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Estado de Minas DOPING

Rússia é banida de novo

Por falsificar dados sobre controle de seus atletas, país não poderá disputar mundiais e Jogos Olímpicos nos próximos quatro anos


postado em 10/12/2019 04:00 / atualizado em 09/12/2019 23:25

Maksin Mikhaylov: Oposto da Seleção Russa de Vôlei, bicampeão da Liga Mundial(foto: KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP - 15/8/16)
Maksin Mikhaylov: Oposto da Seleção Russa de Vôlei, bicampeão da Liga Mundial (foto: KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP - 15/8/16)
 
A Agência Mundial Antidoping (Wada) decidiu excluir a Rússia dos Jogos Olímpicos por quatro anos, o que significa que o país não disputará a Olimpíada de Tóquio'2020 e os Jogos de Inverno de Pequim'2022, em consequência da falsificação de dados dos controles entregues à entidade. A presença dos russos na Copa do Mundo do Catar, em 2022, também está ameaçada. “A equipe não poderá representar a federação da Rússia”, afirma o diretor-geral da Wada, Olivier Niggli. A punição, porém, não será aplicada nas Eliminatórias, que serão disputadas entre 2021 e 2022. A Fifa adota cautela com a decisão e vai pedir esclarecimentos sobre o caso. A Agência Russa Antidoping (Rusada), o Comitê Olímpico Russo (ROC) e qualquer federação internacional envolvida têm 21 dias para apelar à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês).

O anúncio da punição foi feito pelo porta-voz da agência, James Fitzgerald. “A lista completa de recomendações (de sanções por parte do Comitê de Revisão de Conformidade) foi aprovada por unanimidade pelos 12 integrantes do comitê executivo”, declarou Fitzgerald. O CRC recomendou a exclusão da bandeira da Rússia dos Jogos e de qualquer campeonato mundial por quatro anos, com a possível presença de atletas russos sob a bandeira “neutra”.

“Isso significa que os atletas russos, se quiserem participar dos Jogos Olímpicos ou Paralímpicos, ou qualquer outro grande evento, deverão demonstrar que não estão envolvidos nos programas de doping descritos no relatório 'McLaren' ou que suas amostras não foram falsificadas”, disse Fitzgerald.

Para o diretor da Rusada, Iouri Ganous, muito crítico das autoridades de seu país, “não há qualquer opção de ganhar um recurso no tribunal”. O recurso será suspensivo e as sanções não serão aplicáveis até que a CAS as confirme. Até lá, presidentes de várias federações esportivas russas, citados por agências de notícias do país, afirmaram que estão dispostos a enviar seus atletas aos Jogos de Tóquio'2020.

Desde o final de 2015, as competições internacionais de atletismo só aceitam seleções russas “neutras”, sem as cores do país e com atletas que provaram individualmente estarem limpos. A bandeira branca, azul e vermelha não foi içada nos Jogos de Inverno de PyongChang'2018. Pouco antes dos Jogos do Rio'2016, a Wada havia pedido a exclusão total da Rússia, mas sua decisão não foi respeitada pelo COI. Desta vez, a entidade olímpica prometeu apoiar as punições “contra todos os responsáveis por esta manipulação”.

MANIPULAÇÃO

As sanções são a consequência da falsificação dos dados dos controles antidoping entregues pela Rússia à Wada no início deste ano. A entrega, por Moscou, de milhares de dados brutos de controle, armazenados nos servidores do antigo laboratório de Moscou, sob a supervisão do poderoso Comitê de Investigação da Rússia, era uma condição estrita imposta pela Wada para retirar, no fim de 2018, a suspensão anterior da Rusada.

O órgão antidoping mundial esperava, assim, trazer à luz os controles positivos que não tiveram consequências, abrir processos disciplinares contra atletas e encerrar o caso uma vez por todas. Mas especialistas enviados pela Wada descobriram que “centenas” de resultados suspeitos foram apagados, alguns entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, pouco antes da entrega dos dados.

Sob as ordens de Vladimir Putin, a Rússia fez do esporte uma das bandeiras diplomáticas do país, sediando diversos eventos de peso, como os Jogos de Inverno de Sochi'2014 e a Copa do Mundo de futebol em 2018. Mas seu prestígio começou a cair com as primeiras revelações do esquema de doping institucional, documentado nos relatórios do jurista canadense Richard McLaren a pedido da Wada.


Estrelas ameaçadas

Atletas que, se a sanção for mantida, só poderão participar se disputarem as competições por bandeira neutra 

Maksin Mikhaylov
Oposto da Seleção Russa de Vôlei, bicampeão da Liga Mundial
 
(foto: LIONEL BONAVENTURE/AFP - 13/10/19)
(foto: LIONEL BONAVENTURE/AFP - 13/10/19)
 
Nikita Nagornyy
Ginasta campeão do mundo no individual geral e no salto
 
(foto: KARIM JAAFAR/AFP - 1/10/19)
(foto: KARIM JAAFAR/AFP - 1/10/19)
 
Anzhelika Sidorova
Atual campeã mundial no salto com vara
 
(foto: MANAN VATSYAYANA/AFP - 26/7/19)
(foto: MANAN VATSYAYANA/AFP - 26/7/19)
 
Anton Chupkov
Nadador bicampeão mundial no 200m peito
 
(foto: GIUSEPPE CACACE/AFP - 1/10/19)
(foto: GIUSEPPE CACACE/AFP - 1/10/19)
 
Mariya Lasitskene
Atual campeã mundial no salto em altura

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