Conceição e Macaé Evaristo, com a família, o curador Marcelo Campos (1º à esq.) e a secretária de Cultura de BH, Eliane Parreiras (2ª à dir.) e equipe, na exposição na Casa Fiat -  (crédito: SMC/FMC/DIVULGAÇÃO)

Conceição e Macaé Evaristo com a família, o curador Marcelo Campos (1º à esq.) e a secretária de Cultura de BH, Eliane Parreiras (2ª à dir.) e equipe, na exposição na Casa Fiat

crédito: SMC/FMC/DIVULGAÇÃO

Por essa, Conceição Evaristo não esperava. Homenageada na exposição “Arte brasileira: a coleção do MAP na Casa Fiat de Cultura”, ela identificou, por acaso, que uma das obras do acervo é de autoria do tio, Osvaldo Catarino Evaristo, pai da deputada estadual Macaé Evaristo. A descoberta foi feita após a visita de Conceição e seus familiares à mostra, no mesmo dia em que ela era convidada do projeto Diálogos MAP.


• ALUNO DE GUIGNARD


Durante bate-papo com o curador da exposição, Marcelo Campos, com o coordenador do Museu de Arte da Pampulha (MAP), Rafael Perpétuo, e a diretora de Museus da FMC, Janaina Melo, Conceição comentava sobre o tio artista, que estudou com Guignard, quando identificou que a obra dele estava presente na exposição, assim como no acervo do Museu de Arte da Pampulha. Conceição Evaristo, acompanhada de Macaé Evaristo e das netas de Osvaldo, ficou emocionada ao ver de perto a obra do artista. A história de Osvaldo Catarino Evaristo está sendo pesquisada por uma de suas netas.

 


• NO ACERVO


O inventário do Museu de Arte da Pampulha tem registradas duas obras de Catarino, como era conhecido. "Peixe", nanquim sobre papel, 35x50cm, e "Paisagem", de 1977, guache sobre papel, 30x40cm, que pode ser vista na exposição da Casa Fiat. "(A obra) É testemunho poderoso da urgência de revero acervo e avançar nas pesquisas sobre o que o modernismo brasileiro invisibilizou e que a ancestralidade nos trouxe de volta”, observou Marcelo Campos.


• IDENTIDADE CULTURAL


Para a secretária de Cultura de BH, Eliane Parreiras, esse foi um dos momentos mais emocionantes da exposição. “Descobrir a história desse artista e de suas obras, a partir da exposição, mostra a coerência e a verdade da curadoria de Marcelo Campos e Priscila Freire, e a importância desse caminho de jogar luz sobre uma produção artística tão fundamental de nossa identidade cultural.” Osvaldo Catarino Evaristo foi poeta, pintor, escultor, ex-combatente da Segunda Guerra Mundial e funcionário da Secretaria de Educação de Minas Gerais. O artista foi aluno dos cursos livres ministrados por Alberto da Veiga Guignard, na Escolinha do Parque Municipal, em Belo Horizonte.


• DIÁLOGOS MAP


A roda de conversa da escritora Conceição Evaristo com Marcelo Campos reuniu cerca de 250 pessoas. Para conduzir o bate-papo, Marcelo retomou diversos pontos importantes da escrevivência de Conceição: do nascimento ao espanto com a designação parda em sua certidão de nascimento, a relação com a mãe, tias e tios, irmãs e irmãos, o gosto por ser educadora. O impacto da leitura de “Quarto de despejo”, da escritora Carolina Maria de Jesus. As memórias do ambiente escolar na infância e as práticas pedagógicas que promoviam exclusão e segregação social. A literatura sobre a dor e como cura, o gosto pelas bibliotecas e também a consciência racial aprendidas em casa com seu tio Osvaldo Catarino Evaristo.