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Estado de Minas TÓQUIO 2020

Delegação brasileira busca alcançar o centésimo ouro nos Jogos Paralímpicos

Os atletas paralímpicos do Brasil participarão de 17 das 22 modalidades na competição e alguns têm grandes chances de conquistar medalhas


22/08/2021 04:00 - atualizado 22/08/2021 11:06

Daniel Dias é tido como um fenômeno na natação paralímpica: já conquistou 24 medalhas para o Brasil(foto: Marcelo Regua/MPIX/CPB)
Daniel Dias é tido como um fenômeno na natação paralímpica: já conquistou 24 medalhas para o Brasil (foto: Marcelo Regua/MPIX/CPB)

Tóquio’2020 será a 16ª edição dos Jogos Paralímpicos. A expectativa é de que 4.400 atletas vão competir nas 22 modalidades – o Brasil participará em 17. O país levará a segunda maior delegação de sua história, com 253 atletas.

A maior foi no Rio’2016, quando teve 285. Mas será a maior delegação a ser enviada ao exterior. A solenidade de abertura, no Estádio Olímpico de Tóquio, será na terça-feira (24/08) e a solenidade de encerramento, em 5 de setembro. O objetivo da delegação brasileira é alcançar o centésimo ouro na Terra do Sol Nascente. Faltam apenas 13 medalhas para a meta, e não faltam brasileiros para ajudar a delegação a cumprir a missão.

No cenário mundial, sete atletas brasileiros se destacam. Coincidentemente, cinco são de uma mesma modalidade, o atletismo: Alan Fonteles, Petrúcio Ferreira, Washington Júnior, Yohansson Nascimento e a mineira Izabela Campos.

Na natação, está aquele que é considerado um dos maiores nomes paralímpicos do mundo, Daniel Dias. E no judô, o veterano Antônio Tenório, que nunca saiu de uma edição dos Jogos sem medalha. Confira quem são esses atletas que chegarão à Paralimpíada de Tóquio com chance de pódio.

ALAN FONTELES

Com 28 anos, o velocista brasileiro é especialista nos 100 metros rasos. Tem três medalhas nos Jogos Paralímpicos: ouro, individual, em Londres’2012, quando bateu ninguém menos que o sul-africano Oscar Pistorius, impingindo-lhe sua primeira derrota; e duas pratas, ambas no revezamento 4x100m em Pequim’2008 e Rio’2016. Em Mundiais, ele tem três ouros, duas pratas e três bronzes.

PETRÚCIO FERREIRA

Com 24 anos, Petrúcio é um especialista em provas de velocidade e é considerado um fenômeno, pois, desde a Paralimpíada Rio’2016, bateu o recorde mundial dos 100m cinco vezes. Na classificatória, marcou 10s67, e na final, foi ouro com 10s57. Ganhou ainda duas medalhas de prata, nos 200m e 4x100m. No Mundial de Londres’2017, ganhou a prova dos 100m com seu terceiro recorde, 10s53. Na mesma competição, em Paris’2018, fez 10s50. Em Doha’2019, o quinto recorde mundial para a distância, 10s42.

WASHINGTON JÚNIOR

Também com 24 anos, é outro grande potencial do atletismo brasileiro, outro especialista nos 100m. Aos 2 anos, perdeu a mão esquerda em um moedor de grama, enquanto o pai trabalhava. Começou a correr aos 15 anos, levado por uma amiga de sua mãe. Desde então, apaixonou-se pelo atletismo. Aos 19, sagrou-se campeão mundial júnior dos 100m rasos, na Rússia. Seu maior feito foi no Campeonato Mundial de Dubai'2019, quando conquistou a medalha de prata, chegando atrás de Petrúcio Ferreira.

YOHANSSON NASCIMENTO

Com 33 anos, Yohansson participará de sua quarta Paralimpíada. Em Pequim’2008, ganhou as duas primeiras medalhas: bronze nos 200m e prata no 4x100m. Nos Jogos de Londres’2012, mais duas medalhas – ouro nos 200m rasos e prata no 400m. Na Rio’2016, ficou com o bronze nos 100m e a prata no 4x100. No Mundial de Doha’2019, conquistou o bronze, completando o pódio brasileiro, o primeiro da história.

