Todos os esforços de dirigentes, jogadores e torcedores do América foram em vão na tentativa de manter a equipe por dois anos consecutivos na elite do Campeonato Brasileiro. Em roteiro que já vinha se desenhando há meses, o Coelho se juntou a Paraná, Vitória e Sport e foi novamente rebaixado à Série B ao perder para o Fluminense por 1 a 0, no Maracanã. E um jogador de 30 anos, que no ano passado obteve o acesso com o time alviverde, acabou se tornando o maior vilão no novo descenso: o atacante Luan.
Em 90 minutos, esse paulista de Araras fez uma das piores exibições desde que chegou ao Coelho e comprometeu muito no revés no Rio, num dia em que os mineiros foram superiores ao Flu. Além de desperdiçar uma cobrança de pênalti no primeiro tempo, sofrido por Aderlan, o camisa 11 perdeu outra grande chance cara a cara com o goleiro Júlio César e ainda cometeu falha crucial na jogada aérea do gol do Flu, marcado pelo volante Richard. E os erros não foram o bastante: ele praticamente tirou a dinâmica da equipe nos contra-ataques e abusou de errar passes.
O América paga caro pelos erros na reta final do Brasileiro. O time mineiro se manteve fora da zona dos quatro últimos em todo o turno e, depois da derrota para o Cruzeiro por 2 a 1, em pleno Horto, pela 32ª rodada, não conseguiu mais se salvar. Em toda a Série A, a equipe teve quatro técnicos diferentes – Enderson Moreira, Ricardo Drubsky, Adilson Batista e Givanildo Oliveira –, chegou a ficar 11 jogos sem vencer e triunfou apenas duas vezes como visitante (contra Santos e Sport).
Um dos líderes do grupo, o goleiro João Ricardo diz que o sentimento é de vergonha pelo fracasso no Maracanã: “Infelizmente não aconteceu essa virada que esperávamos. Hoje (ontem) não fizemos má partida, mas infelizmente o Júlio César estava numa noite iluminada. A gente lamenta, fica envergonhado e pede desculpas ao torcedor. Todos criaram expectativa grande. Ficamos alguns jogos sem vencer e a coisa deu uma desandada. No fim, demos a volta por cima, mas infelizmente hoje não vencemos”.
PÊNALTI Se tivesse convertido o pênalti, o América certamente estaria em situação tranquila para conduzir a vitória. Mas, estranhamente, o cobrador oficial da equipe, Rafael Moura, optou por deixar Luan tentar colocar o Coelho à frente no placar. Neste ano, o camisa 11 só havia batido uma penalidade, contra o Boa, pelo Mineiro, tendo convertido o chute.
Givanildo Oliveira admitiu ter ficado surpreso ao ver Luan se preparar para chutar: “Tenho visto o Rafael bater os pênaltis no CT, em Belo Horizonte. E eu não me preocupei com isso. Na hora do pênalti, me distraí com a reclamação dos jogadores do Fluminense. E quando vi, estava lá o Luan. O Rafael é o batedor oficial. Ele passou para o Luan para ele fazer o gol. O nosso erro na partida foi não ter feito o gol de pênalti. Mas isso acontece no futebol”.
O técnico também terá o contrato expirado no fim da competição, mas demonstrou interesse em seguir no clube. A partir de agora, os jogadores estarão de férias, com retorno previsto para a primeira semana de janeiro de 2019.
Título no feminino Pela manhã, no Sesc Venda Nova, as meninas do América fizeram bonito e conquistaram o tricampeonato mineiro ao derrotar o Ipatinga nos pênaltis, depois deempate por 0 a 0 no tempo normal.