Relacionamento sem conversa é difícil, ou melhor, impossível
Depois da ‘fase da lua de mel’, que costuma durar até dois anos, muitos casais enfrentam queda da qualidade da comunicação e no tempo dedicado à vida a dois
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Pelo visto, chegamos ao ponto em que as pessoas estão sentindo necessidade de dar um passo para trás.
Não sei se vocês concordam comigo, mas a vida é cíclica. As coisas vão avançando, mas chega um momento em que as pessoas sentem que está tudo avançado demais e elas mesmas sentem a necessidade de retroceder um pouco.
Nos relacionamentos não está diferente. Há cerca de 50, 60 anos, existia a paquera. O que hoje corresponderia ao crush, depois começava o namoro, ou não. Mas não existia essa história de “ficar”. E aí vinha o noivado e o casamento.
Hoje, com redes sociais e tantos aplicativos de relacionamento, com a liberação geral e a liberdade sem preconceitos de que qualquer pessoa pode dar o primeiro passo, as coisas andam bem mais rápido. Gostou no primeiro olhar, já fica, e esse ficar pode chegar facilmente à relação sexual, e tudo bem.
Não estou aqui fazendo juízo de valor. Encontros assim podem dar muito certo, mas não são maioria, porque falta alicerce e este alicerce é construído com o conhecimento que vem com conversa, e essa conversa está cada vez mais rara. É por isso que tantos casamentos são desfeitos por motivos banais. Outro dia fiquei sabendo que um casal se separou porque o rapaz não apagava a luz quando saía de um cômodo da casa. Surreal.
Já que as pessoas não sabem mais dialogar, quem entende do assunto resolveu dar uma mãozinha nesse quesito e a Lubs acaba de lançar o Reconnection Cards, um jogo para ajudar o casal a manter um diálogo honesto dentro do relacionamento, porque isso não tem acontecido e, quando acontece, nem sempre é simples.
Estudos sobre comportamento conjugal indicam que, depois da chamada “fase da lua de mel”, que costuma durar até dois anos, muitos casais enfrentam queda da qualidade da comunicação e no tempo dedicado à vida a dois. A rotina acaba colocando de lado pontos importantes, como toques, conversas e criando um grande silêncio sobre assuntos importantes.
Para ajudar, Clariana Leal e Lubs criaram o jogo que vem com 30 cartas que propõem perguntas, exercícios e pequenas atividades para estimular troca, reconexão e presença emocional. São temas diversos dentro do relacionamento, que abordam desde questões cotidianas às mais profundas e, claro, passando por pontos de relacionamento sexual.
Os criadores fazem algumas recomendações – estarem em um ambiente confortável, onde não serão interrompidos, sugerem pular cartas que não deixem o casal pronto para falar sobre o tema, mas também que não tenham julgamentos e nem pressão. E o principal é que haja consentimento de ambas as partes para qualquer coisa que seja sugerida. Afinal, entre um casal tem que ter muito amor e muito respeito.
Em meio a tantas novidades, voltar ao básico é muito bom e importante: o diálogo.
*Isabela Teixeira da Costa/Interina
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