IZABELA CAMPOS

A mineira de 40 anos perdeu a visão aos 6 anos. É especialista em arremessos, de disco e peso, e lançamento de peso. No Rio’2016, foi bronze no lançamento de disco. Destacou-se também em duas edições dos Jogos Parapan-Americanos: em Toronto’2015, foi ouro no disco e prata no peso, e em Lima’2019, foi novamente ouro no disco. Em Mundiais, ganhou cinco medalhas. Em Lion’2013, foi bronze no peso. Em Doha’2015, bronze no disco. Em Londres’2017, dois pódios, prata no dardo e bronze no disco. Em Doha’2019, ganhou o bronze no disco.

DANIEL DIAS

É considerado o maior nadador paralímpico de todos os tempos. É o maior brasileiro em número de medalhas paralímpicas: 24. Na primeira participação, em Pequim’2008, ganhou quatro ouros, quatro pratas e um bronze. Em Londres’2012, foram seis ouros. No Rio’2016, levou quatro ouros, três pratas e dois bronzes. Seus feitos não param por aí. Em Jogos Parapan-Americanos, ganhou oito ouros no Rio’2007, e 11 ouros em Guadalajara’2011. Em Mundiais de piscina de 50m, são oito ouros, e em Mundiais de piscina curta (25m), sete ouros e três pratas.

ANTÔNIO TENÓRIO

O brasileiro, de 50 anos, é considerado o maior judoca paralímpico de todos os tempos. Ele ficou cego do olho esquerdo ao levar uma bodocada, aos 13 anos. Seis anos depois, em função de uma infecção, perdeu o olho direito. É ganhador de nada menos que quatro medalhas de ouro seguidas em Paralimpíadas. A primeira foi em Atlanta’96, na categoria 86 quilos. Em Sydney’2000, tornou-se bicampeão olímpico, agora nos 90 quilos. Em Atenas’2004, foi tricampeão nos 100 quilos. O tetracampeonato paralímpico veio novamente nos 100 quilos, em Pequim’2008. Em Londres’2012, ganhou a prata, nos 100 quilos, e no Rio’2016 foi bronze, também nessa categoria.

Modalidades da Paralimpíada de Tóquio

Atletismo
Parabadminton
Basquete (em cadeira de rodas)
Bocha
Paracanoagem
Ciclismo (estrada e pista)
Esgrima (em cadeira de rodas)
Futebol de 5
Goalball
Hipismo
Judô
Halterofilismo
Natação
Remo
Rúgbi (em cadeira de rodas)
Parataekwondo
Tênis de mesa
Tênis (em cadeira de rodas)
Tiro esportivo
Tiro com arco
Triatlo
Vôlei sentado
Obs: Em itálico, as modalidades das quais o Brasil competirá em Tóquio

MEMÓRIA

Lei antidoping

O Brasil não participou das três primeiras edições dos Jogos Paralímpicos (Roma’1960, Tóquio’1964 e Telavive’1968). A estreia se deu em Heidelberg’1972, na Alemanha. Eram apenas oito para-atletas. O país não conquistou medalha. Não existia ainda movimento de esportes para deficientes no Brasil. Foi na segunda participação, em Toronto’1976, que o país conquistaria a sua primeira medalha, prata com a dupla formada por Robson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos da Costa, na modalidade conhecida por lawn bowls, uma competição semelhante à bocha e que era praticada na grama. Atualmente, o Brasil está entre os 30 melhores países em número de medalhas. No entanto, é importante salientar, só obteve número significativo de medalhas nas últimas oito edições Paralímpicas – ou seja, a partir de Seul’1988.

ENQUANTO ISSO...

Superação atrás das lentes

Os Jogos Paralímpicos são, acima de tudo, um evento que pode ser definido pela palavra “superação”, em todos os sentidos. Um exemplo é o fotógrafo João Batista Maia da Silva, de 46 anos, deficiente visual que estará em Tóquio registrando as competições. Será sua segunda Paralimpíada, já que ele trabalhou também na do Rio'2016. Para capturar as imagens, João utiliza a audição, tato, olfato, percepção de vultos e cores. Nascido em Bom Jesus (PI), ele conta que desde pequeno era fascinado por fotografia. Em 2004, aos 28 anos, foi diagnosticado com uveíte bilateral, uma inflamação no olho direito, que levou a um descolamento de retina. Pouco tempo depois, sofreu uma lesão no nervo ótico do olho esquerdo e atualmente tem o que se chama baixa visão. Só enxerga um objeto a, no máximo, 15cm de distância. Isso não o impede de continuar praticando a profissão que abraçou. Mas ele entrou no mundo dos esportes como corredor e depois nos arremessos.

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