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Estado de Minas CAMPEONATO MINEIRO

Dura missão para Sampaoli

Comandado por interino, Atlético amarga empate com o Boa e perde a vaga no G-4 para o Cruzeiro. Time terá de vencer a Raposa para voltar à zona de classificação à semifinal


postado em 02/03/2020 04:00 / atualizado em 01/03/2020 23:25

Mesmo com a formação alterada, Galo criou pouco e repetiu falhas: 1 a 1 custou a saída do grupo de elite do Estadual (foto: BRUNO CANTINI/AGÊNCIA GALO)
Mesmo com a formação alterada, Galo criou pouco e repetiu falhas: 1 a 1 custou a saída do grupo de elite do Estadual (foto: BRUNO CANTINI/AGÊNCIA GALO)


Depois de duas eliminações em apenas sete dias, o Atlético – que anunciou o argentino Jorge Sampaoli como novo treinador – voltou a tropeçar. Comandado interinamente por James Freitas, o Galo visitou o Boa e empatou por 1 a 1, no Estádio Dilzon Melo, em Varginha, pela sétima rodada do Campeonato Mineiro, e ficou fora do G-4, que dá classificação às semifinais. O alvinegro demonstrou falta de criatividade na construção de jogadas e ainda contou com importantes defesas de Victor para evitar um revés completo.

O Atlético vinha de queda frustrante na segunda fase da Copa do Brasil, diante do modesto Afogados, nos pênaltis. O resultado custou o emprego do técnico Rafael Dudamel, que também amargara eliminação para o Unión na Copa Sul-Americana, uma semana antes. O empate fora de casa deixa o Galo com 12 pontos, na quinta posição.

Na próxima rodada, sábado, no Mineirão, terá briga direta com o Cruzeiro para voltar ao G-4. O mando é atleticano. Contratado ontem, Sampaoli não estreará contra o rival. O Atlético atuou com quatro alterações em relação à formação diante do Afogados. Victor voltou ao gol na vaga de Michael; na lateral esquerda, Fábio Santos substituiu Guilherme Arana; sem o esquema de três zagueiros, Maidana deu lugar a Nathan no meio-campo; no ataque, Ricardo Oliveira ‘barrou’ Di Santo. Apesar das mudanças, o Galo não melhorou na criação. As chances iniciais se restringiram a chutes de fora da área, alguns sem direção.

E aos 19min, Victor já aparecia bem em finalização de Nonoca. O camisa 10 do Boa invadiu a área, girou em cima da marcação e bateu forte no lado direito. O goleiro espalmou para escanteio. O Atlético respondeu com Otero, em cobrança de falta de longa distância. Em bomba no canto esquerdo, Renan Rocha mandou pela linha de fundo. Aos 33min, o Galo abriu o placar. Allan avançou pela esquerda, entrou na área e cruzou. O zagueiro Wesley desviou a bola para o próprio gol: 1 a 0.

Cinco minutos depois, o Boa teve a oportunidade do empate com Leo Goteira, que passou por Guga e chutou no canto esquerdo. Victor, novamente, defendeu bem. Em seguida, foi a vez de Renan Rocha, no reflexo, salvar a equipe da casa em cabeceio de Hyoran, após cruzamento de Fábio Santos. Nos instantes finais, Jair aproveitou escanteio de Otero e, também de cabeça, acertou a trave.

VICTOR 

Com pressão desde o início da segunda etapa, o Boa logo obrigou Victor a outra importante defesa, de novo em chute de Nonoca. Para conter o ímpeto do adversário, o Galo controlou a bola e trocou passes sem intensidade. E, buscando mais ofensividade, trocou Nathan pelo atacante Savarino. Mas, contraditoriamente, sacou Hyoran para a entrada do volante Zé Welison.

Mesmo assim, o Boa chegou com perigo em chute de Cesinha, de fora da área. Victor saltou no ângulo esquerdo e mandou a escanteio. Na cobrança, Romário aproveitou sobra de bola na área e chutou forte. A bola explodiu no travessão e quicou dentro do gol: 1 a 1. Em contra-ataque, o alvinegro quase leva a virada, em arremate cruzado de Cesinha.

Marquinhos no lugar de Jair foi a última substituição do Atlético. No entanto, o time não conseguiu reagir e assustar o adversário, amargando mais um tropeço no Mineiro, já que vinha de derrota em casa para a Caldense.



Desafio é salvar temporada
O presidente Sérgio Sette Câmara com Sampaoli, que só assume o Galo na próxima semana: contrato vai até dezembro de 2021(foto: TWITTER/SÉRGIO SETTE CÂMARA)
O presidente Sérgio Sette Câmara com Sampaoli, que só assume o Galo na próxima semana: contrato vai até dezembro de 2021 (foto: TWITTER/SÉRGIO SETTE CÂMARA)

O argentino Jorge Sampaoli terá a missão de salvar a temporada do Atlético. A contratação do técnico foi confirmada ontem pelo presidente Sérgio Sette Câmara. O treinador, de 59 anos, será o sucessor do venezuelano Rafael Dudamel, demitido na quinta-feira, após sua 10ª partida à frente do time, na eliminação na segunda fase da Copa do Brasil para o modesto Afogados de Ingazeira-PE. Uma semana antes, havia ocorrido a queda na estreia na Sul-Americana, diante do Unión-ARG. Agora restam o Campeonato Mineiro e o Brasileiro.

