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Estado de Minas

Com 50 novas vagas até o fim do ano, Google vai crescer em BH

Empresa apresenta ferramenta desenvolvida na capital mineira e revela a abertura de postos de trabalho para engenheiros no único centro tecnológico que mantém fora dos Estados Unidos


postado em 10/06/2018 06:00 / atualizado em 10/06/2018 10:19

Time de profissionais que renovou mecanismo de buscas para a Copa no escritório em Minas é apresentado em evento(foto: Fred Bottrel/EM/D.A.Press)
Time de profissionais que renovou mecanismo de buscas para a Copa no escritório em Minas é apresentado em evento (foto: Fred Bottrel/EM/D.A.Press)

São Paulo – Eventos de gigantes tecnológicos respiram aquela falsa espontaneidade de sempre: na verdade, tudo ali se calcula rigorosamente, como o timing, piadinhas e sincronia com o telão evidenciam. No palco do Google for Brasil, megaevento que a gigante de buscas realizou esta semana no auditório Oscar Niemeyer, no Ibirapuera, Berthier Ribeiro-Neto cumpre corretamente o protocolo, seguindo o script do teleprompter posicionado atrás da plateia. Mas é quando a imagem que você vê aqui aparece na tela, que ele se empolga de verdade. “Este foi o time que renovou o nosso mecanismo de buscas para a Copa. Palmas para eles”, conclama o diretor de engenharia para a América Latina do Google. Na foto, ao fundo, está a Serra do Curral. E o time de engenheiros – que hoje conta com mais de uma centena de profissionais – vai crescer: o escritório do Google em BH busca profissionais para preencher 50 novas vagas até o fim do ano.


“Vamos aumentar a engenharia em Belo Horizonte em 30% a 40%. Preciso de candidatos com experiência para as vagas”, diz o diretor, professor da UFMG, um dos criadores da Akwan, empresa que o Google comprou e levou à instalação em Minas do único centro de desenvolvimento da empresa para a América Latina.


E não é que faltem profissionais em BH, como explica Berthier: “A gente contrata na América Latina inteira, com um processo seletivo. Do mesmo jeito como o Google na Califórnia não se restringe à Califórnia, não se restringe aos EUA, a gente aqui não pode se restringir a Belo Horizonte, a Minas Gerais. No escritório de BH, temos engenheiros contratados na Alemanha, na Holanda, na Índia, no Peru, na Colômbia, no Chile, na Argentina. Talento é onde você encontrar o talento”.

O processo seletivo é bastante intenso, adianta Berthier. “Mas encorajo a quem quiser desenvolver uma carreira de engenharia da computação de verdade a se candidatar”. Para o diretor, trata-se de um salto grande para o centro de desenvolvimento, “que vem com a senioridade”.


Ele detalha a mudança de perfil no escritório: “Temos hoje uma liderança, em Belo Horizonte, vários profissionais em posição muito alta na engenharia, trabalhando com a gente há seis, oito anos, então sentimos que temos senioridade para absorver um número maior de profissionais.” Ele se esquiva de informar o limite orçamentário para as contratações: “Se forem salários mais altos, para profissionais mais experientes, serão”.

Rede No evento dedicado ao país, a empresa divulgou que investiu, nos últimos 15 meses, R$ 700 milhões no Brasil. Para se ter ideia, entre 2013 e 2016, foram US$ 500 milhões. Além da renovação do mecanismo de buscas – tecnologia criada em Belo Horizonte e aplicada globalmente –, a empresa apresentou novidades como a ativação de novos cabos submarinos entre a Flórida e o Brasil, com 10.556 quilômetros de extensão e seis pares de fibra óptica, capazes de entregar até 64 terabytes de dados por segundo.


“Uma infraestrutura de rede robusta é essencial para deslanchar o potencial da internet na América Latina, com novas oportunidades de desenvolvimento econômico, social e cultural. Os cabos vão ajudar a suprir essa demanda ao ampliar a infraestrutura digital da região, tornando a transmissão de dados mais eficiente, segura e veloz”, disse Fabio Coelho, presidente do Google Brasil.


