Cozinha Tupis, no Mercado Novo -  (crédito: Acervo Pessoal)

Cozinha Tupis, no Mercado Novo

crédito: Acervo Pessoal

Em BH, até um tempo atrás, quando a gente falava “passa lá no mercado”, as pessoas já entendiam que estávamos falando do Mercado Central. Claro, ele é o nosso queridinho e é um verdadeiro ponto de encontro entre gastronomia, artesanato, cultura e o principal: histórias de pessoas e entre pessoas.

 

Mas hoje, quando falamos em mercado, temos que explicar se estamos nos referindo ao Mercado Central ou ao Mercado Novo, que ganhou um novo gás no final de 2018 e já tem um espaço importante na cena belo-horizontina.

 

 

Para quem não sabe, a história desse mercado começou em 1960, quando uma construtora decidiu fazer um espaço para integrar o Mercado Central. Acontece que o projeto não foi adiante, porque a construtora faliu antes de finalizar os trabalhos.

 

Com isso, sem nenhuma estrutura, lá era um local que só tinha estacionamento, gráficas, lojas de uniformes e um espaço para eventos (Mercado das Borboletas).

 

Mas como mencionei acima, no final de 2018 a história começou a mudar e o lugar passou a receber estabelecimentos que tem como objetivo valorizar a cultura mineira e os pequenos produtores.

 

Esse processo teve início quando a Distribuidora Goitacazes e a Cozinha Tupis se instalaram no Mercado e passaram a atrair olhares para a região central da cidade.

 

A Distribuidora, do mesmo time do Juramento 202 – Cervejaria Viela, já tinha um público bem fiel no bairro Pompéia, e trabalhava com cervejas artesanais. O restaurante, por sua vez, era (e ainda é) comandado pelo Chef Henrique Gilberto, responsável pelo Buffet Rullus (um dos mais renomados da cidade). Lá ele serve pratos típicos da gastronomia mineira e trabalha com ingredientes encontrados nos hortifrutis, mercearias e açougues localizados no primeiro piso do prédio.

 

Depois desse pontapé inicial, novas lojas começaram a se instalar no local, que hoje tem cafeteria, lugar para tomar café da manhã, várias opções de restaurantes, casas de vinhos, barbearia, ateliês de arte, moda e muito mais.

 

Ao andar entre os corredores você vai perceber que as lojas contam com objetos antigos, o café é servido no copo de vidro, os pagamentos são feitos por meio de fichas e para comer você vai sentar no caixote ou no banquinho.

 

O movimento na região cresceu tanto, que Belo Horizonte agora vive um intenso processo de revitalização da região central, que a cada dia ganha mais vida e um ar mais jovem, diverso e criativo, com o surgimento de diversos bares em todo o entorno da Praça Raul Soares.

 

Na Galeria São Vicente, as estufas do Pirex já contam com um público fiel e receberam destaque na lista dos 10 melhores bares descontraídos do Brasil, de acordo com a Revista Exame. Ao lado, o Bar Palito oferece drinks clássicos, entre eles, o famoso Bloody Mary.

 

E não acaba por aí! No entorno da praça, com um visual lindo da cidade e uma varanda bem aconchegante, temos o Babel, que apresenta sabores de diversas regiões do mundo e, por tal razão, se intitula “o boteco de todas as línguas”. Drinks autorais também integram o cardápio do local, que é altamente convidativo para um final de tarde com a turma.

 

Recém inaugurado, o Gumbo apresenta o primeiro restaurante de culinária cajun e creole de New Orleans em BH. Mas nesse local, além dos atrativos do cardápio que foi desenvolvido pelo Chef Kiki Ferrari, atrações como jazz e blues compõem algumas noites, tornando o clima ainda mais agradável nessas noites.

 

Esse contexto de reencontro com o Centro, região da cidade que sempre valorizei, tanto nos aspectos gastronômicos como em relação à beleza dos pontos turísticos e edifícios em geral, revela que Belo Horizonte se fortalece, cada vez mais, como uma capital da gastronomia.


Mas também revela o que queremos, enquanto consumidores: cultura alimentar, cozinha local, ingredientes de origem e nostalgia. Uma reconexão com nosso passado, mas com atenção ao novo, que chega para abraçar e apresentar novos horizontes.

 

No fim, esses lugares descomplicados mostram que o bom mesmo é comer em boa companhia, com muita simpatia e claro, afetividade. Porque Minas é isso e o mineiro também.

 

Para saber mais sobre gastronomia, cultura, turismo e serviços em Minas Gerais, me acompanhe no @coisasdemineiro. Também estou diariamente no @isabelalapa.