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Estado de Minas

"Quero ser campeão aqui"

Jogador surpreende, antecipa chegada, faz exames médicos e elogia a estrutura do clube


postado em 15/12/2018 05:04

Pode escrever isso aí, que estou dando um tapa na mesa e dizendo que vim pra somar, lutar e que quero ser campeão(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Pode escrever isso aí, que estou dando um tapa na mesa e dizendo que vim pra somar, lutar e que quero ser campeão (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)


Uma das maiores contratações da história do basquete do Minas, clube que tem 83 anos de existência. O armador Leandrinho – que era esperado apenas na segunda-feira, mas acertou no fim da noite de quinta-feira a antecipação de sua vinda a BH – esteve ontem na sede da Rua da Bahia para fazer exames médicos e assinar seu contrato, que será registrado na Federação Mineira de Basquete (FMB), responsável por encaminhá-lo à Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Como o prazo de registro é de 48 horas, o jogador não terá condições legais para atuar diante do Flamengo, hoje, às 17h, na Arena JK, jogo da última rodada do turno da fase de classificação do Novo Basquete Brasil (NBB) – a equipe mineira é a sexta colocada e os cariocas estão em terceiro. A estreia será na Copa Super 8, de 20 a 29 de dezembro, reunindo os oito primeiros colocados do turno do NBB. Ele permaneceu pouco tempo na capital mineira. Chegou no final da manhã e retornou no início da noite para São Paulo, onde tem compromissos de patrocinadores pessoais, mas garante que na segunda-feira estará de volta e já quer treinar.


SONHO ANTIGO
“Não sabia, mas me contaram aqui, hoje (ontem), que o Minas tentou me contratar no início da minha carreira, em 2001, quando fui para o Bauru. Conheço o diretor de basquete do clube, Alexandre Cunha, há muito tempo. Há umas duas semanas, ele começou a me mandar mensagens, perguntando se eu queria vir para o Minas. Fazia isso de dois em dois dias. Na semana passada, no entanto, as mensagens pararam. Achei estranho. Fiquei preocupado e comentei com minha mulher que estava achando esquisito. Será que tinha desistido de mim? Mas ele me ligou e iniciamos as conversas. Acabei acertando ontem (quinta-feira).”

EX-ALGOZ
“Era o ano de 2002. Lembraram-me isso agora. Estava no Bauru-SP. Nas quartas de final do Campeonato Brasileiro, enfrentamos o Minas e, num jogo no interior de São Paulo, fiz uma cesta a dois segundos do fim que valeu a nossa vitória. Por dois pontos. Fomos campeões brasileiros naquele ano. Mas não esperava que as pessoas se lembrassem disso ainda. Agora será diferente, pois quero retribuir a confiança depositada em mim.”

NBA
“O início lá não foi mais difícil porque os caras do Phoenix Suns me abraçaram. Tudo era muito complicado. Estava chegando num país estranho. Não falava a língua deles, não tinha ninguém da família comigo. Estava sozinho. Mas, no primeiro treino, todos queriam me ajudar. Estava fascinado, pois jogaria ao lado de Steve Kerr, Shawn Marion, Amar’e Stoudamire. Nunca havia pensado em estar na NBA, e estava lá. Eles me deram um tradutor, mas não gostava de usá-lo. Pedia para ficar longe de mim e que, se precisasse, o chamaria. Deu certo. Em seis meses estava falando inglês.”

BRASILEIROS
“Antes de a minha geração chegar à NBA, não se falava em jogador daqui. Era impensável. Mas conseguimos muito. São dois títulos, um meu e outro do Tiago Spliter, um ano antes. Havia também o Alex, o Nenê. A imagem do jogador brasileiro hoje nos EUA é muito boa.”

CAMPEÃO
“Se não esperava chegar à NBA, quanto mais ser campeão, como em 2015 com o Golden State Warriors. Foi o momento mais inesquecível da minha vida. Sempre me lembro dele, é inesquecível. Ser campeão lá marca muito. E olha que troquei de time mais de uma vez na NBA. Aí é que pensava que não teria a menor chance de ser campeão.”

