Os atores Gabz e Victor Liam interpretam os amigos Malu e Ícaro na produção que estreia na Max -  (crédito: Ariela Bueno/Divulgação)

Os atores Gabz e Victor Liam interpretam os amigos Malu e Ícaro na produção que estreia na Max

crédito: Ariela Bueno/Divulgação

A divisão é física – no caso, o demarcador é a ponte estaiada no Brooklin, em São Paulo. De um lado, os privilegiados; do outro, numa área mais distante, os desfavorecidos. Esta divisão vai se tornar ainda maior quando estes dois mundos convergirem.

 


Com estreia na próxima quinta (4/4), na Max, a série nacional "Da ponte pra lá" discute o abismo social brasileiro por meio da história de um grupo de jovens. E no meio de tudo há uma morte, que poderá (ou não) ser configurada como um assassinato.

 

 

 


Já na cena inicial conhecemos Ícaro (Victor Liam). Negro e trans, ele é encontrado morto em um carro. Mas como, se nunca aprendeu a dirigir?, é o que se pergunta sua melhor amiga, Malu (Gabz). Por conta própria, ela tenta descobrir o que aconteceu.

 


Este é um lado da história. Do outro, acompanhamos a própria Malu, uma garota resolvida, rapper, que não leva desaforo para casa.

 

Disposta a entender o que se passou com Ícaro, ela consegue uma bolsa na escola de elite em que o amigo estudava. Ali vai conhecer várias pessoas, entre elas Enzo (João Guilherme), um jovem de temperamento explosivo, que se exalta ainda mais quando está sob o efeito de álcool e drogas.

 

 

Linhas narrativas

 


Enzo é filho de Rubens (Marcello Antony), o secretário de Segurança Pública de São Paulo. Rico, bonito e atormentado, ele era também próximo de Ícaro, Malu não vai demorar a perceber. Isto tudo está no primeiro episódio, que é contado de forma bastante fragmentada. O telespectador vai perceber que há duas linhas narrativas: do presente, com a história de Malu, e do passado, com a de Ícaro.

 


Criada por Thais Falcão, a série foi produzida por Vicente Amorim e dirigida por Rodrigo Monte. A referência imediata, ainda mais em se tratando de uma série da Max, é "Euphoria".

 

"Foi uma referência, mas não absoluta. As histórias são bem diferentes. Mas tem um pouco de referência de cor, por exemplo", diz Monte. A trama foi rodada em São Paulo, quase exclusivamente em locações. Há muitos cenários da metrópole, incluindo diversas cenas noturnas.

 

 


Líder de conteúdo da Warner Bros. (a Max é a plataforma de streaming do grupo), Silvia Fu fala sobre a relação entre a série nacional e a americana. "São histórias em que o protagonismo é jovem, mas, na verdade, são histórias de família. A série trata da descoberta das amizades, da dinâmica estabelecida pelos pais pelo convívio social. São questões familiares, o que ajuda muito para que todos assistam."

 


Mesmo que o elenco principal seja jovem, somente Victor Liam é estreante. Não foi fácil encontrar o intérprete de Ícaro, segundo Monte. "Fizemos uma pesquisa grande, pois precisávamos de um ator trans. No final, chegamos a quatro pessoas. Depois de um workshop, apostamos no Victor. Foi realmente muito bacana vê-lo crescer a cada dia de filmagem."

 


Com o andamento da série, o público vai perceber que, além da fragmentação, as cenas do passado são exclusivamente com Victor/Ícaro. "Porque a história começa com ele falecendo. Então a gente usa o que aconteceu com ele no passado para dar pistas para o que está se tentando descobrir no presente", acrescenta o diretor.

 

“DA PONTE PRA LÁ”


Série em sete episódios. Os três primeiros serão lançados na próxima quinta (4/4) na Max. Nas duas quintas posteriores serão lançados, em duplas, os demais.