Carla Corsino lança álbum com serestas, toadas, danças e paisagens sonoras
"Alma brasileira", que traz 14 faixas, está disponível nas plataformas. No disco, pianista paulista transita entre o erudito e o popular
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Já está nas plataformas digitais o álbum “Alma brasileira” (Tratore), da pianista paulista Carla Corsino. O disco traz 14 faixas e composições de Camargo Guarnieri, Heitor Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Cláudio Dauelsberg e André Mehmari, entre outros. A artista percorre a diversidade afetiva e estética da música brasileira, entre serestas, toadas, danças e paisagens sonoras.
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O trabalho foi gravado no Estúdio Monteverdi, em São Paulo, com direção artística de Cláudio Dauelsberg e direção musical de Guilherme Pozzi. “Na época da COVID, fiz um recital online para Portugal e quem me pediu viu que eu tocava muito Camargo Guarnieri (1907-1993). Na verdade, ele foi a pessoa quem me inspirou a vida toda. Ele dava aulas para alguns alunos e eu sempre estava no meio. Então, o que ouvia de obras dele tocada por amigos e por mim foi um privilégio.”
Como dava aulas de piano, Carla lembra que há cerca de 15 anos começou a tocar aquilo que mais curtia e que sabia melhor, o que, segundo ela, eram os compositores brasileiros. “As pessoas me olhavam e diziam: ‘Ela gosta de brasileiros, gosta de Guarnieri’. Então, gravei um CD para mandar para Portugal, no qual coloquei músicas de Guarnieri, Almeida Prado e Amaral Vieira.”
Carla conta que, quando foi fazer a edição do disco, Guilherme Pozzi, professor que sempre ajudava, lhe perguntou: “Por que você não grava ou solta alguns vídeos sobre a ‘Alma brasileira’”. “Fiquei encantada na época, pois sempre gostei das obras dele, mas, particularmente, tem tudo a ver comigo. Gosto do erudito, mas também gosto do campo, da seresta, das tocatas e do choro”, enfatiza.
A pianista recorda que Pozzi sugeriu então procurar quais os temas que têm no Brasil de obras chamadas ‘Alma brasileira’. “Procuramos e encontramos somente a ‘Alma brasileira’, de Villa-Lobos. E então partimos para ‘Dança brasileira’ e 'Canção sertaneja', de Guarnieri, repertório que sempre toquei, e ‘Impressões seresteiras’, de Villa-Lobos, que sempre quis fazer.”
A partir daí, Carla pediu a outros compositores que lhe mandassem músicas. “Entrei em contato com Catarina Domenici, em Porto Alegre. Ela adorou a ideia, conversamos, contei um pouco da minha infância e depois de umas três semanas me apresentou ‘Alma caipira’. Pensei, minha alma é assim mesmo, a música tem tudo a ver comigo.A música ficou muito bonita.” Na sequência, o pianista André Mehmari fez “Choro, canção e dança” e Cláudio Dauelsberg , “Canção seresta”.
Recitais
“Acabamos gravando oito obras inéditas nesse disco e as outras faixas são de Guarnieri, Villa-Lobos e Almeida Prado. Então, tem muita coisa bacana. Confesso que caí um pouquinho para o popular, enfim, fiz as duas linguagens que é o que gosto de fazer. O disco é requintado, está alegre e com bom gosto”, afirma a pianista. No YouTube, estão “Alma brasileira”, “Canção seresta” e “Valsa seresteira”, de Elvira Drummond.”
“Agora é fazer alguns shows para divulgar o trabalho. Já tenho recitais marcados no Rio de Janeiro, Uberlândia (Triângulo Mineiro) e Tatuí (SP). Esse meu álbum é um show, o repertório é leve e gostoso de se ouvir”, detalha Carla, que também se dedica ao ensino de piano para crianças. n