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CINEMA

Mion diz que "limpou o 'Mionzera'" para protagonizar o filme "MMA"

Apresentador vive um ex-atleta que aprende a ser pai de um garoto autista. Personagem conhece o filho quando ele já tem 8 anos, no longa em cartaz nos cinemas 

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Marcos Mion, de 45 anos, é um monte de coisas. A parte mais visível de sua carreira é a de apresentador de TV, que deu um salto a partir de 2021, quando ele assumiu as tardes de sábado na Globo com o "Caldeirão com Mion". Mas ele é também fisiculturista, ator e pai.


Estes três lados foram reunidos no filme "MMA: Meu melhor amigo", em cartaz nos cinemas. Filme idealizado pelo próprio Mion, é dedicado ao seu primogênito, Romeo, de 19, autista. Com roteiro de Paulo Cursino e direção de José Alvarenga Jr., o filme traz muito da história pessoal de Mion, como também a de sua saga ficcional preferida, a do lutador Rock Balboa.


Na trama, conhecemos o antigo campeão de MMA Max Machadada (Mion). Seus dias de glória ficaram para trás, devido a uma grave lesão no ombro que não o deixa treinar. Seu cotidiano de olho no passado e zero perspectiva de futuro sofre uma sacudida quando descobre que é pai de um garoto de 8 anos.


Quem o apresenta a ele é Laís, a personagem de Andréia Horta. Só quando se vê frente a frente com Bruno (Guilherme Tavares), Max descobre que o menino é autista. Enquanto se abre para a relação com o filho, ele também busca o próprio pai, o ex-pugilista Fred Fontana (Antonio Fagundes). Em meio a estes desafios, o lutador quer voltar para o ringue, para aquele que será seu último embate.


Há boas intenções no filme, que trata do autismo sem estigmas, falando diretamente com o grande público sem subterfúgios. No entanto, Mion, ainda que tenha carisma em frente à TV, não convence como ator, em especial nas sequências dramáticas.

Você já atuou antes no cinema e no teatro, então este filme não é um batismo. Por outro lado, "MMA: Meu melhor amigo" tem uma carga dramática grande. Como se preparou para a produção?
Fiz pontas em filmes muito mais atendendo a pedidos de amigos. Então considero esse o meu primeiro projeto de cinema. Entendi que, para mim, o que funciona é contar as minhas histórias, como a história do Max Machadada e seu filho Bruno.

O processo de atuação não foi simples porque eu estava muito enferrujado e tinha o grande desafio de fazer as pessoas sentarem na cadeira do cinema e não enxergarem em nenhum momento o Mion. Foi todo um processo de realmente limpar, entre aspas, o 'Mionzera', para deixar o Max vir.

A Suzana, minha esposa, e os meus filhos ficaram em outro país durante a filmagem para eu poder, de fato, viver a arte. O Max é um cara de muita dor, que vive de abandono, ressentimento e mágoa, e, no momento (em que filmava), eu achei isso tudo.

Você teve um preparador?
Tive umas duas conversas com uma preparadora, mas o crédito eu tenho que dar para o Alvarenga. Ele foi um cara que comprou a ideia do filme porque entendeu as camadas dele, a importância dele para a minha carreira.

Tenho uma dívida com a arte de atuar, foi a arte que me salvou (Mion começou a fazer teatro na adolescência para se curar da depressão, após a morte do irmão mais velho). Fiz um pacto com o Alvarenga, de que toda cena tinha que ser de verdade, que só assim eu iria para a seguinte, mesmo que a gente tivesse que repeti-la 50 vezes.

Como você convenceu Antonio Fagundes a fazer o filme?
Contei para ele a história e disse o quão importante era para mim esse filme, não só para a comunidade autista, mas em termos de paternidade, o quanto a ausência parental masculina é uma realidade no nosso país. Ele entendeu, se encantou com ela.

Um dos maiores trunfos que tive foi ter o aval de um ator como o Antonio Fagundes, uma atriz como a Andréia Horta e um diretor como o Alvarenga. Esses três pilares me validam como ator. O Antonio Fagundes não faria um filme em que ele não acreditasse. Ele não precisa disso.

Você vê o Fred (personagem de Fagundes) como uma espécie de Paulie (o açougueiro alcoólatra e grande amigo de Rock Balboa)?
Adorei a referência, não tinha pensado nisto, mas agora que você falou tem a ver, porque toda a saga do Rocky Balboa está muito presente dentro de mim. Rocky é uma bíblia de sentimentos humanos.

O que a gente queria era abordar a relação do Max Machadada com o pai para mostrar como é uma coisa geracional. Conseguimos entender como é o Max do começo do filme quando vemos que ele foi abandonado pelo pai, tem uma relação turbulenta com ele. Isto torna o filme mais rico no aspecto da paternidade.

A sua transformação física não é de hoje, mas ela chama a atenção no filme.
Na verdade, minha transformação veio ao longo de 15 anos, quando saí do armário, me assumi fisiculturista e passei a viver dessa forma porque é o que faz sentido para mim. Todo mundo acompanhou essa "armadura" que construí em torno de mim.

Mas é engraçado que toda vez que apareço em um trabalho sem camisa a reação é: 'Olha lá como o Mion está agora'. Eu fico feliz porque meu objetivo foi atingido. Eu queria muito honrar o Sylvester Stallone.

"MMA: MEU MELHOR AMIGO"
(Brasil, 2024, 104min.). Direção: José Alvarenga Jr. Com Marcos Mion, Antonio Fagundes e Andréia Horta. O filme está em cartaz nos cines BH 7, às 11h40, 14h40, 17h35 e 20h20; Big 4, às 18h10; Boulevard 1, às 18h50; Boulevard 2, às 20h50; Cidade 8, às 14h10, 16h25, 18h35 e 20h45; Contagem 8, às 16h25, 18h35 e 20h45; Del Rey 7, às 14h15, 18h40 e 21h; Diamond 4, às 12h20, 17h50 e 20h30; Estação 1, às 19h30 e 21h50; Itaupower 1, às 14h; Minas Shopping 6, às 14h25, 19h e 21h10; Monte Carmo 6, às 14h30, 16h40, 18h50 e 21h; Norte 4, às 18h10; Pátio 1, às 12h30, 15h, 17h50 e 20h20; Ponteio 3, às 14h20 e 18h50; Via Shopping 1, às 14h e 18h30; Via Shopping 5, às 16h35 e 21h.

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