Paixão de Alice Passos e Breno Ruiz pela música começou cedo: ela, ainda bebê; ele, garoto em Itapetininga -  (crédito: Isabela Espíndola/divulgação)

Paixão de Alice Passos e Breno Ruiz pela música começou cedo: ela, ainda bebê; ele, garoto em Itapetininga

crédito: Isabela Espíndola/divulgação

 

“Não sei explicar quão fortes são as melodias do Breno. Essas músicas entram em mim e saem fácil quando canto, como se as conhecesse há muito tempo. É um prazer e honra enorme trabalhar com ele”, diz Alice Passos.

 


A admiração por Breno Ruiz fez a cantora logo pensar no autor paulista quando foi convidada pela gravadora Biscoito Fino a gravar um EP. Parceiro há 20 anos do compositor e poeta Paulo César Pinheiro, o amor pelas letras escritas em conjunto, como as da dupla, fez com que Alice não conseguisse reduzir o número de faixas do projeto. O que era para ser um EP acabou se tornando “Milagres”, álbum de 11 canções, muitas delas inéditas.

 


“Minha relação com a música é uma relação de amor desde muito cedo”, conta Breno Ruiz. “Já havia decidido que seria compositor, por isso queria trabalhar com alguém que tivesse a composição como ofício. Percebi que havia um nome recorrente nos discos que eu amava, álbuns da Simone, Tom Jobim e Baden Powell. Era o Paulo César Pinheiro ali.”

 

 


Aos 16 anos, Breno vivia em Itapetininga, interior de São Paulo. Descobriu que Paulo era dono do Teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro. Depois de muito telefonar para lá, conseguiu o número de Danilo Rocha, sócio de Paulo. Danilo lhe disse que poderia enviar uma de suas músicas. “Fiquei meio envergonhado. Quem era eu na ordem do dia para querer falar com o Paulo César Pinheiro?”, confessa.

 


Um ano depois, em momento de súbita coragem, ele enviou o material. A resposta veio meses mais tarde, quando recebeu a ligação do próprio compositor. “Tivemos uma conversa linda. O Paulinho falou que adorou a música, mas precisava me conhecer pessoalmente, porque não poderia ser parceiro de quem nunca olhou nos olhos.”

 


Filha da musicista Ignez Perdigão, o amor de Alice pela música também surgiu cedo. “Minha mãe falou uma coisa muito linda para mim. Disse que eu mesma me ninava na hora de dormir. Guardei isso comigo, porque achei romântica e poética aquela imagem”, diz a cantora.

 


Breno Ruiz ressalta que ela sabe equilibrar emoção e técnica. “Alice é, antes de qualquer coisa, uma instrumentista do canto, musicista muito consciente do que faz. Isso é uma delícia para o compositor, porque existe um respeito único e singular com relação a todas as notas”, afirma.

 


Edu, o convidado especial

 

“Milagres”, disco em que Alice é acompanhada ao piano por Breno Ruiz, conta também com a pianista Érika Ribeiro, os percussionistas Magno Julio e Marcus Thadeu e o violonista Rogério Caetano. Edu Lobo divide com ela a última faixa, “Acalanto pra quem tem filha”.

 


“Conforme ouvia as músicas e nossos ensaios, falava para o Breno de possíveis parcerias. O Edu foi a última pessoa que tivemos coragem de convidar”, conta ela. O cantor e compositor, famoso por ser muito exigente, topou participar do disco.

 


“Estava todo mundo ali em torno do bem-querer pela música. Todos se emocionaram e dançaram no estúdio. Esse é um disco de encantamento, que questiona o mistério da vida e seus milagres”, conclui Breno Ruiz.

 


“MILAGRES”


• Álbum de Alice Passos e Breno Ruiz
• 11 faixas
• Biscoito Fino
• Disponível nas plataformas digitais


* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria