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Estado de Minas AVALIAÇÃO

Kiwd E-Tech: testamos elétrico mais barato à venda no Brasil

Versão elétrica do compacto, que custa quase R$ 150 mil, tem desempenho limitado, o que contribui para que autonomia na cidade fique próxima dos 300 quilômetros


03/12/2022 04:00 - atualizado 02/12/2022 23:26

RENAULT KWID E-TECH
A traseira do hatch compacto traz refletores em novo formato e lanterna de neblina integrada ao extrator (foto: Fotos: Jorge Lopes/EM/D.A Press)


Apresentado em abril, o Renault Kwid E-Tech é o carro elétrico mais barato do Brasil, vendido a partir de R$ 146.990. Por mais que o preço possa parecer assustador, o modelo é um autêntico popular nessa categoria, muito diferente dos demais elétricos testados pelo VRUM, que tinham grande oferta de conforto e desempenho.

Fabricado na China, o Kwid elétrico tem o visual quase idêntico ao nacional. A principal diferença está na grade fechada, já que os elétricos não têm uma demanda tão grande de arrefecimento. Uma “pequena-grande” diferença são as rodas presas por quatro parafusos, e não as três do Kwid nacional.

Para arrematar o visual do modelo, os retrovisores são pintados em preto. A traseira também tem diferenças sutis, como o formato dos refletores e a lanterna de neblina integrada a um extrator. O visual do modelo não foi valorizado pela carroceria branca, e uma boa pedida seria a pintura em verde noronha, que custa mais R$ 3 mil.

DENTRO
O interior se parece muito com o Kwid nacional, e isso é uma pena, já que o acabamento é bem “pobrezinho”. Com excesso de plástico, o interior não se salva nem pelos bancos, que mesclam couro e tecido, já que o material não aparenta qualidade, e nem pelos tapetes acarpetados. Porém, aqui temos um agravante: o carro custa R$ 150 mil.

O painel tem algumas diferenças, sendo a principal o quadro de instrumentos, que traz informações básicas para um carro elétrico, como a carga da bateria, a autonomia, o consumo instantâneo e o consumo médio. Naturalmente, não existe alavanca de câmbio, mas um botão giratório para selecionar se o carro vai para a frente ou para trás.

Outro mostrador interessante é o econômetro, que indica quando o veículo está regenerando a bateria, em uma frenagem ou desaceleração, quando o carro está neutro, ou seja, não gasta e nem recupera energia, além das faixas mais econômicas e quando a demanda de energia está elevada.

O banco traseiro foi homologado apenas para dois ocupantes, e o espaço para as pernas é ruim. Também falta iluminação para esses passageiros. O porta-malas ganhou uma maçaneta elétrica e não exige ter as chaves à mão para abrir. O compartimento tem o mesmo volume do Kwid nacional, 290 litros, e ainda guarda o estepe. O acabamento é bom, mas falta iluminação.

RODANDO
Diferentemente dos carros elétricos mais caros que nós já testamos, o Renault Kwid elétrico tem um motor fraquinho, com apenas 65cv de potência e 11,5kgfm de torque. Para comparar, o motor 1.0 das versões comuns tem até 71cv e 10kgfm (abastecido com etanol). Logo, o desempenho dessa versão elétrica é muito parecida com um carro 1.0 a combustão, a não ser pelo torque mais imediato, mas que também não impressiona.

Essa performance é o bastante para rodar na cidade sem problemas, já que essa é a proposta do veículo. Se quiser poupar bateria, o motorista pode optar pelo modo Eco, onde a potência é reduzida para 45cv, a velocidade máxima é de 100km/h e a regeneração é potencializada. Mas, na estrada, o Kwid elétrico é “manco”. Para se ter ideia, sua aceleração até os 100km/h é em 14,6 segundos (inferior até ao modelo a combustão). Para complicar, quando se pisa fundo no acelerador o consumo é alto. O limite de velocidade é de 130km/h.
Painel do RENAULT KWID E-TECH
Acabamento espartano e multimídia com tela de sete polegadas

CARREGANDO
A bateria do Renault Kwid elétrico é de 26,8kWh, considerada pequena. Porém, a autonomia na cidade é de 298 quilômetros. Um fator que ajuda é o baixo peso do modelo, apenas 977 quilos, sendo que a bateria corresponde a 188 quilos.

Para a recarga, o Kwid elétrico tem uma tomada de corrente contínua, voltada para postos de carregamento rápido. Nessa condição, a recarga dos 15% aos 80%, que é um percentual que preserva a vida útil da bateria, pode ser feita em até 40 minutos

Já a tomada de corrente alternada pode ser usada em um wallbox residencial. Em um carregador de 7kW, a recarga de 15% a 80% é feita em três horas. Mas também é possível recarregar a bateria do Kwid elétrico em uma tomada convencional de 220V, onde a recarga completa é feita em nove horas.

EQUIPAMENTOS
O Kwid elétrico tem um bom pacote de segurança, com seis airbags, controle de estabilidade, assistente de partida em rampa e câmera de ré. O sistema multimídia tem tela tátil de sete polegadas, e só se salva porque tem espelhamento com o smartphone. Mas a coisa pode piorar.

Mesmo custando R$ 150 mil, o modelo tem chave convencional, enquanto o esperado seria um sistema presencial, e freio de estacionamento por alavanca, nada de acionamento por botão. Os vidros elétricos não contam com sistema um toque, e, na frente, não existem comandos dos vidros traseiros. Por fim, o para-sol do motorista também não tem espelho.

ENTÃO?
Não é a simplicidade do modelo – seja na motorização, no acabamento ou na lista de equipamentos – que atrapalha. Mesmo com essas limitações, a experiência elétrica com o Kwid é legal. O que dói é gastar R$ 150 mil e levar tão pouco pra casa, já que com essa quantia é possível escolher um carro a combustão interna bem mais vistoso e confortá- vel. No quesito preço, o grande rival do Kwid E-Tech é o Caoa Chery iCar, vendido por R$ 149.990.
 

FICHA TÉCNICA 

»MOTOR
Elétrico, síncrono de ímãs permanentes com redutor integrado, dianteiro, que desenvolve potência máxima de 65cv a partir de 4.000rpm e torque máximo de 11,5kgfm entre 0 e 4.000rpm

»TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com uma marcha à frente e uma à ré

» DIREÇÃO
Tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica variável

»SUSPENSÕES/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente do tipo McPherson, com triângulos inferiores; e traseira de eixo rígido / 14 polegadas em aço /175/70 R14

»FREIOS
Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com assistência ABS

»DIMENSÕES
Comprimento,3,73m; largura, 1,77m; altura, 1,50m; entre-eixos, 2,42m

» PORTA-MALAS
290 litros

» PESO
977 quilos

» PERFORMANCE
Velocidade máxima: 130km/h
Aceleração até 100km/h: 14,6 segundos

» BATERIA
26,8kWh (íon-lítio )

» AUTONOMIA*
Cidade: 298 quilômetros
Misto: 265 quilômetros

» TEMPO DE RECARGA
Recarga rápida DC 30 kW (15-80%): 40min
Wallbox AC 7,4 kW (15-80%): 2h54min
Carregador portátil 220V 10A (15-80%): 8h57min

Dados do fabricante
(*) Norma SAE J1634

EQUIPAMENTOS
»DE SÉRIE
Airbags frontais, laterais e de cortina; Isofix; assistente de partida em rampa; controle de estabilidade; limitador de velocidade; luzes de circulação diurna em LED; lanterna de neblina; monitoramento da pressão dos pneus; retrovisores elétricos com indicador de direção, sensor de estacionamento traseiro; regulagem de altura dos faróis; câmera de ré; carregador portátil para tomada doméstica; computador de bordo; função ECO; frenagem regenerativa; Media Evolution 7" com espelhamento do smartphone; portas de carregamento AC e DC; ar-condicionado; vidros elétricos dianteiros e traseiros; travas elétricas das portas; retrovisores na cor preto brilhante; calotas Flex Wheel; e barras de teto

OPCIONAL
Não há

Quanto custa?
O Renaul Kwid E-Tech tem preço 
sugerido de R$ 146.990

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