O fotógrafo Sebastião Salgado, que morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos em Paris, na França, foi militante contra a ditadura militar brasileira ainda nos anos 1960.
"Não conheci (Carlos Marighella), mas participei de um grupo próximo a ele. Eu era jovem militante e jovem economista. Trabalhava numa empresa de programação econômica que era uma base do pessoal do Marighella", disse Sebastião Salgado em entrevista ao jornal Zero Hora, em 2014.
O fotógrafo confirmou que participou e colaborou com o grupo em diferentes ocasiões, mas não deu detalhes. A então mulher de Salgado, Lélia Deluiz Wanick Salgado, também foi militante e fez parte das ações.
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Sebastião Salgado lembrou uma experiência "indireta" com Marighella. "Eu estava trabalhando no norte da Etiópia, em 1983, acompanhando um grupo de guerrilha, o Tigrayan People's Liberation Front. Eles me levaram para fotografar a fome, era uma época muito dura lá. Um dia, vejo um deles lendo um livro. Era o manual de guerrilha do Marighella (Minimanual do Guerrilheiro Urbano, escrito em 1969 por Marighella). Eu fiquei pensando: Marighella? O livro estava todo escrito em aramaico, que é a língua de Cristo e a oficial da Etiópia. Eu contei para eles que conheci pessoas próximas a ele, e ficamos todos amigos", disse ao Zero Hora.
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Carlos Marighella morreu em 1969. Ele foi fundador e dirigente nacional da Ação Libertadora Nacional (ALN), consistindo como principal liderança da luta armada contra a ditadura militar.
