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Além das aparências

Versão de topo do modelo traz design atraente e bom comportamento dinâmico. Suspensão também surpreende pelo conforto. Porém, tem uma coisa nesse crossover que incomoda muito


postado em 09/02/2019 05:04

Destaque para o conjunto óptico, formado pelas luzes diurnas integradas à grade superior e faróis quase no para-choque (foto: Fotos: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )
Destaque para o conjunto óptico, formado pelas luzes diurnas integradas à grade superior e faróis quase no para-choque (foto: Fotos: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )


O Citroën C4 Cactus foi lançado no Brasil no fim de agosto de 2018 com uma dose de polêmica a respeito do segmento ao qual pertence. Enquanto por aqui ele foi classificado como um SUV, agregando a conveniência de fazer parte da patotinha que está na moda, na Europa, ele é considerado um hatch. Na verdade, o modelo mescla características de ambas as categorias, sendo que sua melhor definição está na “estante” genérica dos crossovers – na qual a imensa maioria dos nossos SUVs compactos deveriam estar, já que não trazem características clássicas dos utilitários-esportivo, como plataforma sob chassi e tração nas quatro rodas. Mas o porte, definitivamente, não é de SUV, e está mais para um hatch médio.

Nos quatro meses em que o C4 Cactus esteve no mercado em 2018 foram registrados 3.351 emplacamentos. Já em janeiro, foram vendidas 1.016 unidades do modelo. Não são números expressivos para o segmento, mas existe um potencial para o crossover melhorar, já que seu preço inicial é de R$ 69.990, equipado com motor 1.6 aspirado e câmbio manual. Está certo, não chega a ser o conjunto mecânico dos sonhos e tampouco traz um exagero de equipamento, mas o preço é competitivo. Já a unidade testada é o extremo oposto disso. Para mostrar todo o potencial do modelo, a Citroën enviou a versão topo de linha Shine Pack, com motor 1.6 turbo e câmbio automático.

Independentemente de sua classificação, o C4 Cactus traz um design supercharmoso. Na dianteira, destaque para o conjunto óptico estilo Fiat Toro, com as luzes diurnas integradas à grade e o farol situado quase no para-choque. Os faróis de neblina também funcionam como luz de curva, que atua apenas em baixa velocidade. A lateral traz airbumps (com função de estilo), rodas de 17 polegadas e teto “flutuante”. A traseira tem lanternas horizontais e vidro estreito que, junto à larga coluna C, compromete a visibilidade. Para amenizar, a câmera de ré está disponível a partir da versão intermediária, porém o sensor traseiro de estacionamento não é oferecido de série nem na versão de topo. O veículo pode ter combinação biton, como na unidade testada, carroceria em branco perolizado e teto azul.

DENTRO
O painel de instrumentos é digital e, além do belo visual, proporciona excelente visualização das informações, à exceção do conta-giros, que é por barra.O acabamento combina bancos em couro, um despojado aplique em tecido nos painéis de porta, tapetes acarpetados e material emborrachado no painel, mas o predomínio é de plástico texturizado e apliques de preto brilhante. Já os para-sóis são em material excessivamente duro e áspero, ponto negativo. Além do ajuste em altura dos bancos da frente, o motorista conta com ajustes em altura e distância do volante.

O banco traseiro acomoda com conforto até dois passageiros, já que o túnel do assoalho e o console atrapalham o passageiro central. Ainda assim, há apoios de cabeça e cintos de segurança de três pontos para todos, além de Isofix para ancorar assentos infantis. Outro descuido é a falta de iluminação para os passageiros de trás. A tampa do porta-malas é pequena e tem um grande degrau até o assoalho (coisas de hatch!). O espaço é pequeno, mas com boa proporção entre altura e profundidade. O compartimento abriga o estepe, tem iluminação, mas tem um pequeno deslize no acabamento, faltando forração em carpete numa parte.



CHATO

Já o interior segue a linha minimalista, com poucos comandos disponíveis, o que, apesar de agradar aos olhos, acaba mesmo é aborrecendo o motorista. É que, para retirar vários botões do painel, a telinha central acaba aglutinando o comando de várias funções. Então, digamos que você está dirigindo enquanto ouve rádio e precisa reduzir a temperatura do ar-condicionado. Isso vai exigir que você dê um comando para passar da interface do rádio para ir o menu principal do sistema multimídia e depois escolher a interface da climatização para então ajustar a temperatura. Nisso, começa a tocar uma música que você odeia, então você retorna para o menu principal para depois voltar ao rádio e trocar a estação. Daí você se lembra de que precisa fazer uma ligação, então volta ao menu principal para depois migrar para a função de telefonia. Além de ser chato, percorrer todo esse “caminho” tira a atenção do motorista.



RODANDO
O motor 1.6 turbo trabalha com rotações baixas, sempre preparado para dar respostas imediatas e vigorosas, ou seja, bom no trânsito lento da cidade e brilhante na estrada. O câmbio automático de seis marchas oferece opção de trocas manuais, mas na alavanca. Com o bom desempenho do veículo, valeria até ter trocas por aletas. Se quiser dar ênfase para algum dos lados, basta escolher os modos de direção econômico ou esportivo. Esse urbanoide não tem muito traquejo fora do asfalto, mas é possível ajustar o sistema de tração para ambientes como neve, lama ou areia. A suspensão oferece muito conforto, sem abrir mão da boa estabilidade. Já a direção tem assistência elétrica progressiva, bem levinha nas manobras e firme em alta velocidade. O consumo não é propriamente baixo, mas, para um carro que oferece esse desempenho, está de bom tamanho.

CONTEÚDO
Quanto ao conteúdo, esta versão de topo se destaca pelos itens de segurança, que vão dos seis airbags e controles de tração e estabilidade tradicionais até assistentes de frenagem automática de emergência e alertas de colisão, permanência em faixa de rodagem e perda de pressão dos pneus.

Bom, já que o modelo foi classificado como um SUV compacto, esses serão seus concorrentes. Do ponto de vista mecânico, o que mais se aproxima do C4 Cactus é o Chevrolet Tracker 1.4 Premier, que também tem motor turbo e vários sensores que emitem alertas (ponto cego, colisão frontal, saída de faixa e movimentação traseira) ao motorista. O Peugeot 2008 Griffe (R$ 91.990) traz o mesmo motor 1.6 THP do Cactus, porém, atrelado a um câmbio manual de seis marchas, mas sua proposta é mais esportiva.

Para resumir, o C4 Cactus traz design atraente, espaço interno limitado, posicionamento de preço adequado e, nesta versão de topo, um conjunto mecânico muito prazeroso (aguardamos o motor 1.6 aspirado para teste!). Um aspecto a se levar em consideração antes de levar o modelo para a sua garagem é o pós-venda da marca francesa, que recebe muitas críticas dos nossos leitores, além da desvalorização de seus modelos na hora de vendê-lo como usado.

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