Dalto, Biafra e Nico Rezende se unem em 'Clássicos eternos', hoje, em BH
Artistas fazem show nesta sexta (26/9), no BeFly Minascentro. Repertório inclui os sucessos "Muito estranho", "Sonho de Ícaro" e "Esquece e vem"
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Três tenores não, três terrores. Dalto, Biafra e Nico Rezende, nomes que emergiram na década de 1980 com grande sucesso de público – quando isso significava execução massiva em rádio e presença constante na TV – se uniram para o show “Clássicos eternos”. Nesta sexta (26/9), às 21h, os três se apresentam no BeFly Minascentro.
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O show é um apanhado dos sucessos de cada um com uma banda comum. Nico começa a apresentação, dando sequência a Biafra que, por seu lado, é substituído por Dalto. Ao final, os três terrores (a analogia é de Nico Rezende) se reúnem para outras canções. Românticas, claro.
“A música hoje está dividida em bolhas, né? Quem está numa bolha, não conhece quem está na outra... A gente está pegando um público que ficou órfão”, comenta Biafra. “Nesses tempos de polarização, as pessoas estão sentindo falta de uma música que traga afeto, carinho, de lembrar das coisas que viveram”, acrescenta.
Hitmaker
A reunião no palco faz muito sentido porque, além da geração, os três são próximos. Dalto, o mais velho (tem 76 anos), é da Tijuca, no Rio de Janeiro, mas mudou-se na infância para Niterói, cidade onde Biafra nasceu há 67 anos e vive até hoje. Nico, o caçula do trio (tem 64), é paulistano, mas chegou na juventude ao Rio (de onde não mais saiu) para tocar com certo cantor inglês que estouraria no Brasil (Ritchie).
Todos os três têm sua pegada hitmaker, mas foi Dalto quem mais emplacou sucessos, dele e dos outros. “Anjo” (lançada pelo Roupa Nova), “Bem-te-vi” (gravada por Renato Terra), “Pessoa” (ele gravou primeiro, mas Marina Lima eternizou) e a impagável “Muito estranho” (essa um monte de gente gravou, Simone e Nando Reis incluídos, mas é a versão original, do próprio Dalto, que ficou).
Pois um dos sucessos na voz de Biafra veio de um encontro com Dalto: “Leão ferido”. “Ele tinha lançado uma música chamada ‘Flashback’, que foi muito bem tocada. Depois não sei o que houve, desistiu e foi estudar medicina. Encontrei com ele mais tarde nas ruas de Niterói e fizemos a música. Gravei com um arranjo fantástico do Lincoln Olivetti. ‘Leão ferido’ arrebentou no Brasil todo e o Dalto gostou da ideia de voltar para a carreira artística. Ele logo veio com ‘Muito estranho’. Me mostrou antes de gravar. Eu falei: ‘Quero gravar essa música’. Ele disse: ‘Essa não’.”
Voar, voar, subir, subir...
Não há como falar em Biafra sem falar de “Sonho de Ícaro” (“Voar voar/Subir subir”). “É emblemática, mas tinha tudo para dar errado. Ela tem cinco minutos e 25 segundos, não tem refrão e virou a música da minha vida.”
Sucesso absoluto em sua época, ganhou as gerações posteriores desde se tornou um viral. Em 2009, Biafra gravava um depoimento para o documentário “Alô, alô Terezinha”, sobre Chacrinha. Quando estava cantando o hit, foi atingido por um parapente. Foi a partir desse momento que ele passou a lidar com a internet – até então, nem se interessava.
Rato de estúdio
Ao contrário dos dois parceiros, Nico Rezende nunca quis ser bandleader. Músico, produtor e arranjador, depois de ter tocado com Ritchie (é ele o autor de “Transas”), partiu para outras praias. Rato de estúdio, criou a trilha sonora dos filmes “Bete balanço” (1984) e “Rock estrela” (1986), trabalhou com Cazuza e Marina (os arranjos de “Fullgás” são dele). Chegou até a banda de Lulu Santos, com quem tocou por quase quatro anos.
“Era uma banda fantástica: eu, Leo Gandelman, Arthur Maia. Sempre compunha, mas nunca tinha tido a intenção de ser o artista de frente. Até que o Lulu, num belo dia, falou: ‘Com vocês, Nico Rezende’. Me largou no palco com umas 10 mil pessoas em Brasília. Era o momento em que ele saía, ia tomar uma água, dar uma descansada para voltar para o show. Essa primeira vez foi sem ensaio”, conta.
Naquela altura, ele já tinha seus hits: “Perigo” (muito conhecida na voz de Zizi Possi) e “Esquece e vem” são alguns deles. “Depois disso, montei minha banda e fui para a estrada”, finaliza Nico.
“CLÁSSICOS ETERNOS”
Show com Dalto, Biafra e Nico Rezende. Nesta sexta-feira (26/9), às 21h, no BeFly Minascentro, (Avenida Augusto de Lima, 785 – Centro). Ingressos: Setor 1: R$ 370 (inteira, 1º lote) e R$ 215 (meia, 2º lote e para quem doar 1kg de alimento); setor 2: R$ 250 (inteira), R$ 185 (social, para quem doar 1kg de alimento) e R$ 155 (meia). À venda na bilheteria local e no Sympla. Informações: (31) 97222-2424.
Outros shows no fim de semana
>>>BLUES NA PRAÇA
O evento será realizado amanhã (27/9), das 12h às 20h, na Praça Alaska, no Sion. Show com AvantGarde Escola de Música, Mr. King e Mariana Matheo e banda. Gratuito. Os ingressos devem ser retirados no Sympla.
>>>HABANA VIEJA
O grupo de música cubana capitaneado pelo percussionista Camilo Bernales faz show hoje (26/9), às 22h, no Paco Pigalle (Avenida Francisco Sales, 126 – Prado). Ingressos: R$ 35. À venda no Zig Tickets. Informações:
(31) 99809-1014.
>>>MAMUTTE
O artista apresenta hoje (26/9), às 20h30, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244 – Lourdes), o “Concerto-Tese experiência”. É um show de música popular criado a partir de pesquisa acadêmica. Além da música, Mamutte trabalha com artes visuais, dança e performance. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). À venda na bilheteria local e no Sympla.
>>>ANIRAP EXPERIENCE
Evento de rap geek (rap combinado com temas do universo geek, como animes e super-heróis). As atrações serão Chrono, Shiny, Filho e Éodan. Domingo (28/9), a partir das 17h, no Distrital (Rua Opala, s/nº – Cruzeiro). Ingressos: a partir de R$ 90. À venda no Articket.