De onde vêm as gírias mais curiosas do português brasileiro?
Muito além do humor, gírias e expressões contam a história e a diversidade cultural das diferentes regiões do Brasil
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Você já parou para pensar por que um paraense exclama "égua!" para quase tudo, ou por que um nordestino usa "oxente" para expressar surpresa? As gírias brasileiras são muito mais do que palavras engraçadas: elas funcionam como um mapa vivo da história e da diversidade cultural do país, revelando influências indígenas, africanas e europeias em cada região.
Cada canto do Brasil desenvolveu um vocabulário próprio que reflete seu modo de vida, sua culinária e suas tradições. Essas expressões, passadas de geração em geração, fortalecem a identidade local e, muitas vezes, deixam visitantes de outras partes do país completamente confusos, mas sempre curiosos.
Gírias que contam histórias
No Nordeste, a interjeição "oxente" é uma das mais famosas. Acredita-se que sua origem seja uma contração da expressão "ó, gente!". Já a palavra "arretado" pode significar tanto que alguém está irritado quanto algo que é espetacular, dependendo do contexto da conversa. Outra palavra comum é "barril", usada para descrever uma situação complicada, difícil ou perigosa. Se alguém disser que algo "é barril", já sabe que o desafio é grande.
Viajando para o Norte, especialmente para o Pará, a palavra "égua" se destaca. Usada para expressar surpresa, espanto ou ênfase, ela se tornou uma marca registrada da fala paraense. Chamar alguém de "maninho" ou "maninha" também é um costume local que demonstra proximidade e afeto, quase como um sinônimo de "amigo".
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Já no Rio de Janeiro, o sotaque "chiado" vem acompanhado de clássicos como "mermão", uma contração de "meu irmão", usada para se dirigir a qualquer pessoa. Se ouvir a palavra "caô", fique atento, pois ela significa mentira, conversa fiada ou uma história exagerada. Em São Paulo, a dupla "mano" e "mina" domina as conversas informais para se referir a homens e mulheres, enquanto "rolê" é o convite certo para um passeio ou volta.
No Sul do país, a influência da imigração europeia e das culturas de fronteira é nítida. A fruta que muitos conhecem como tangerina ou mexerica é chamada de "bergamota" pelos gaúchos. A palavra "guri" e "guria" para se referir a menino e menina, por sua vez, tem raízes na língua tupi-guarani.
Principalmente no Rio Grande do Sul, as palavras "bah" e "tchê" são a base de qualquer conversa. "Bah" é uma interjeição versátil, servindo para expressar quase qualquer sentimento, da surpresa à tristeza. Já "tchê" é um vocativo, semelhante a "cara" ou "amigo", e reforça a identidade gaúcha em qualquer diálogo.
Como entender as gírias do Brasil?
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Observe o contexto: a mesma palavra pode ter significados diferentes. Preste atenção na situação e no tom de voz para entender a intenção de quem fala.
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Pergunte sem vergonha: a maneira mais fácil de aprender é perguntar. A maioria das pessoas terá prazer em explicar o significado de uma expressão local.
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Use a tecnologia a seu favor: existem diversos dicionários informais e fóruns online que explicam as gírias de cada estado brasileiro. Uma pesquisa rápida pode resolver o mistério.
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Use o bom humor: caso erre a pronúncia ou o contexto, ria de si mesmo. A simples tentativa de se conectar já é valorizada e pode render boas histórias e novas amizades.
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Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.