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Estado de Minas ÍDOLO

Aos 40 anos, Fábio completa 900 jogos pelo Cruzeiro; feito é raro no mundo

Camisa 1 alcança marca no jogo diante do Sampaio Corrêa, nesta quinta


08/10/2020 17:14 - atualizado 08/10/2020 17:45

Fábio coleciona atuações históricas pelo Cruzeiro(foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)
Fábio coleciona atuações históricas pelo Cruzeiro (foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)

Em sua 16º temporada como titular, o goleiro Fábio, de 40 anos, completará 900 jogos pelo Cruzeiro no duelo contra o Sampaio Corrêa, às 18h30 desta quinta-feira, no Mineirão, pela 14ª rodada da Série B. No futebol brasileiro, a marca histórica foi atingida por outros quatro atletas: Rogério Ceni, do São Paulo (1.238); Pelé, do Santos (1.116); Roberto Dinamite, do Vasco (1.110); e Ademir da Guia, do Palmeiras (901).

No mundo afora também é raro encontrar um jogador que tenha participado de 900 ou mais partidas por uma equipe. São os casos do italiano Paolo Maldini, do Milan (902), e do galês Ryan Giggs, do Manchester United, da Inglaterra (963) - assim como o pouco conhecido zagueiro norte-irlandês Noel Bailie, que entrou em campo 1.013 vezes pelo Linfeld, maior time de seu país.

 

Outros craques da bola que ficaram marcados por defender a mesma camisa durante tanto tempo não chegam perto de Fábio. No Barcelona, Xavi alcançou 767 jogos, enquanto Lionel Messi soma 734. No Manchester United, Paul Scholes disputou 718 partidas, número ligeiramente superior aos 710 de Steven Gerrard no Liverpool. Na Itália, Javier Zanetti esteve em 858 jogos pela Inter de Milão, e Francesco Totti representou a Roma em 786 oportunidades. No Brasil, é possível citar Júnior (865 jogos pelo Flamengo), Valdomiro (853 jogos pelo Internacional), Harlei (831 jogos pelo Goiás) e Wladimir (805 jogos pelo Corinthians), além de Pepe (750 jogos pelo Santos), Nilton Santos (721 pelo Botafogo) e Zico (732 pelo Flamengo).

 

A trajetória de Fábio até o 900º jogo no Cruzeiro começou há duas décadas, em um amistoso contra o Universal-RJ, no dia 4 de março de 2000, no Mineirão. Na ocasião, o então garoto de 19 anos era o primeiro nome da escalação que também tinha Glayssinho, Alexandre, Cris e Sorín (Wendel); Leandro Gaviolle (Walter Minhoca), Viveros (Alonso), Joelson e Paulo Isidoro (Cléber Monteiro); Geovanni e Marcelo Ramos (Cristian). A Raposa ganhou por 2 a 0, gols de Joelson e Wendel.

 

Em 9 de julho de 2000, Fábio estava na reserva de André no time que bateu o São Paulo de virada, por 2 a 1, no Mineirão, e conquistou o tri da Copa do Brasil. No segundo semestre, transferiu-se para o Vasco e se sagrou campeão brasileiro como suplente de Helton. Quatro anos e meio depois, em janeiro de 2005, retornou ao Cruzeiro para não sair mais.

 

Na Toca, Fábio demorou a alcançar status de ídolo. De 2005 a 2007, viveu efeito montanha-russa ao alternar atuações com grandes defesas e falhas em sequência. Em 2008, elevou o nível técnico e passou a ser uma das principais referências do time. Entretanto, ainda havia quem o questionasse como um dos grandes nomes da história cruzeirense devido à ausência de um título de expressão.

 

Fábio calou os críticos ao ganhar o Campeonato Brasileiro de 2013 e dois prêmios de melhor goleiro - Bola de Prata, da revista Placar e do canal ESPN; e Craque do Brasileirão, da Rede Globo e da CBF. Em 2014, não fez parte da seleção da competição, porém levantou o segundo troféu consecutivo. Já em 2017 e 2018, foi decisivo ao defender pênaltis nos mata-matas que levaram o Cruzeiro aos títulos da Copa do Brasil.


Pegar pênaltis, aliás, é uma das grandes especialidades de Fábio no Cruzeiro. Das 30 defesas, destaque para as três do jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil de 2018, contra o Santos – segurou os chutes de Bruno Henrique, Rodrygo e Jean Mota –, e a da decisão de 2017, diante do Flamengo – espalmou a cobrança de Diego.

 

Em quase 16 anos no Cruzeiro, Fábio foi sete vezes campeão mineiro (2006, 2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019), duas do Campeonato Brasileiro (2013 e 2014) e três da Copa do Brasil (2000, 2017 e 2018). Além disso, ajudou o time a chegar à final da Copa Libertadores de 2009, na qual teve atuação memorável no duelo de ida contra o Estudiantes, em La Plata, na Argentina, ao fazer pelo menos seis grandes defesas. No jogo de volta, o Cruzeiro frustrou sua torcida ao perder de virada no Mineirão, por 2 a 1.

 

Drama na Série B

Em 2019, Fábio amargou a pior experiência na carreira ao cair para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro. Mesmo com um elenco caro, com folha salarial estimada em R$ 15 milhões, o Cruzeiro somou apenas 36 pontos em 38 rodadas (7 vitórias, 15 empates e 16 derrotas), terminando o Brasileirão em 17º lugar.

 

Na temporada 2020, Fábio foi um dos jogadores que aceitaram repactuar os salários dentro do “teto” de R$ 150 mil, com a diferença a ser paga em 20 parcelas a partir de abril de 2021. O planejamento era para que o clube pudesse honrar o compromisso mediante o retorno à Primeira Divisão, mas o cenário atual é bastante preocupante.

 

O Cruzeiro é o 17º colocado, com 11 pontos – 12 a menos que o quarto, Juventude. De acordo com cálculos do site Probabilidades no Futebol, do Departamento de Matemática da UFMG, o time precisa somar 50 pontos em 75 – 66,66% de aproveitamento – para alcançar 61 e ter boa chance de regressar à elite nacional.

 

Desta forma, Fábio tenta exercer a voz de liderança do grupo para recolocar o Cruzeiro novamente na briga pelo acesso. Com contrato até dezembro, ele precisa estender o vínculo para terminar a Série B, em 31 de janeiro de 2021. Depois, avaliará se continuará a jogar ou encerrará a carreira.

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