Pode ser mais fácil ganhar dinheiro com uma rede social de nicho do que com divulgação do seu negócio no Facebook. Mas a iniciativa exige um perfil realmente empreendedor, com muitas horas de dedicação, organização e planejamento para que a ideia tenha sucesso no curto e no longo prazo. As dificuldades, soluções e as vitórias vividas por quem trilhou esse caminho foram a tônica da segunda parte do Pitchers Digital na tarde desta sábado, realizado na PUC Minas São Gabriel, em
Belo Horizonte.
Os donos das redes www.skookb.com.br, www.filmow.com e www.cromaz.com.br contaram como mudaram suas vidas a partir de um empreendimento digital. "Não posso revelar quanto a gente ganha, mas perdi 12 anos da minha vida antes do Skoob", afirma Lindenberg Moreira, idealizador da rede social criada para quem ama ler. Skoob é o mesmo que books ao contrário. Quando a rede entrou no ar, ainda incompleta e em teste, com investimento de cerca de R$ 18,00 - porque ele mesmo fazia tudo - foram 300 usuários no primeiro dia.
Depois de recusar propostas de compra de 4 dígitos, que chegaram a tirar seu sono, o negócio cresceu tanto que teve que sair de casa. Hoje são 350 mil usuários cadastrados, mais de 27 milhões de pageviews por mês, contrato com 18 editoras,
O sucesso não é gratuito. Lindenberg continua se dedicando para fazer o negócio crescer. "Durmo cerca de 4 horas por dia e o resto é ficar pensando no escuro", diz. Tem que ter vontade de fazer, perder horas de sono, programar. Para quem está começando ele indica dois livros para aprender a linguagem dos investidores - que podem querer comprar a sua boa ideia: Start Up e A Arte do Começo.
Wanderson Niquini, do já chamado paraíso dos finéfilos www.filmow.com também pensa que perdeu dinheiro e dez anos de sua vida antes de começar a investir na rede. O site que hoje sustenta quatro sócios foi lançado em 1º de abril de 2009 com recursos básicos e hoje tem 140 mil cadastrados, cerca de 13 milhões de pageviews e contratos e parcerias com empresas como Sony, Disney e Playarte.
Integrado com twitter e Facebook, o filmow desenvolve até aplicativos específicos para datas como o Dia dos Namorados, sugerindo filmes para ver a dois. Cheio de planos, ele conta que em julho vai viver o boom do Filmow. "Vamos entrar com uma identidade visual toda diferente na América Latina, em espanhol e inglês e com versões para iPhone, iPad e Android. "Fico umas 16 horas na internet", diz. Os outros donos do site também são hard users.
Já Pablo Curty, da rede social de vizinhos Cromaz.com.br, que começou a funcionar em janeiro, diz que já apagou muito incêndio e teve que deixar as ferramentas mais interessantes da rede para uma segunda etapa. A rede ainda não rende o dinheiro que gasta, mas já conseguiu três investidores. "A proposta é fazer as pessoas se encontrarem no offline, ao contrário do Facebook, que não te incentiva a ter uma interação real com as pessoas", explica.
Antes dos cerca de 150 mil usuários, a ideia sofreu por falta de receita e estrutura. "O grande problema foi a questão do servidor. Tínhamos que aumentar a estrutura, só que não havia dinheiro", diz. Depois de ir atrás de uma consultoria e não chegar a um acordo sobre um plano de negócios, eles resolveram apostar em pessoas conhecidas. Melhor do que ter um investidor grande, já que muitas vezes ele ajuda para levar a maior fatia do bolo. "A segunda versão do Cromaz sai daqui a um mês e meio, totalmente diferente", garante. Para ele, o começo foi um bom laboratório, com a opinião do usuário.