FAMÍLIA
“Sempre fui muito ligado à família. Somos cinco irmãos: eu, o Arthur, que está nos EUA; o Marcelo, a Araci e a Lúcia. Tenho também duas filhas – Alícia, de 9 anos, e Lara, de 5, do meu primeiro casamento. Hoje sou casado com a Talita. Quero muito ficar próximo das minhas filhas, por isso a decisão de permanecer no Brasil e perto de São Paulo.”

PROPOSTAS

“O Minas não foi o único a fazer proposta. Tinha um convite da Turquia, era um bom contrato. Mas confesso que não me interessei. Não conheço o país, acho meio estranho. Lembro-me de que o Estevam, pivô, foi jogar lá e sofreu até ameaça. Houve também um convite da Argentina, mas não quis ir pra lá. Não, obrigado. Prefiro ficar por aqui.”

O CLUBE

“Estou impressionado com o Minas. Nunca vi nada igual em lugar nenhum. Nos EUA, eles montam atrações para crianças nos dias de jogos, nos ginásios, mas só em dias de jogos. Aqui não, é permanente. Em nenhum outro lugar do Brasil vi algo assim. Posso dizer, sem medo de errar, que se respira esporte. Imagina ter uma quadra só para basquete? E a quantidade de esportes que podem ocorrer ao mesmo tempo? Quando vinha jogar, só conhecia o ginásio. Não esperava ver tanta coisa como vi. E me disseram que minha família pode usufruir. É demais.”

TIME
“Estou impressionado com a qualidade do time. Olha, vim pra ajudar, mas quero ser campeão. Acho que dá para pensar em classificar entre os quatro primeiros do NBB e, assim, saltar as oitavas de final e ir direto para as quartas. Já joguei com três dos jogadores que aqui estão, os pivôs Wesley e Paranhos e o armador Gegê. Arrisco-me a dizer que temos condições de terminar em terceiro na fase de classificação. Pode escrever isso aí, que estou dando um tapa na mesa e dizendo que vim pra somar, lutar e que quero ser campeão aqui.”

RESIDÊNCIA

“Minha mulher, a Talita, veio comigo. Enquanto eu vim para o Minas, ela foi procurar uma casa pra gente morar. Tem de ser casa. Deram-me dicas de condomínios um pouco afastados, mas que não estariam longe do clube.”

TREINAMENTO

“Estarei aqui na segunda-feira já para treinar. Gosto muito de treinar. Depois do treino, gosto de ficar na quadra batendo bola, praticando arremessos. Minha mulher sempre vem comigo para ficar apanhando as bolas e passando. Em São Paulo não tem isso, mas aqui já sei que poderei ficar até meia-noite se quiser. Ninguém vai me colocar pra fora da quadra e do clube. É disso que precisava.”


MEMÓRIA
Conhecer e aprender

Jogos Olímpicos de Atenas’2004. Na fase de classificação, as partidas de basquete foram no Complexo Olímpico Helliniko, fora do Centro Olímpico. O acesso era difícil. O táxi era caro e o mais recomendável era ir de metrô de superfície. Ao entrar, surpreendo-me com a presença de um quieto Leandrinho – apesar de o Brasil não ter obtido vaga. Aproximo-me e começamos a conversar. Perguntei o que ele estava fazendo ali. A resposta, rápida, foi: “O Brasil ficou fora, mas eu vim para ver de perto o que é. Quero aprender, para um dia estar nos Jogos”. Em Pequim’2008, novamente o Brasil não conseguiu a classificação. Mas, em Londres’2012, lá estava o perseverante Leandrinho, armador da Seleção Brasileira. A equipe avançou em segundo lugar no Grupo B, atrás da Rússia, porém caiu nas quartas de final, derrotada pela Argentina.

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