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Forças de Israel estariam %u2018desconfortáveis com subutilização%u2019 e permanência foi reduzida. Porta-vozes negam conflito entre tropas dos dois países e reportagem flagra bom clima


postado em 01/02/2019 05:09

Militares israelenses trabalharam com 10% dos equipamentos de alta tecnologia que trouxeram para o Brasil para ajudar nas buscas por vítimas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Militares israelenses trabalharam com 10% dos equipamentos de alta tecnologia que trouxeram para o Brasil para ajudar nas buscas por vítimas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Brumadinho – Os últimos dias de atuação da tropa israelense na Operação Brumadinho de resgate às vítimas do rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão foram menos intensos, de acordo com fontes ligadas à coordenação da ação. Segundo essas observações, nem 10% do volume de equipamentos trazidos para a missão chegaram a ser desencaixotados. O equipamento aberto se resumiu a aparatos de sobrevivência. “Aqui, os israelenses eram autossuficientes. A comida deles e até a água que bebiam eram próprias. Não dependiam das Forças brasileiras para nada. A única coisa que nos pediam era instruções sobre quais os pontos em que poderiam atuar, onde deveriam ser empregados”, disse um oficial que não tem autorização para dar entrevistas.

Em coletiva no início da tarde de ontem, os porta-vozes dos órgãos mineiros negaram desentendimentos entre os socorristas brasileiros e as tropas israelenses. De acordo com as autoridades, o motivo da saída seria que o contingente não se fez mais necessário. O chefe da sala de imprensa da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), major Flávio Santiago, reforça que a previsão de estada dos israelenses em Brumadinho era de uma semana e que isso se cumpriu. “A saída também se dá em função da desmobilização que eles precisam fazer amanhã (hoje) já no próprio país de origem”, informou policial. “Eles viajam e, a partir das 18h de amanhã (hoje) até o sábado (amanhã), para que cheguem em condições de cumprir esse protocolo importante na cultura deles” – os judeus guardam o shabat para orações e nesse dia não trabalham.

Segundo as fontes consultadas pelo jornal Estado de Minas, a permanência da tropa em campo foi reduzida, enquanto que sua estada na Base Israel, que ficava num estádio de futebol próximo ao local da tragédia, vinha aumentando. “Apesar de serem bem tratados, os militares de Israel aparentavam estar ansiosos para trabalhar e não estavam confortáveis com sua subutilização”, disse outro oficial, também sob condição de anonimato.

Os 136 soldados e oficiais israelenses se despediram do Brasil ontem. Policiais militares do estado, integrantes do Comando Aéreo e do Corpo de Bombeiros, e o governador Romeu Zema participaram de uma solenidade de agradecimento da tropa na manhã de ontem no 12º Batalhão de Infantaria (BI), no Barro Preto, em Belo Horizonte.

BOA RELAÇÃO O clima da tropa de Israel no Centro de Comando da Operação Brumadinho, na Faculdade Asa, na Base Israel e no teatro de operações do rompimento aparentava ser extremamente amigável, como pode constatar a reportagem do Estado de Minas, na quarta-feira, nesses locais. A PM tinha um helicóptero esquilo do Instituto Estadual de Florestas (IEF) operando à disposição do comando das tropas estrangeiras. O Exército também disponibilizava suas aeronaves para o deslocamento dos militares estrangeiros.

No Centro de Comando, os israelenses circulavam normalmente, sendo cumprimentados pelos demais socorristas brasileiros. A todo momento eram parados e gentilmente posavam para selfies. Os comandantes da operação e o comandante da força de Israel, o coronel Golan Vach, também se reuniram diversas vezes e circulavam juntos pelas salas de comando, sempre aparentando alegria e posando para fotografias de seus próprios smartphones.

Na fila para a sala em que se pega as marmitas, águas e sucos, o assunto mais comentado e num tom de bom humos eram os costumes diferenciados dos israelenses. “Shalom”, o cumprimento em hebraico era pronunciado nas rodinhas de conversa de bombeiros de todos os estados, militares do exército, policiais, defesa civil nacional, Ibama entre outros. Alguns deles chegaram a trocar patches da sua força com os estrangeiros e até shemmags, que são lenços típicos para a proteção dos militares contra as intemperies.

Quando os israelenses e os bombeiros foram resgatados pelos helicópteros militares, ontem (quarta-feira), quando desabou uma tempestade de granizo que interrompeu as buscas do dia, era nítida a diferença dos israelenses para os bombeiros. No desembarque, os socorristas de Minas Gerais e de São Paulo estavam completamente cobertos por lama e aparentavam extrema exaustão. Os estrangeiros riam, alguns até gargalhavam, mas tinham os uniformes limpos, alguns apenas com as barras da calça sujas de lama.

*Estagiário sob supervisão
da subeditora Regina Werneck

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