é a melhor dinâmica para ver um projeto acontecer. Acho também que ele acontece realmente quando está na estrada e com a mesma banda que foi mantida para o novo projeto. O legal é que, durante o show, a música de Dorival Caymmi permite aquela coisa da improvisação, algo mais solto”, diz o músico.


“Ele fez versões diferentes das suas músicas e acho que a gente caminhou mais ou menos por aí”, ressalta Adriano. “Caymmi sempre esteve presente no meu imaginário, na minha admiração, na música e na estética, além da maneira como ele enxerga a música de uma forma fotográfica. Ele também era pintor e eu desenho alguma coisa, então temos algo em comum com a imagem. Ele mexe muito dentro dessa minha criatividade, na qual vejo um terreno próspero para colocar sonoridades.”


Adriano revela que não recorreu à mesma sonoridade de Caymmi. “Nas gravações, usamos pianos, teclados e guitarra slide, que é uma herança que trazemos do blues e do rock dos músicos que tocam comigo. Juntei-me ao Edu Gomes e o Fabá Jimenez, que são os dois guitarristas e violonistas da minha banda, para tentarmos fazer um segundo volume. A faixa ‘O vento’, gravada pela Badi Assad no outro disco, foi muito legal, e gostei tanto da experiência da participação dela que resolvi convidar outros artistas para fazer feats nesse novo trabalho.”

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“Gravei 'Uma ode a Dorival Caymmi' como uma conclusão. Tem algumas canções praieiras, mas tem também samba e samba-canção, da fase mais carioca dele. Então, vejo isso como uma conclusão de um trabalho, com os dois discos totalizando 16 músicas.”


“Ao longo do ano, lancei cinco singles e mais duas faixas que vieram junto com o álbum. A primeira foi ‘Maracangalha’, na qual usei a levada de New Orleans, fazendo uma ligação do Zydeco com o carnaval brasileiro.”


O músico conta que a primeira participação no disco foi na faixa ‘Samba da minha terra’, quando trouxe um pouco do samba-rock e da sonoridade bluesy. “O Edu Gomes fez uma guitarra reverenciando BB King e Buddy Guy. E para ela veio o amigo Lazzo Matumbi, que é uma voz da cultura baiana. Já ‘O bem do mar’ eu a fiz sozinho, cantando, porque para mim, essa música tem um chamado forte.”

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Alaíde Costa

Adriano convidou Alaíde Costa para participar do projeto. “Gravamos ‘Quem vem pra beira do mar’, versão que ela já cantava em forma de bolero e samba-canção. No estúdio, levamos aquele som do Norte da África, do Mali, das origens do blues. Ela curtiu e foi colocando elementos também.”


No álbum, Adriano contou com a participação de Nasi, do Ira!, que gravou “A canção da partida”, da ‘Suíte dos pescadores”. Adriano gravou também ‘Adeus’, samba de Caymmi.


Outra participação especial foi de Danilo Caymmi, em “A jangada voltou só”. Adriano afirma que embora tenha gravado vários singles, “o álbum é como escrever um livro, no qual cada música é um capítulo.”


“UMA ODE A DORIVAL CAYMMI”
• Disco de Adriano Grineberg
• Tratore
• Sete faixas
• Disponível nas plataformas digitais

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