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De volta à elite

Depois de quase 14 anos, jogo da Série A do Brasileiro tem de novo uma mulher no apito. Edina Alves comandará CSA x Goiás hoje, em aquecimento para a Copa do Mundo da França


postado em 27/05/2019 04:08

Há oito dias, Edina Alves teve atuação elogiada na partida entre América e Sport, no Independência, pela Segunda Divisão do Brasileiro(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Há oito dias, Edina Alves teve atuação elogiada na partida entre América e Sport, no Independência, pela Segunda Divisão do Brasileiro (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Demorou mais de uma década para que uma mulher voltasse a ser escalada para apitar um jogo da Série A do Campeonato Brasileiro. Em outubro de 2005, a paulista Sílvia Regina, que já vinha se tornando conhecida nos gramados do país pelas atuações na elite do futebol nacional, entrou em campo para comandar o duelo entre Fortaleza e Paysandu, no Castelão – que terminou com triunfo cearense por 2 a 1. O apito final dela, naquela partida, acabou simbolizando também o início de um grande hiato na arbitragem brasileira.

Nenhuma árbitra foi mais escalada para mediar partidas na Primeira Divisão. Nesse período, às mulheres coube tão somente o papel de assistentes. Tal estatística, no entanto, também tem data marcada para o ponto final. Hoje, CSA x Goiás, no Rei Pelé, às 20h, em Maceió, no encerramento da sexta rodada do Brasileiro, terá uma mulher como autoridade máxima em campo: a paranaense Edina Alves Batista, de 39 anos, considerada o principal nome da arbitragem feminina do Brasil na atualidade. Curiosamente, ela terá Sílvia Regina como companheira de trabalho no estádio, supervisionando o árbitro de vídeo (VAR).

Muito assediada pela imprensa nos últimos dias, Edina decidiu se recolher e concentrar toda a atenção apenas em seu trabalho. Procurada pelo Estado de Minas, explicou por que está se preservando neste momento: “São muitas pessoas querendo entrevista, e entendo. A imprensa nos ajuda muito, principalmente para divulgar nosso trabalho, que não é fácil, sobretudo para nós, mulheres”.

A árbitra afirma estar totalmente focada no jogo desta noite, até porque ela sabe que as atenções estarão voltadas para as decisões que tomar em campo: “Só quero ir lá e dar o meu melhor, realizar um excelente trabalho. Se Deus quiser, eu e minha equipe vamos trabalhar para isso e vai dar tudo certo. Vou dar o meu melhor e espero estar num dia iluminado, porque sou um ser humano e também sou passível de erros”.

Formada em educação física e presidente da Liga de Futebol de Goiorê, sua cidade natal, Edina integra o quadro da Fifa desde 2016. Ela será uma das representantes da arbitragem brasileira na próxima edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino, de 7 de junho a 7 de julho, na França – encabeça o trio formado ainda pelas assistentes Neuza Back e Tatiane Sacilotti.

Edina trabalhou em dois confrontos da Série B do Brasileiro deste ano, um deles em BH: a derrota do América para o Sport, no Independência, por 2 a 1, em que teve atuação elogiada. Antes, apitou Criciúma 0 x 1 Cuiabá. Também esteve no duelo entre Internacional e Cruzeiro, no Beira-Rio (triunfo do Colorado por 3 a 1), pela Série A, mas como auxiliar no VAR.

EXEMPLO
A trajetória dela nos gramados começou, literalmente, pelas beiradas – como assistente. Em 2014, Edina decidiu mudar o rumo da carreira e reiniciar todo o processo, para se tornar árbitra. Leonardo Gaciba, que desde o mês passado preside a Comissão de Arbitragem da CBF, destacou essa guinada da paranaense ao comentar a escolha dela para a partida desta noite: “Serve como exemplo não só para mulheres, mas para todos. A Edina era bandeira, abriu mão do escudo da Fifa, de assistente internacional, porque tinha o sonho de ser árbitra central. Então, voltou às categorias de base, começou a apitar e já conseguiu alcançar o quadro internacional como árbitra central”.

Ele acredita que a escalação, tanto de Edina quando de Neuza Back para a partida em Maceió (Tatiane Sacilotti só não estará em campo porque se recupera de contusão), será um incentivo a mais para boas exibições na Copa do Mundo: “O time brasileiro que vai para a Copa chega como um dos mais fortes do mundo. E tenho certeza que essa escala na Série A vai dar muito mais força mental para elas chegarem ao Mundial e fazer um excelente trabalho”.

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