River Plate e Boca Juniors iniciaram ontem a preparação em Madri para a final da Copa Libertadores, que vai ser disputada no domingo, no Santiago Bernabéu, sob forte esquema de segurança, após os incidentes em Buenos Aires que provocaram a mudança de local. Mesmo a milhares de quilômetros da capital argentina, a questão central do confronto continua sendo o temor por novos confrontos. Um líder de torcida organizada do Boca foi deportado para a Argentina ao chegar à capital espanhola.
Trata-se de “um dos barra bravas mais significativos e perigosos e com numerosos antecedentes”, explicou um porta-voz da polícia. Os oficiais organizaram um amplo dispositivo para manter a ordem antes e durante o jogo. Os jogadores também pedem calma aos torcedores. “As pessoas são inteligentes, sabem que aqui não se pode atrapalhar muito. Que aconteça tudo em paz, como tem de ser”, disse o experiente atacante xeneize Carlos Tévez.
Com muitos dos 81 mil ingressos reservados para a comunidade argentina que mora na Espanha, os comandados de Guillermo Barros iniciaram a preparação nas instalações da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) em Las Rozas, Noroeste de Madri.
Sob um sol invernal, o grupo fez trabalho tático em metade do campo e depois seguiu para exercícios de chute a gol. A atividade foi acompanhada por dezenas de torcedores, que escalaram as grades que rodeiam o local.
Já o River aterrizou no aeroporto de Barajas ontem pela manhã e no fim da tarde fez um treino leve no centro de treinamento do Real Madrid em Valdebebas.
VIOLÊNCIA Os incidentes vividos nos arredores do Monumental de Núñez, em 24 de novembro – quando o ônibus do Boca foi atacado com pedras e gases por torcedores organizados do River –, parecem distantes. A partida foi adiada para o dia seguinte e depois suspensa indefinidamente, abrindo um período de controvérsia e incerteza no qual o Boca tentou vencer a decisão no tapetão e o River fez de tudo para manter a partida de volta em seu estádio.
A Conmebol optou por mandar a decisão em Madri. “É uma final um pouco estranha. Como jogador, acho que é importante não perder o foco. É uma final de Libertadores. Mas jogar em Madri um River x Boca... É estranho”, reconheceu Tévez. A partida de ida, na Bombonera, terminou empatada por 2 a 2.