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Estado de Minas NATAÇÃO

Promessa brasileira na mira da Holanda

Aos 15 anos, recordista nos 1.500m livres e considerado fenômeno precoce, atleta de dupla nacionalidade é disputado por duas pátrias, mas afirma preferir atuar pelo Brasil


postado em 03/02/2020 04:00 / atualizado em 02/02/2020 21:21

Stephan Steverink é cotado até mesmo para Tóquio, mas probabilidade é que seja preparado para Paris'2024(foto: Ricardo Sodré da SSPress/CBDA)
Stephan Steverink é cotado até mesmo para Tóquio, mas probabilidade é que seja preparado para Paris'2024 (foto: Ricardo Sodré da SSPress/CBDA)


Uma das grandes promessas da natação, Stephan Steverink está dividido entre dois países. O menino de 15 anos é filho do empresário holandês Sander Steverink e da médica pernambucana Gisélia Freitas. É meio brasileiro e meio holandês Com a dupla nacionalidade, o nadador vem competindo – e quebrando recordes – tanto nas categorias de base do Brasil quanto da Holanda. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) monitora a evolução do nadador de olho nos próximos ciclos olímpicos.

O menino reconhece a divisão afetiva, mas afirma que as porções não são iguais. "Eu competi na Holanda para adquirir mais experiência e bagagem. Acho que a tendência é ficar no Brasil. É o que minha mãe quer. Quero terminar o ensino médio no Brasil. Caso aconteça alguma coisa, nós vamos pensar. Sou 75% brasileiro", disse o menino que só sabe falar "bom dia", "boa tarde" e alguns palavrões em holandês.

Stephan explica que pode continuar defendendo os dois países em torneios nacionais. Para os internacionais, é preciso morar no país. "Eu disputei o Sul-Americano Juvenil pelo Brasil. Se quiser representar a Holanda, terei de morar lá por um ano. Para a Olimpíada, teria de ficar lá por duas temporadas", diz, citando o regulamento da Federação Internacional de Natação (Fina).

No Brasil, estabeleceu recorde nos 1.500m livre Juvenil I, em Vitória (ES), no ano passado. O atleta da Associação Atlética Banco do Brasil, de São Paulo, nadou a prova em 15min26s77, baixando a marca brasileira em quase 20 segundos. No ranking absoluto de 2019, que considera todas as categorias, é o quarto lugar.

O tempo é expressivo também no contexto internacional. Em sua faixa etária foi a melhor marca do mundo. Mas ainda distante do cenário norte-americano, de Bobby Hackett (15min03s91, em 1976). Para Tóquio, o índice é 15min00s99.

Ele já foi cinco vezes para a Holanda, sempre com ótimos desempenhos. Pieter Van den Hoogenband, dono de três medalhas de ouro olímpicas, era o recordista sub-13 nos 200m livre. A marca durou até a chegada de Stephan. No sub-15, o brasileiro é recordista nos 200m peito, 200m e 400m medley. Nos 800m livre, seu tempo no juvenil é 21 segundos melhor que o recorde de Hoogenband. Competiu por lá há duas temporadas. "A primeira vez foi em 2017. Meu pai queria. Muita gente achava que meus tempos eram mentira", comentou o especialista nos 400m medley e 1.500m. Stephan foi convidado para fase especial de treinos na seletiva olímpica, no Troféu Brasil, em abril. O COB afirmou que "observa com atenção a evolução do nadador". Ele também é paparicado na Holanda.

DÚVIDA

O desempenho surpreendente – está a seis segundos do índice olímpico nos 400m medley – colocou em dúvida o treinador, Eric Sona, um dos principais responsáveis pela evolução de Stephan. "Me questiono se o correto seria estimulá-lo para buscar o índice para Tóquio. A seletiva acontece em três meses. Mas ele estava de férias, o que é justo pelo ano que teve. Os grandes nomes não tiveram férias. Me preocupo com essa cobrança precoce", revelou. Por isso, o foco será os Jogos de Paris, em 2024. A seletiva olímpica será mais uma etapa de sua evolução. Ele tem chances reais de estar numa final, o que já seria um feito. Hoje, o garoto está no ranking nacional dos três melhores nos 400m medley.


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