Hamilton de Holanda faz show hoje no ‘Encontro com Mestres’
Músico é o convidado da abertura, nesta sexta (28/11), do evento dedicado ao choro, que terá rodas musicais, oficinas e feira gastronômica, até domingo
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Primeiro gênero musical genuinamente brasileiro, nascido e criado no país, o choro ganha destaque na agenda cultural de Belo Horizonte neste fim de semana com a segunda edição do projeto “Encontro com Mestres”.
A programação tem início nesta sexta-feira (28/11) com as apresentações, a partir de 19h, na Funarte-MG, de Pablo Dias, tendo Sérgio Pererê como convidado, e de Hamilton de Holanda, com um show de bandolim solo em que repassa suas composições e de outros autores.
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Amanhã, o dia será todo dedicado a oficinas, ministradas pelos participantes do projeto – inclusive o próprio Hamilton de Holanda – também na Funarte-MG, com inscrições gratuitas.
A programação do sábado fecha com a “Roda de choro com os mestres”, às 19h, no Baticum Tendinha Cultural, no bairro Concórdia, onde professores, alunos e músicos convidados se encontram em uma celebração aberta e espontânea, com entrada franca.
No domingo, se apresentam, a partir de 13h30, na Funarte-MG, o Regional da Serra, idealizador do “Encontro com Mestres”, com a participação da clarinetista e cantora Thamiris Cunha; o grupo Abre a Roda – Mulheres no Choro; e o bandolinista e cavaquinista paulistano Henrique Araújo, acompanhado pelo Regional Jacarandá. Além dos shows, o público presente poderá aproveitar uma feira gastronômica, com barracas de comidas e bebidas.
Homenagem a Lô Borges
Hamilton de Holanda adianta que, além de obras de sua lavra, vai tocar músicas de Pixinguinha, “o grande pai do gênero”, e de compositores que foram influenciados pelo choro, como Tom Jobim e Edu Lobo. Ele revela que vai, também, prestar uma homenagem a Lô Borges, tocando “Clube da Esquina nº 2”. “Sei que é um cara muito amado em Minas e partiu recentemente, por isso essa homenagem. Gravei um disco dedicado à obra do Milton e tem no repertório algumas parcerias dele com Lô”, diz.
Como se trata de um show solo, o artista diz que a apresentação tem caráter intimista e abre a possibilidade de uma troca mais próxima com a plateia, em que pode conversar e contar histórias acerca do gênero.
“Acabei de fazer, há cinco dias, um show assim na Bélgica. É interessante porque o público pode ver como é a intimidade do bandolim, a beleza do som que tem, porque ele normalmente está num contexto com outros instrumentos, então, quando vem sozinho, o público consegue degustar mais”, comenta.
Memória e cultura
Hamilton diz que iniciativas como o “Encontro com Mestres” são muito importantes, na medida em que fortalecem a identidade cultural do país. “É um evento que dá valor a um gênero que foi o primeiro nascido no Brasil. A inteligência de um povo está ligada à memória, ao que ele retém de sua história e de sua cultura, e isso gera qualidade de vida”, afirma. Sobre a oficina que ministra no sábado, o artista diz que pretende falar sobre processos de aprendizado e um pouco sobre a história do choro.
Ele pontua que vai, também, oferecer um aperitivo do livro que pretende lançar no próximo ano, “Hábitos criativos do músico improvisador”, que já vem divulgando na forma de palestras. “Trato, a partir desse mote, da criatividade espontânea e instantânea. Como imagino que vão ter muitos músicos inscritos, abro uma parte dessa oficina para perguntas, para esclarecer curiosidades e dúvidas de quem quer entender sobre choro, improvisação e a relação do gênero com o jazz”, salienta.
Anfitrião do “Encontro com Mestres”, o Regional da Serra vai apresentar um repertório que inclui músicas de Waldir Azevedo, Altamiro Carrilho, Pixinguinha, Rubens Leal Brito e uma da lavra de Thamiris Cunha, segundo o flautista Pedro Alvarez, que integra o grupo ao lado de Daniel Nogueira (pandeiro), Daniel Toledo (violão sete cordas) e Pablo Dias (cavaquinho). “Pegamos um repertório que não é muito executado nas rodas de choro da cidade, só com uma ou outra música mais conhecida”, diz.
O projeto, conforme ele diz, espelha a pulsante cena do gênero em Belo Horizonte. “Sou formado em arquitetura, e meu projeto de conclusão de curso foi uma casa de choro. Antes da pandemia, catalogamos 37 rodas por semana na cidade. Com a pandemia, parou tudo, mas depois voltou essa efervescência, com muitas formações novas sendo criadas. Temos um grupo de instrumentistas de choro no WhatsApp que tem 300 pessoas. É uma confraria que existe para manter e difundir essa música”, diz.
PROGRAMAÇÃO
NA FUNARTE-MG
(Rua Januária, 68, Floresta)
Hoje (28/11)*
• 19h – Pablo Dias convida Sérgio Pererê
• 20h30 – Hamilton de Holanda
Domingo (30/11)*
• 12h – Abertura da feira gastronômica
• 13h30 – Regional da Serra convida Thamiris Cunha
• 15h – Abre a Roda – Mulheres no Choro
• 16h30 – Henrique Araújo convida Regional Jacarandá
*Ingressos a R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia-entrada) à venda no Sympla
NO BATICUM
(Rua Itararé, 566, Concórdia)
Sábado (29/11)
• 19h – Roda de Choro com os Mestres (entrada gratuita)