Um domingo doído. Essa foi a sensação dos jogadores de vôlei do Cruzeiro um dia depois da eliminação, pelo Taubaté-SP, nas semifinais da Superliga Masculina de Vôlei. Depois de oito finais consecutivas – nas quais conquistou seis títulos, sendo cinco seguidos, de 2013 a 2018 –, o clube vive uma situação diferente, fora da decisão. Muito se comenta sobre o futuro da equipe, pois a saída de jogadores de peso pode comprometer a retomada dos títulos.
Uma despedida certa é a do ponteiro Sander, que já assinou com o Dínamo, de Moscou. A ida do norte-americano para o time russo tem relação direta com a negativa do ponteiro Lucarelli, do Taubaté, que era a primeira opção do Dínamo, mas preferiu permanecer no Brasil pela proximidade com a Olimpíada de 2020. O ponteiro mineiro é um dos que estão na mira do Cruzeiro – o clube já iniciou conversas também com o levantador Uriarte e o meio de rede Otávio.
O meio de rede francês Le Roux está no grupo que tem futuro incerto. O empresário do jogador recebeu propostas de equipes europeias. Com a eliminação do Cruzeiro na Superliga, Le Roux deve se reunir com o empresário e deve definir seu destino até a semana que vem. Ele aguarda uma proposta de renovação com o time celeste.
Dois jogadores que participaram de todas as conquistas do time azul e são símbolo da vitoriosa geração cruzeirense, o ponteiro Filipe e o líbero Serginho, ainda não receberam ofertas para prorrogação dos contratos. Sabe-se que Serginho foi procurado por um time europeu. O oposto Evandro é outro que está em alta no mercado, pretendido por equipes do Brasil, da Europa e do Oriente.
Há, ainda, preocupação com relação à permanência do técnico Marcelo Mendez. Também treinador da Seleção Argentina, ele diz que seu objetivo é permanecer à frente do Cruzeiro. “Estou triste pela derrota e pela eliminação. Não estava nos planos. Sobre a Seleção Argentina, vou e volto. No Cruzeiro, temos um projeto e pretendo seguir com esse trabalho.”
Apesar da eliminação, ele viu pontos positivos no trabalho: “Não estamos felizes, mas estamos tranquilos, porque deixamos tudo o que podíamos dentro de quadra. Agora é começar de novo e nos reorganizar para a próxima temporada. Não podemos nos esquecer das coisas positivas que tivemos”.
TRISTEZA PROFUNDA Entre os jogadores, só lamentos. Serginho disse que a derrota para o Taubaté foi uma das mais doídas de sua carreira, mas ele prefere pensar no balanço da temporada. “Conquistamos três de seis títulos disputados. Ganhamos o Mineiro, o Sul-Americano, que valeu a classificação para o próximo Mundial, e a Copa do Brasil. É espetacular. Não será uma derrota numa semifinal que vai apagar o que já fizemos”, afirmou.
O levantador Cachopa – que permanecerá no grupo para a próxima temporada – estava ainda mais triste, pois foi sua primeira temporada como titular: “Sinto um gosto amargo na boca. Perdemos por conta dos muitos erros que cometemos. Isso é o pior. Serve como aprendizado, serve. Mas não podíamos passar por isso. Tínhamos que ter vencido”.
O Taubaté disputará a final da Superliga pela segunda vez. Em 2016, foi superado justamente pelo Cruzeiro. O adversário na luta pela taça desta vez será o Sesi-SP, que também na noite de sábado fechou a outra série semifinal em 3 a 0 ao bater o Sesc-RJ por triplo 25/21, no ginásio da Vila Leopoldina, em São Paulo. Os dois decidiram o título do Campeonato Paulista desta temporada, com o Taubaté levando a melhor.