O compositor e instrumentista Bernardo Diniz lança “Saída de casa”, álbum com 10 faixas que traz canções dele com um mestre da MPB: o letrista Paulo César Pinheiro, de quem é parceiro há mais de 10 anos. O músico fluminense canta, toca violão e viola, além de assinar produção e arranjos do novo disco.

 


“Temos cerca de 50 músicas juntos e continuamos compondo. Esse trabalho é uma pequena amostra de nosso repertório. Comecei a gravar o disco durante a pandemia, as músicas falam tanto do momento geral quanto de como me sentia enquanto artista. Elas falam de mudanças, de novos horizontes”, explica.

 


Até então, Diniz se dedicava a tocar e a escrever arranjos. “Saída de casa” marca o momento em que ele encontrou sua própria voz como intérprete. Ele canta em todas as faixas. É o primeiro álbum solo do artista, que lançou dois trabalhos em parceria: “Bené e Iaiá” (2015), com Iara Ferreira, e “O samba vai durar” (2017), com Ronaldo Gonçalves.

 



 


As letras falam sobre novos caminhos, viagens e recomeços, explica. “É sobre sair da zona de conforto, buscar novas possibilidades de se colocar no mundo e na música.”

 


Paisagens, animais, viagens, morros, vento e mar são protagonistas do repertório, que passeia por toada, galope, samba-canção, valsa e marcha-rancho. “É um disco de MPB”, diz Bernardo.

 


Gravaram com ele os instrumentistas Marcelo Cebukin (flautas), Rafael Meninão (acordeom), Fernando Moura (piano e sintetizadores), Federico Puppi (violoncelo), Diego Garbin (trompete), Rafael Rocha (trombone), Bruno Repsold (baixo) e Marcus Thadeu dos Santos (percussão).

 

Fita cassete

 

Realizado durante a crise sanitária, o trabalho foi feito em casa – e não em estúdio. “Gravava as músicas na fita cassete, levava na casa do Paulo (César Pinheiro). Ele escutava, trocávamos ideias. Depois, eu pegava as letras escritas a mão por ele em um caderninho”, conta.

 


O lançamento do álbum, no Rio de Janeiro, ocorrerá na Casa do Choro. “Estudei lá quando criança. Foi onde aprendi a tocar cavaquinho e violão”, explica.

 

 


Diniz iniciou sua trajetória no choro, acompanhando o bandolinista carioca Joel Nascimento em shows e apresentações pelo Brasil. Fez parte dos grupos Tungo, idealizado por Gaia Wilmer, e Choro da Glória, com o qual realizou duas turnês internacionais.

 


Durante a pandemia, Diniz também produziu e compôs o single “Saudade do mar” (2020), lançado pela cantora Elisa Gudin. Em 2022, “Os rios”, canção dele, foi vencedora e finalista de festivais de música no país. Este ano, “Enigma”, sua parceria com Ilessi, foi gravada por Luisa Lacerda no álbum “O canto e a asa”.

 


Nem bem lançou “Saída de casa”, Bernardo Diniz já planeja o próximo disco. “Isso porque demora muito tempo para conseguirmos terminar um trabalho. Estou querendo gravar um álbum instrumental, já tenho várias composições prontas. Venho participando de vários festivais e ganhei alguns de choro, no Rio de Janeiro e em Curitiba. Então, quero registrar essas músicas. Mas desta vez vou gravar com todos os músicos no estúdio, tocando juntos”, conclui.

 

“SAÍDA DE CASA”


. Álbum de Bernardo Diniz
. 10 faixas
. Disponível nas plataformas digitais

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