MÚSICA

Alberto Continentino lança "Cabeça a mil e o corpo lento"

O baixista se cerca de vozes femininas e de instrumentistas de renome em seu terceiro álbum autoral, já disponível nas plataformas digitais

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Baixista dos mais requisitados do Brasil, que já acompanhou Caetano Veloso, Milton Nascimento, Adriana Calcanhotto e Baco Exu do Blues, entre outros, Alberto Continentino tem se colocado também como protagonista desde 2015, quando lançou o primeiro álbum autoral.

Passados 10 anos, ele apresenta o terceiro trabalho, que expõe sua verve de compositor. "Cabeça a mil e o corpo lento" se destaca por condensar de forma harmônica diferentes climas.


Ao longo das 12 faixas do disco, a impressão que se tem é de que Alberto juntou todas as cartilhas que aprendeu como músico acompanhante para criar a sua própria. A música que abre o álbum, "O ovo do sol", tem ecos do Clube da Esquina, com um ligeiro sabor retrô, que evoca os primórdios da soul music. Já a segunda, "Coral", parece flutuar em um ambiente etéreo, acentuado pela voz de Dora Morelenbaum – uma das muitas participações especiais do álbum.


Alberto diz não se considerar um cantor, mas pontua que tem sua maneira de cantar. Em quase todas as faixas, ele divide essa função com vozes femininas. Além de Dora, comparecem Ana Frango Elétrico, Gabriela Riley, Silvia Machete, Nina Becker, Leticia Pedrosa e Nina Miranda.

A ficha técnica de "Cabeça a mil e o corpo lento" registra outros nomes de destaque na execução instrumental das faixas, como Kassin, Guilherme Monteiro, Thomas Harres e Marlon Sette.


A sintonia de Alberto com uma nova geração da MPB se revela também nas parcerias. Domenico Lancelotti, Quito Ribeiro, Jonas Sá e Negro Leo, entre outros, assinam letras que foram o ponto de partida para as composições.

No texto de apresentação do álbum, ele explica que escolheu pessoas que escrevem de maneira bem livre e que elas poderiam lhe enviar letras em qualquer língua e em qualquer formato. Uma maneira, conforme diz, de poder criar fora dos formalismos da canção.


A estratégia resultou bem-sucedida. Músicas como "Cerne", que flerta com o rock setentista, "Manjar de luz", que tem algo de trip hop, ou "Go get your fix", com sua levada de afrobeat, mostram a amplitude do horizonte criativo que Alberto buscou.

Aqui e acolá, o soul e o funk que descende de James Brown, Curtis Mayfield, Sly Stone ou Tim Maia aparecem de maneira mais nítida na infusão de estilos que o álbum propõe. Já "False idol", parceria com Sílvia Machete, navega abertamente nas águas da bossa nova.


Black music

A levada black music que se acentua em algumas faixas está intimamente ligada às linhas do baixo que Alberto apresenta com a destreza habitual. Além do instrumento pelo qual é mais conhecido, ele se desdobra tocando piano, teclados, synths, Rhodes, clavinete, Wurlitzer, percussão eletrônica e violão. A maioria das faixas tem uma instrumentação encorpada, com percussões e sopros engrossando o caldo da base de guitarra, baixo, bateria e teclados.


À medida em que caminha para o fim, "Cabeça a mil e o corpo lento" vai cada vez mais borrando as fronteiras entre gêneros e estilos. "Vieux souvenirs" evoca Serge Gainsbourg – até em razão da letra em francês, escrita por Laura Erber e Nina Becker –, mas também tem um gostinho de trilha sonora de "Pulp fiction".


"CABEÇA A MIL E O CORPO LENTO"
• Álbum de Alberto Continentino
• Selo Risco (12 faixas)
• Disponível nas principais plataformas

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