
Nosso futebol voltou com tudo
A estupenda exibição do Cruzeiro, que mais que golear, se impôs sobre o Grêmio, foi destaque na imprensa nacional
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Dois fatos me chamaram a atenção na retomada do futebol brasileiro após a pausa para a disputa da Copa do Mundo de Clubes. O primeiro foram as palavras do técnico do Flamengo, Filipe Luís, sobre o atacante Pedro durante entrevista coletiva após os 2 a 0 em cima do São Paulo, no Maracanã, no último sábado (12/7). No dia seguinte, a estupenda exibição do Cruzeiro, que mais que golear por 4 a 1, no Mineirão, se impôs sobre um Grêmio que pouco conseguiu fazer, foi destaque na imprensa nacional.
Como diria Jack, vamos por partes. No caso do clube rubro-negro, me impressionou a franqueza do jovem treinador, que chegou a citar estatísticas para justificar a decisão de nem relacionar seu camisa 9 para um jogo tão importante. “Dados do GPS mostram que o Pedro foi o último em tudo durante os treinamentos da semana. E quem foi o último em todas as valências físicas não está pronto para performar”, disse o comandante, que ainda criticou o jogador pelo pouco comprometimento nas atividades e cujo comportamento, segundo ele, “beirou o ridículo”.
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Todas as frases foram ditas sem alteração do tom de voz, o que mostra que não foi um desabafo, nem uma declaração feita em momento de cólera. Posso estar enganado, mas, pela experiência de quem trabalha com futebol há quase 30 anos, Filipe deve ter tentado outras abordagens para fazer o atacante recuperar a boa forma física e técnica antes de expô-lo publicamente.
Pedro, obviamente, não gostou. Se reuniu com os companheiros na segunda-feira para mostrar seu ponto de vista. Também divulgou nota oficial na qual admitiu ter deixado de se empenhar nas atividades, mas justificou dizendo que o motivo foi ter sido exposto “por um membro do departamento de futebol”, que o teria colocado à venda.
Em nenhum momento, porém, o camisa 9 pediu as desculpas, como desejado por Filipe Luís e pela diretoria rubro-negra. Também não garantiu que vai se aplicar nos treinamentos e conversar com o comandante para tentar recuperar o espaço perdido desde que se contundiu gravemente, ainda no ano passado.
Um jogador como Pedro, em boa forma e concentrado no trabalho, faz falta para qualquer clube do Brasil. Mas, se ele não desejar atuar em alto nível, se não se esforçar para voltar ao auge, pode se perder pelo caminho, tendo um fim de carreira melancólico, como tantos outros.
Melhor agora
Pelo lado da Raposa, a torcida comemorou muito a goleada sobre o Grêmio. Não que a equipe comandada por Leonardo Jardim não tivesse mostrado qualidade no primeiro semestre, mas havia dúvida se manteria o embalo após a parada forçada.
A atuação contra o Tricolor Imortal não deixou dúvida. Pelo jeito, o período sem jogos foi bem aproveitado tanto para o descanso dos atletas como para que o treinador continuasse incutindo nos comandados seus conceitos de futebol, que exige muita participação de todos, com e sem a bola.
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Para completar, o mister mantém os pés no chão, o que me parece importantíssimo. Enquanto os torcedores já falam em conquista do título do Campeonato Brasileiro, ele repete que a equipe foi montada para garantir vaga na próxima Copa Libertadores. Depois que isso estiver garantido, aí, sim, o Cruzeiro poderá se colocar como candidato ao penta.
Para comprovar que o time está no caminho certo, nada melhor que um desafio como o de hoje, no Maracanã. Afinal, o Fluminense ficou entre os quatro melhores na Copa do Mundo disputada nos EUA e quer reafirmar a boa fase no reencontro com a torcida.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.