O projeto iniciado na pandemia por John Pizzarelli rendeu um álbum ao cantor, compositor e guitarrista norte-americano. “Stage & screen” (2023) nasceu para celebrar os 40 anos de sua estreia em disco com “I’m hip (Please don’t tell my father)”, de 1983, quando ele se lançou na música ao lado do pai, o guitarrista Bucky Pizzarelli (1926-2020). Este trabalho é a base da turnê que traz Pizzarelli novamente ao Brasil.


No domingo (26/10), ele se apresenta no Palácio das Artes em formato de trio, acompanhado do baixista Mike Karn e do pianista Isaiah J. Thompson, instrumentistas que gravaram o álbum. O show celebra também os 18 anos do Vijazz & Blues Festival.

O título “Stage & screen” (Palco e tela) é como uma tradução do repertório do disco, com canções de clássicos, de filmes e espetáculos da Broadway. Entre elas estão “As time goes by”, de “Casablanca” (1942), “Oklahoma suite”, que reúne temas da montagem “Oklahoma” (1943), e “Time after time”, gravada por Frank Sinatra para o filme “Aconteceu assim” (1947). Mas há material recente também, como “I love Betsy”, de Jason Robert Brown, amigo de Pizzarelli, para o musical “Honeymoon in Vegas” (2013).


O clima é despojado, acompanhando o formato das apresentações on-line que inspiraram o disco. “Na pandemia, comecei a fazer lives no Facebook às quintas-feiras. As pessoas me pediam músicas e, quando vi, as mais populares eram de filmes e de shows da Broadway. Por que não juntá-las e transformá-la num álbum?”, afirma Pizzarelli.

Lives às quintas

O fim da crise sanitária não significou o fim do projeto virtual. Até hoje, quando a agenda traz uma brecha, Pizzarelli faz sua live de quinta. “Sempre que estou em Nova York (onde vive) sem trabalhar, eu faço. São ouvintes de muitos lugares, inclusive do Brasil, que se tornaram uma espécie de família das quintas-feiras.”


São 40 anos de carreira, e 29 desde a primeira vez que ele se apresentou no Brasil. Fã de primeira hora de bossa nova – sua discografia traz os álbuns “Bossa Nova” (2004) e “Sinatra and Jobim @50” (2017), que rendeu uma turnê ao lado de Daniel Jobim, neto de Tom –, ele promete alguns standards do gênero. Como também temas do guitarrista e compositor Pat Metheny.


Mineiros

A frequência com que vem ao país (BH já recebeu Pizzarelli algumas vezes, a última em 2022, quando revisitou a obra de Nat King Cole) fez aumentar sua predileção pela música brasileira. Cita, entre as preferências, Toninho Horta, Milton Nascimento, Gilberto Gil e João Bosco. “Sempre que vou a Minas Gerais, vejo como todo mundo toca violão lindamente”, diz.

Aos 65 anos, Pizzarelli afirma que a melhor parte da carreira é poder tocar ao redor do mundo. “As pessoas envelhecem, mas levam para os shows amigos e parentes mais jovens. Isso é muito especial, como que passando de geração para geração. Sou muito feliz por poder fazer música para viver”, finaliza.


JOHN PIZZARELLI

Domingo (26/10), às 19h, no Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Plateia 1: R$ 250 e R$ 125 (meia). Plateia 2: R$ 220 e R$ 110 (meia). Plateia superior: R$ 190 e R$ 95 (meia). Vendas na bilheteria e na plataforma Eventim.

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