A gigante de tecnologia ressalta institucionalmente como o mercado brasileiro é estratégico para seus negócios, com os consumidores colocando o Brasil entre os 5 países que mais usam as principais plataformas da companhia. O cenário político e econômico dos últimos anos não desanimaram a empresa, conforme defende Berthier: “O Google não olha para o país num curto horizonte, de um a dois anos. Diante da nossa instabilidade econômica de hoje, então, o Google olha para o país num horizonte de meia década, de uma década. E de cinco, 10 anos para frente, a cena, no nosso entendimento é boa”.

 

 

Busca pela melhor busca

 

Quando você fizer uma busca no Google por um jogo de futebol durante a Copa do Mundo, vai experimentar uma solução que foi inteiramente desenhada em Belo Horizonte. O time formado por Jefferson Monteiro, Luzia Romanetto, Rafael Hermano, Alice Scarpa, Torsten Nelson, Tiago Mota e Erik Perillo (que não está na foto) desenvolveu a renovação das buscas com foco no mundial. “Já fizemos as mudanças pensando em poder replicar isso para outros torneios que funcionam de forma semelhante aos de futebol. Fo desenhado com isso em mente”, conta Berthier. O Brasileirão, por exemplo, deve incorporar as mudanças.


O diretor evidencia, sempre que pode, a importância de posicionar internacionalmente a tecnologia criada em “terra brasilis” - expressão que ele, aliás, usa muito. Por isso, quando a equipe brasileira olhou para as buscas de futebol, há pouco mais de um ano, enxergou aí a possibilidade de avançar em uma área em que ainda não tinha se aventurado: os chamados “painéis do conhecimento” do Google: aquelas buscas mais estruturadas, com cartelas e abas de conteúdo e imagens, que a empresa entrega para determinados assuntos, em vez de simplesmente listar links externos.


No escritório de Belo Horizonte, aproximadamente 70 engenheiros se dedicam a buscas, até por razão histórica, como Berthier frisa (a empresa que ele criou ainda na UFMG era um mecanismo de buscas - o Google enxergou o potencial do algoritmo e fez a oferta. O valor da compra permanece sob sigilo). “Entendemos que havia como melhorar aquilo e levamos para oferecer a ideia para a Califórnia (a sede da empresa fica em Mountain View). Os engenheiros perceberam que o futebol corresponde sozinho à metade das buscas por modalidades esportivas - e isso no mundo todo, não apenas no Brasil. Com a aproximação do Mundial, a janela de oportunidade se abriu. “Eles deram o ok e nós corremos para entregar”. O envolvimento dos engenheiros com o tema sobre é a chave. “É claro que a inquietação que levou à proposta, na verdade, tem a ver com a paixão, né? Você ver pronto, pegar aquilo ali e contar que foi você que fez é muito legal”. (FB)

 

 

Gigante em Minas



»  O que muda para a Copa

Em vez de apenas o horário e local das partidas (como é hoje) a busca vai levar a painel completo da partida. Enquanto a bola rolar, o placar será atualizado em tempo real, além da incorporação de um lance a lance – em parceria com uma empresa internacional que fornece este serviço. Depois do apito final, os vídeos oficiais da Fifa com os melhores momentos também aparecerão na busca. E quem usar Android poderá fixar na tela do telefone o placar das partidas de interesse - também atualizado ao vivo.

»  E nas eleições

As buscas do Google também foram renovadas para as Eleições 2018. Por meio de parceria com o TSE, a empresa vai prover informações completas sobre todos os candidatos ao pleito, além de perfis dos presidenciáveis, atualizados diretamente pelas equipes de comunicação das campanhas. A apuração das urnas em tempo real, logo na página do Google, é outra novidade.

(*) O jornalista viajou a convite do Google


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