
Silas Prado lança "Obrigado mestre", disco dedicado a Letieres Leite
Saxofonista mineiro destaca a influência da obra do baiano sobre as novas gerações. Álbum traz seis faixas, sendo três delas autorais
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Siga noVencedor do Prêmio BDMG Instrumental em 2022, o saxofonista Silas Prado lança o seu primeiro álbum solo, “Obrigado mestre” (Atlântico Sul Music). O disco homenageia o músico, educador, compositor e arranjador baiano Letieres Leite (1959-2021), com quem Silas fez uma imersão musical, em 2019. O trabalho traz seis faixas – três autorais e o restante de Letieres (“Honra ao rei”), Acauã Ranne (“Herança”) e William Pajé (“Capitão Du”).
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Silas ressalta que o novo álbum é um agradecimento a Letieres Leite, que inspira compositores da nova geração dentro da diáspora. “E também pelas semanas que pude estudar com ele na Geraes Big Band”, diz. O artista compôs a faixa que dá nome ao disco, “Obrigado mestre”.
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É dele também “Pé na terra”, composição em homenagem à saxofonista Gaia Wilmer. “A música tem esse nome porque é um trocadilho que faço com Gaia, que é a Deusa da Terra, segundo a mitologia grega.” Completa o repertório autoral a faixa “Moçambique pro cria”, dedicada a Acauã Ranne.
Moçambique
O saxofonista destaca ainda a faixa “Capitão Du”, composta pelo trompetista William Pajé. “É um moçambique ‘serra abaixo’, feito em homenagem ao capitão Aldo Bibiano, da Guarda de Moçambique de Brumadinho. Ele é o único músico quilombola de uma orquestra e toca na Sinfônica.”
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Quando Silas ganhou o Prêmio BDMG Instrumental em 2022, um dos jurados era Joatan Nascimento, trompetista da Orquestra Rumpillez, criada por Letiere. “Nunca vou esquecer as palavras dele: 'Silas, você conhece a obra do mestre. Você não está na modinha. Você conhece, continue fazendo esse tipo de música'. Hoje, eu e Joatan mantemos contato, cheguei a ir duas vezes a Salvador para me encontrar com ele. Mestre Gabi Guedes, percussionista da Rumpillez, também falou a mesma coisa das minhas músicas.”
O artista fez o show de lançamento do novo álbum no projeto Melanina Jazz, em São Paulo.
“Foi uma festa do jazz preto, em diáspora, promovida pelo selo Atlântico Sul Music, do qual faço parte. Então, pude tocar meu disco todo lá. Estou feliz com o lançamento desse trabalho, porque o álbum está sendo muito bem falado. Foi uma surpresa, pois não esperava tanto. Várias pessoas da cena vieram elogiar o meu disco.”
Cena afro-mineira
Silas afirma que no início de 2025 pretende fazer show de lançamento de “Obrigado metre” em Belo Horizonte.
O novo trabalho, segundo o artista, terá dois clipes: um da faixa-título e outro de “Pé da terra”.
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Silas Prado destaca a cena de música instrumental afro-mineira que acontece em BH há quatro anos. “Começa com o Babadan Banda de Rua, da qual faço parte. A partir daí surgem outros trabalhos, como o meu, do Acauã Ranne, do Juventino Dias e do William Pajé. E aí há três vencedores do Prêmio BDMG Instrumental (William Pajé, em 2017; ele em 2022; e Juventino Dias, em 2023). É uma oficina de música afro-mineira que se retroalimenta, na qual todos se apoiam. Dentro dessa cena somos músicos de nós mesmos, mas cada um tem uma característica diferente”, conclui o saxofonista.
“OBRIGADO MESTRE”
• Álbum de Silas Prado
• Atlântico Sul Music
• 6 faixas
• Disponível nas plataformas digitais