A apresentação de Sampaoli será nesta semana, mas ainda não teve data confirmada. O clube já antecipou que ele não dirigirá o time no clássico de sábado contra o Cruzeiro, no Mineirão. O comando ficará a cargo do interino James Freitas. A tendência é de que o novo comandante seja acompanhado pelos auxiliares Jorge Desio e Carlos Desio, os preparadores físicos Pablo Fernandes e Marcos Fernandes, e o analista de desempenho Felipe Araya.

Sampaoli chegou a Belo Horizonte na manhã de ontem e se reuniu com a cúpula atleticana. No começo da tarde, Sette Câmara anunciou a contratação por meio de sua conta no Twitter. “Está confirmado. Sampaoli é nosso novo técnico. #AquiéGalo”, postou o mandatário. Segundo o empresário Ângelo Pimentel, intermediário do acordo, o contrato vai até dezembro de 2021.

O Galo será o 14º clube da carreira de Sampaoli. Ele dirigiu a Seleção Chilena entre 2012 e 2016 e a Argentina em 2017 e 2018. Sua última equipe foi o Santos, pela qual foi vice-campeão do Brasileiro na temporada passada. Em dezembro, ele chegou a se reunir com os dirigentes atleticanos, mas não houve acordo. Suas exigências financeiras e de contratação de jogadores foram consideradas excessivas. Ele teria apresentado uma lista com mais de 30 atletas que deveriam ser buscados.

Por seleções, o único título do novo treinador alvinegro foi a Copa América de 2015, com o Chile. Ele comandou o Chile na Copa de 2014 e foi eliminado pela Seleção Brasileira nos pênaltis, nas oitavas de final. O duelo foi no Mineirão. Na Copa de 2018, na Rússia, Sampaoli dirigiu a Argentina e caiu nas oitavas de final diante da França, após revés por 4 a 3. Nesse último Mundial, ele foi criticado por perder o comando sobre o elenco, rechaçado por líderes como Lionel Messi.

Em clubes, o trabalho mais bem-sucedido foi na Universidad de Chile, em 2011 e 2012. Na La U, ele ganhou projeção internacional e foi campeão chileno e da Copa Sul-Americana, em 2011, e do torneio Apertura, em 2012.

Sampaoli estava sem clube desde dezembro, quando rompeu o seu contrato com o Santos por divergências com o presidente José Carlos Peres.

Ele chegou a BH acompanhado de Gabriel Andreata, ex-gerente de futebol do Santos. O executivo está cotado para assumir a gestão do futebol alvinegro. Ambos se conheceram entre 2004 e 2006, quando trabalharam juntos no Coronel Bolognesi, do Peru. À época, o dirigente foi o responsável por levar o treinador argentino ao clube peruano.

O Atlético está sem gestores do departamento de futebol desde quinta-feira, quando o diretor-executivo Rui Costa e o gerente Marques foram demitidos por Sette Câmara junto com Dudamel.

PATROCINADOR  

O Galo contou com a ajuda de ao menos um parceiro para financiar a contratação de Sampaoli. A construtora MRV, patrocinadora do clube e dona dos naming rights do futuro estádio do Galo, participou nas negociações.
 


Os gringos no Atlético

» Jorge Sampaoli – argentino

» Rafael Dudamel – venezuelano (2020)
10 jogos: 4 vitórias, 4 empates e 2 derrotas

» Diego Aguirre – uruguaio (2016)
31 jogos: 16 vitórias, 7 empates e 8 derrotas

» Darío Pereyra – uruguaio (1999)
40 jogos: 21 vitórias, 8 empates e 11 derrotas
Título: Campeonato Mineiro (1999)

» Walter Olivera – uruguaio (1985)
21 jogos: 9 vitórias, 11 empates e 1 derrota
Título: Campeonato Mineiro (1985)

» Fleitas Solich – paraguaio (1967-1968)
49 jogos: 30 vitórias, 10 empates e 9 derrotas

» Ondino Viera – uruguaio (1954-1955)
42 jogos: 26 vitórias, 8 empates e 8 derrotas
» Ricardo Díez – uruguaio (1950-1951, 1955-1956 e 1958-1959)
171 jogos: 104 vitórias, 33 empates e 34 derrotas
Títulos: Campeonato do Gelo (1950) e Campeonato Mineiro (1954 e 1955)

» Darío Letona – peruano (1947)
4 jogos: 3 vitórias e 1 empate

» Felix Magno – uruguaio (1946-1948)
105 jogos: 69 vitórias, 19 empates e 17 derrotas
Títulos: Mineiro (1946 e 1947)

» Ignác Amsel – húngaro (1945)
10 jogos: 4 vitórias e 6 derrotas

» Gregório Suárez – argentino (1944)
16 jogos: 10 vitórias, 4 empates e 2 derrotas

» Eugênio Medgyssy – húngaro (1928-1931)
53 jogos: 35 vitórias, 12 empates e 6 derrotas

De Copa 

técnico que dirigiu seleção numa Copa do Mundo (2014 e 2018) a comandar o Atlético. Antes dele, Carlos Alberto Parreira, que passou pelo alvinegro em 2000, e Telê Santana, que treinou o 
Galo em 1987/88
 

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