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Estado de Minas Série B

Confronto em protesto na Toca

Torcedores manifestam contra desempenho do time com gritos de ordem e chutes no portão do centro de treinamento. Seguranças reagem com gás de pimenta e diretoria condena atos


23/09/2020 04:00 - atualizado 23/09/2020 00:58

Grupo de cerca de 50 cruzeirenses foi na manhã de ontem na Toca da Raposa II para reivindicar reação dos atletas celestes(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Grupo de cerca de 50 cruzeirenses foi na manhã de ontem na Toca da Raposa II para reivindicar reação dos atletas celestes (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Cerca de 50 torcedores do Cruzeiro protestaram contra diretoria e jogadores ontem, em frente à Toca da Raposa II. A manifestação ocorria de forma ordeira até o momento no qual alguns começaram a chutar o portão principal da Toca da Raposa II. De dentro do centro de treinamentos do clube, a segurança jogou gás de pimenta para dispersar o movimento violento.

Pouco tempo depois, quatro viaturas da Polícia Militar chegaram para fazer a segurança do local. Os principais alvos da torcida são membros da diretoria, em especial o diretor técnico, Deivid, e o supervisor administrativo, Benecy Queiroz, além do presidente Sérgio Santos Rodrigues.
Os jogadores não foram esquecidos. Um dos mais cobrados foi o jovem Maurício, de 19 anos. “Time pipoqueiro, tem que ter raça para jogar no meu Cruzeiro”, bradaram os torcedores. “Vergonha, vergonha, time sem vergonha”.

No último domingo, o time celeste já foi recebido em Belo Horizonte sob protestos. Dezenas de torcedores foram ao Aeroporto Internacional de Confins cobrar de jogadores e comissão técnica uma reação imediata na competição. Aos gritos de “time sem vergonha”, o ônibus da delegação delegação foi escoltado até a Toca da Raposa II.

Em 3 de setembro, torcidas organizadas já haviam ido a Confins protestar no desembarque do Cruzeiro após a derrota para o Brasil, por 1 a 0, em Pelotas-RS, pela sétima rodada da Série B. À época, o técnico Enderson Moreira era um dos principais alvos das manifestações. Ele acabou demitido depois do empate por 1 a 1 com o CRB, no Mineirão, pela oitava rodada da competição.

Para o lugar de Enderson, o Cruzeiro contratou Ney Franco. Na estreia dele, o time venceu o Vitória por 1 a 0, no Mineirão, e amenizou um pouco a pressão. Mas bastou o revés para o CSA, por 3 a 1, para o clima voltar a esquentar.

Apesar da grave crise financeira gerada principalmente pela administração anterior, de Wagner Pires de Sá, o Cruzeiro iniciou a Série B com a maior folha salarial, superior a R$ 3 milhões mensais. Somada a isso, a grande tradição do clube dava ao torcedor a expectativa de uma campanha melhor. Até aqui, a Raposa tem quatro vitórias, dois empates e quatro derrotas, com 46,7% de aproveitamento.

Punição Não bastasse o início ruim, o Cruzeiro foi punido pela Fifa com a perda de seis pontos na Série B devido ao não pagamento de uma dívida com Al Wahda, dos Emirados Árabes, pelo empréstimo do volante Denílson, em 2016. O débito no valor de 850 mil euros é referente à gestão de Gilvan de Pinho Tavares.

Sem a punição, o Cruzeiro estaria com 14 pontos, na oitava colocação, a apenas três pontos do G4. No momento, o líder da Série B é o Cuiabá, com 21 pontos.

O próximo compromisso do Cruzeiro pela competição será na sexta-feira, às 21h30, no Mineirão, contra o Avaí, 12º colocado com 10 pontos.

Reação da diretoria À noite, o Cruzeiro divulgou vídeo com declarações do presidente Sérgio Santos Rodrigues sobre a onda de protestos dos torcedores em razão da má campanha do time na Série B do Campeonato Brasileiro. O dirigente respeitou o direito de manifestação, porém repudiou os atos de vandalismo ao patrimônio do clube e as ameaças a jogadores.

“Se quiserem protestar, fiquem à vontade, não há problema nenhum. Só façam de maneira pacífica, é isso que a gente pede. Não adianta ameaçar jogador e nem destruir patrimônio do clube. Estamos de portas abertas sempre. Transparência e diálogo é a marca da nossa gestão. Continuaremos recebendo todo mundo, vamos apoiar o time na sexta-feira, que é isso que a gente precisa agora”, disse Sérgio.

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