Orquestra Filarmônica vai se apresentar esta noite para a Sala Minas Gerais lotada. Concerto será transmitido ao vivo no YouTube e pela Rádio MEC -  (crédito: Rafael Motta/divulgação)

Orquestra Filarmônica vai se apresentar esta noite para a Sala Minas Gerais lotada. Concerto será transmitido ao vivo no YouTube e pela Rádio MEC

crédito: Rafael Motta/divulgação

A Filarmônica de Minas Gerais dedicou a temporada 2024 do projeto Fora de Série para apresentar o papel da orquestra na ópera. No primeiro concerto, em março, o programa teve como foco os pilares da ópera alemã, com trechos de obras de Christoph Willibald Gluck, Carl Maria von Weber, Richard Strauss e, claro, Mozart, Beethoven e Richard Wagner.

 

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Na sequência, vieram os italianos (Verdi, Puccini, Rossini, Mascagni, Cimarosa e Bellini), os franceses (Berlioz, Offenbach, Massenet, Saint-Saëns e Gounod), os brasileiros (José Maurício Nunes Garcia, Francisco Mignone, Alberto Nepomuceno, João Guilherme Ripper e Carlos Gomes) e os russos (Glinka, Borodin, Prokofiev e Rimsky-Korsakov).

 

Nada mais justo do que encerrar a temporada da série com pompa e circunstância. É o que a Filarmônica vai fazer neste sábado (30/11), ao apresentar “Ópera gala”, na Sala Minas Gerais. Os ingressos estão esgotados, mas haverá transmissão ao vivo pelo canal da Filarmônica no YouTube e pela Rádio MEC FM.

 

 

O programa revisita autores presentes na temporada e traz novos nomes. Caso de Massenet, Dvorák, Tchaikovsky e Delibes, com as respectivas “Werther”, “Rusalka, op. 114”, “Eugene Onegin” e “Lakmé”.

 

 

“Todos os programas foram aberturas de óperas e balés. Ou seja, a arte sinfônica de que muitas óperas se utilizam”, lembra Fabio Mechetti, maestro da Filarmônica. “Então, para o último concerto, quis mudar um pouco esse caráter justamente para introduzir o que faltou em todos os outros cinco programas: a voz”.

 

Solistas convidados

 

Para isso, foram convidados o tenor Giovanni Tristacci, o barítono Hernán Iturralde, a soprano Gabriella Pace e a mezzo-soprano Ana Lucia Benedetti. São nomes que ostentam currículo de peso. Pace, por exemplo, venceu o Prêmio Carlos Gomes em 2010 e se destacou pelas interpretações de Jenufa na ópera homônima de Janácek, Pamina em “A flauta mágica” (Mozart), Eurídice em “Orfeu e Eurídice” (Gluck) e Titânia em “Sonho de uma noite de verão” (Britten).

 

Já Benedetti venceu o Concurso de Canto Maria Callas (2009) e ganhou o prêmio de Melhor Voz Feminina no Concurso de Canto Carlos Gomes (2011), destacando-se pelas interpretações de Amneris em “Aída” (Verdi), Marguerite em “A danação de Fausto” (Berlioz), Santuzza e Lola em “Cavalleria Rusticana” (Mascagni) e Olga em “Eugene Onegin” (Tchaikovsky).

 

 

“Todos os solistas terão a oportunidade de cantar sozinhos, em duetos, trios e até quarteto, que fechará o concerto”, diz Mechetti, referindo-se à ária “Bella figlia dell’amore”, do clássico “Rigoletto”, de Verdi.

 

 

Maestro Fabio Mechetti, da Filarmônica de Minas, segura a batuta e olha para cima

Maestro Fabio Mechetti comemora a encomenda de novas obras por parte de companhias de ópera do Brasil

Eugênio Savio/divulgação

 

Por falar em clássico, “Ópera gala” está recheado deles. Na abertura, com “O barbeiro de Sevilha”, de Rossini, a energia e diálogos vibrantes entre cordas e sopros culminam em clímax triunfante.

 

De Carlos Gomes, a orquestra apresentará duas árias de “O guarani”: “Pery! Che brami?”, marcada por contrastes dinâmicos que destacam o diálogo entre os protagonistas, e “Sento una forza indomita”, com orquestração heroica para expressar a determinação de Pery.

 

Outro destaque é “O navio fantasma”, de Wagner, representado pela tempestuosidade de sua abertura e pela ária “Die Frist ist um”, em que o Holandês expressa o tormento da maldição eterna em interpretação cheia de intensidade emocional.

 

Romantismo

 

Apesar de vários compositores do programa terem se destacado no século 19, período do romantismo musical, o maestro Mechetti faz uma ressalva: “O romantismo se caracteriza por uma questão mais de subjetividade, uma questão de liberdade de forma. Os compositores já não queriam adequar a escrita deles às formas tradicionais clássicas”, diz.

 

“Isso você não vê em Rossini ou mesmo em Verdi. Acho que o romantismo começa, do ponto de vista estético, depois de Beethoven, indo até Tchaikovsky, Dvorák e Brahms”, continua o regente.

 

Mechetti observa que há um certo ressurgimento da ópera nos dias de hoje. “Principalmente pelo aspecto visual que ela traz”, destaca.

 

Além disso, acrescenta, companhias estão empenhadas em encomendar novas obras. “Fico muito contente em ver grandes teatros pelo Brasil montando óperas. Acho muito salutar as pessoas voltarem não só a reproduzir criações do passado, mas também investir em óperas originais”, conclui.

 

PROGRAMA

 

Rossini
• “O barbeiro de Sevilha: Abertura”

Gounod
• “Fausto: Ah! Je ris de me voir si belle” (“Ária das joias”)

Tchaikovsky
• “Eugene Onegin: Kuda, kuda vi udalilis?” (“Ária de Lensky”)

Dvorák
• “Rusalka, op. 114: Canção da Lua”

Verdi
• “Don Carlo: Ella giammai m’amò”

Mozart
• “Cosi fan tutte, K. 588: Soave sia il vento”

Gomes
• “O guarani: Pery! Che brami?” e “Sento una forza indomita”

Wagner
• “O navio fantasma: Abertura”

Wagner
• “O navio fantasma: Die Frist ist um”

Gounod
• “Safo: Ô ma lyre immortelle”

Puccini
• “La Bohème: Quando me’n vo” (“Valsa de Musetta”)

Massenet
• “Werther: Pourquoi me réveiller?”

Delibes
• “Lakmé: Sous le dôme épais” (“Dueto das flores”)

Verdi
• “Rigoletto: Bella figlia dell’amore”

 

"ÓPERA GALA"

Último concerto do projeto Fora de Série em 2024. Orquestra Filarmônica de Minas Gerais com os cantores Gabriella Pace, Ana Lucia Benedetti, Giovanni Tristacci e Hernán Iturralde. Neste sábado (30/11), às 18h, na Sala Minas Gerais (Rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto). Ingressos esgotados. Transmissão ao vivo no canal da Filarmônica no YouTube e Rádio MEC FM (87,1).