Em confronto entre times que vivenciam crise nos bastidores, São Paulo e Cruzeiro empataram por 1 a 1, ontem, no Pacaembu. O time celeste, que enfrenta uma série de denúncias de irregularidades envolvendo seus dirigentes, chegou ao sexto jogo sem vitória, sendo três derrotas no Campeonato Brasileiro, uma na Copa Libertadores e dois empates – um pela Copa do Brasil. Já ronda a zona de rebaixamento do Nacional. O Tricolor Paulista, por sua vez, vive um clima de pressão devido à perda do título paulista e às eliminações na Liberadores e na Copa do Brasil. Antes da partida, torcedores são-paulinos entraram em confronto com a polícia, com detidos e feridos.
Havia uma grande expectativa a respeito da possibilidade de os problemas extracampo influenciarem o redimento da equipe cruzeirense. O que se viu foram dois times distintos, um em cada tempo. No primeiro, um nervosismo evidente, o que piorou com o gol sofrido logo aos 14min, em falha geral do setor defensivo. O lateral-esquerdo Reinaldo, do São Paulo, avançou sozinho até a entrada da área celeste e passou para Pato, que chegou livre à frente de Fábio. No lance, o zagueiro Leo estava mal posicionado, e Ariel Cabral não acompanhou o atacante. A opção por Cabral, aliás, mostrou-se ineficaz, uma vez que ele não acrescentou nada para o time, nem na armação, nem na defesa.
Já no segundo tempo, o Cruzeiro foi outro. O técnico Mano Menezes deve ter dado uma sacudida nos jogadores durante o intervalo, porque a Raposa pressionou o adversário o tempo todo. O armador Thiago Neves fez um golaço, numa cobrança de falta, e criou outras chances, desperdiçadas pelo excesso de individualismo dos jogadores. Ariel Cabral, por exemplo, errou gol feito, quase debaixo da trave, mandando a bola para fora.
As oportunidades perdidas, inclusive, foram motivo de críticas por parte dos jogadores celestes, entre eles, Thiago Neves. “Tivemos quatro ou cinco chances para sair daqui com a vitória, ou seja, com dois pontos a mais, que seriam muito importantes. Deixamos de ganhar. Mas fico feliz pela atuação que tivemos, em especial no segundo tempo, o que mostra que o time está reagindo”, afirmou.
Elogios também do volante Henrique: “Fizemos um excelente jogo. Não vencer foi por detalhes, mas o empate foi importante, pela forma como jogamos. O Cruzeiro voltou a ser um time aguerrido”.
PÊNALTI Para o técnico Mano Menezes, a Raposa não volta para casa com o triunfo por causa da arbitragem, que não marcou pênalti cometido pelo zagueiro são-paulino Anderson Martins: “Contra o Ceará, marcaram, num lance igualzinho, pênalti contra o Cruzeiro”, reclamou.
No geral, a atuação agradou ao treinador: “Estou satisfeito. O Cruzeiro voltou a jogar como Cruzeiro. Jogou para vencer. Criou chances de marcar, muitas. Saímos com a indignação gostosa de que poderíamos ter vencido. Tem um único porém, tomamos um gol que não poderíamos. Não podemos dar tanta facilidade ao adversário”.
Para o comandante celeste, a atuação deu confiança aos jogadores e aos torcedores para a partida decisiva, de quarta-feira, contra o Fluminense, no Mineirão. “O time voltou a marcar bem e a se posicionar em campo. Num momento como este, com turbulências fora de campo, foi muito importante, em todos os sentidos, o que aconteceu.”
São Paulo
Thiago Volpi; Hudson (Igor Vinicius 32 do 2º), Bruno Alves, Anderson Martins e Reinaldo; Tchê Tchê, Luan, Hernanes (Igor Gomes, intervalo) e Vitor Bueno (Marquinhos Calazans, 35 do 2º); Pato e Toró
Técnico: Cuca
Cruzeiro
Fábio; Romero, Dedé, Leo e Egídio; Henrique, Ariel Cabral (Lucas Silva 29 do 2º) e Robinho; Thiago Neves (David 25 do 2º), Fred (Sassá 41 do 2º) e Marquinhos Gabriel
Técnico: Mano Menezes
Estádio: Pacaembu
Gols: Pato aos 14 do 1º e Thiago Neves aos 22 do 2º
Árbitro:Bráulio da Silva Machado (SC)
Assistentes: Kléber Lúcio Gil e Thiaggo Americano Labes (SC)
VAR: Héber Roberto Lopes (SC)
Cartão amarelo: Ariel Cabral, Thiago Neves e Tchê Tchê
Cartão Vermelho: Igor Vinicius
Pagantes: 8.517
Renda: R$ 297.639
Próximos jogos: Corinthians (c), Fortaleza (f) e Botafogo (c)