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A bipolaridade não tem cura, mas com tratamento correto, o indivíduo pode viver normalmente

Gerd Altmann/Pixabay

É habitual o ser humano passar por variações de humor durante o dia, ir de momentos de extrema alegria para a tristeza. São sentimentos naturais de cada indivíduo, mas existem pessoas que passam por variações de humor indo da euforia extrema à depressão profunda com maior intensidade, de maneira crônica. Essas pessoas são classificadas como bipolares. A bipolaridade é um transtorno mental que atinge cerca de 4,2 milhões de brasileiros, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A causa exata do distúrbio bipolar não é conhecida, mas acredita-se que seja influenciada por uma combinação de fatores como genética, ambiente, estrutura e química do cérebro. Por isso, sua descoberta pode demorar por conta do desconhecimento em torno do problema. “O histórico de vida da pessoa e familiar auxilia no diagnóstico, pois leva em conta as alterações de humor anteriores, episódios atuais ou passados de depressão, além da ausência de resposta ao tratamento com antidepressivos”, explica o médico psiquiatra, Bruno Brandão.

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De acordo com o psiquiatra, a doença não tem cura, mas com tratamento correto, o indivíduo pode viver normalmente. “Os cuidados incluem, o uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, como o fim do consumo de substâncias psicoativas (cafeína, anfetaminas, álcool e outras), além de desenvolver hábitos saudáveis de alimentação, sono e redução dos níveis de estresse”, afirma.

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Ainda segundo o médico, o apoio familiar faz toda diferença. “Os familiares precisam dar suporte, não julgar e procurar se informar sobre a doença. Além disso, é ideal que a família também tenha acompanhamento psicológico para ter emocional para ajudar o parente”, diz.


Episódios de depressão


  •     Tristeza persistente (humor deprimido);
  •     Fadiga (cansaço excessivo e redução de energia);
  •     Alterações significativas no apetite;
  •     Perda ou ganho de peso;
  •     Sentimentos de desesperança, vazio, impotência e inutilidade;
  •     Culpa e preocupações excessivas;
  •     Lentidão (física e mental);
  •     Insônia ou sono excessivo;
  •     Baixa autoestima;
  •     Memória e concentração prejudicadas;
  •     Ausência de prazer e interesse nas atividades habituais;
  •     Isolamento social;
  •     Pessimismo generalizado;
  •     Pensamentos suicidas.

Episódios maníacos


  •     Diminuição da necessidade de sono;
  •     Autoestima inflada;
  •     Hiperatividade;
  •     Agitação psicomotora;
  •     Delírios de grandeza;
  •     Aumento do desejo sexual;
  •     Fala e pensamentos acelerados;
  •     Irritabilidade extrema;
  •     Sensação de tensão e nervosismo;
  •     Atenção dispersa (distratibilidade);
  •     Alucinações;
  •     Comportamento agressivo;
  •     Atitudes impulsivas e imprudentes;
  •     Sensações de extrema felicidade, energia e autoconfiança.